ATIVIDADE 7: A CONTRAREVOLUÇÃO OLIGÁRQUICA DE 1932

 Dia 9 de Julho é o único feriado estadual de nosso calendário. Nesse dia, comemora-se a “Revolução” Constitucionalista de 1932. Rio Preto foi um dos focos da guerra civil dos paulistas contra Vargas. Não por acaso, é possível encontrar nomes de rua: "Avenida da Constituição", "Rua Voluntários de São Paulo" e de escolas, "Voluntários de 1932"; monumentos, como o Monumento ao soldado no Fórum de Rio Preto (foto acima) e depoimentos de remanescentes da época: "Meu pai, Inocêncio Amaral, com 19 anos de idade, se alistou como voluntário e arriscou a vida para defender a CONSTITUIÇÃO. Muitos morreram. Perdemos a guerra e a Ditadura instalada em 1930 durou até 1945. Hoje, novamente, há manifestações em Brasília de gente que quer jogar a Constituição no lixo, pedindo intervenção militar e fechamento do STF e do Congresso." (Reinaldo Amaral, São José do Rio Preto, 09/07/2020, Diretor de Escola aposentado)

A chamada "Revolução Paulista de 1932" foi um movimento contrarrevolucionário liderado pelas oligarquias cafeeiras que queriam que o país retornasse ao tempo que os coronéis controlavam o estado brasileiro. O movimento não conseguiu seu intento, e a guerra foi vencida pelas tropas de Getúlio, mas graças à força que São Paulo, a "locomotiva do país" deixou suas marcas na História e o Estado brasileiro precisou negociar com os revoltosos paulistas as condições da implantação do novo regime. 

Conheça um pouco melhor essa história lendo o artigo da Professora Joelza Ester Domingues e a síntese produzida por seu professor (na sequência):

1932: A GUERRA DOS PAULISTAS CONTRA GETÚLIO VARGAS


UMA CONTRARREVOLUÇÃO PAULISTA

Na noite de 9 de julho de 1932 eclodiu, na capital paulista, a Revolução Constitucionalista liderada pelo general Isidoro Dias Lopes. Os revolucionários tomaram as principais estações ferroviárias, quartéis, prédios públicos, a companhia telefônica, a sede dos correios e telégrafos, estações de telégrafo, a Rádio Educadora Paulista, Rádio Record PRA-R e Rádio Cruzeiro do Sul, e também os principais jornais paulistanos e o aeródromo do Campo de Marte. O levante rapidamente repercutiu em várias cidades do interior do estado onde os revolucionários tomaram pontos estratégicos como pontes, portos, estradas, aeródromos.

O levante foi uma resposta dos cafeicultores ao golpe que colocou no poder Getúlio Vargas em 1930. Com o golpe, Vargas fechou as câmaras estaduais e substituiu os presidentes dos estados por interventores nomeados por ele. Para São Paulo foi designado o tenente João Alberto Lins de Barros a quem a oligarquia paulista tratava pejorativamente como “forasteiro e plebeu” ou ainda por “pernambucano”.  

O estopim do movimento foi o assassinato dos jovens Martins, Miragaia, Draúsio e Camargo, estudantes que formaram a primeira milícia civil encarregada dos preparativos para a guerra. Com o assassinato, o movimento batizou-se com o nome MMDC e ganhou o apoio de diversos setores da sociedade paulista incluindo o Partido Republicano Paulista e o Partido Democrático, o jornal O Estado de S. Paulo, a Força Pública de São Paulo e unidades do Exército. A trama tinha por objetivo a derrubada do governo de Getúlio Vargas e a proclamação de uma nova Constituição para o Brasil.

Os paulistas diziam que o governo federal pretendia se perpetuar no poder e implantar uma ditadura, já o governo federal alegava que os paulistas queriam separar o estado de São Paulo da federação. A guerra civil, que durou 3 (três) meses, teve um impacto militar tremendo de mais de 20 mil mortos, uma tragédia equiparável à quantidade de pracinhas mortos na campanha da Itália durante a 2ª guerra mundial.

Os paulistas sofreram uma derrota militar e política, mas não uma derrota moral. A guerra obrigou Vargas a instituir uma assembleia nacional constituinte que aprovou a constituição de 1934 e a trocar o interventor paulista por um outro indicado pelas elites cafeeiras. Além disso, a História preservou “estranhamente” a versão dos vencidos proposta pelos paulistas. Foi o preço a pagar pela deposição de um presidente que, ainda que eleito por um duvidoso pleito marcado por fraudes, tinha sido legitimamente sufragado pelas urnas. 

Celso Aparecido de Cerqueira Barreiro

Professor de História da E.M. Luiz Jacob


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ATIVIDADE 8: A CONTRARREVOLUÇÃO PAULISTA


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