A chamada "Revolução Paulista de 1932" foi um movimento contrarrevolucionário liderado pelas oligarquias cafeeiras que queriam que o país retornasse ao tempo que os coronéis controlavam o estado brasileiro. O movimento não conseguiu seu intento, e a guerra foi vencida pelas tropas de Getúlio, mas graças à força que São Paulo, a "locomotiva do país" deixou suas marcas na História e o Estado brasileiro precisou negociar com os revoltosos paulistas as condições da implantação do novo regime.
Conheça um pouco melhor essa história lendo o artigo da Professora Joelza Ester Domingues e a síntese produzida por seu professor (na sequência):
1932: A GUERRA DOS PAULISTAS CONTRA GETÚLIO VARGAS
UMA CONTRARREVOLUÇÃO PAULISTA
Na noite de 9 de julho de 1932 eclodiu, na capital paulista, a Revolução
Constitucionalista liderada pelo general Isidoro Dias Lopes. Os revolucionários
tomaram as principais estações ferroviárias, quartéis, prédios públicos, a
companhia telefônica, a sede dos correios e telégrafos, estações de telégrafo,
a Rádio Educadora Paulista, Rádio Record PRA-R e Rádio Cruzeiro do Sul, e
também os principais jornais paulistanos e o aeródromo do Campo de Marte. O
levante rapidamente repercutiu em várias cidades do interior do estado onde os
revolucionários tomaram pontos estratégicos como pontes, portos, estradas,
aeródromos.
O levante foi uma
resposta dos cafeicultores ao golpe que colocou no poder Getúlio Vargas em 1930. Com o golpe, Vargas
fechou as câmaras estaduais e substituiu os presidentes dos estados por
interventores nomeados por ele. Para São Paulo foi designado o tenente João
Alberto Lins de Barros a quem a oligarquia paulista tratava pejorativamente
como “forasteiro e plebeu” ou ainda por “pernambucano”.
O estopim do movimento foi o assassinato dos
jovens Martins, Miragaia,
Draúsio e Camargo, estudantes que formaram a primeira milícia civil encarregada
dos preparativos para a guerra. Com o assassinato, o movimento batizou-se com o
nome MMDC e ganhou o apoio de diversos setores da sociedade paulista incluindo
o Partido Republicano Paulista e o Partido Democrático, o jornal O Estado de S.
Paulo, a Força Pública de São Paulo e unidades do Exército. A trama tinha por
objetivo a derrubada do governo de Getúlio Vargas e a proclamação de uma nova
Constituição para o Brasil.
Os paulistas diziam que o governo federal pretendia se perpetuar no
poder e implantar uma ditadura, já o governo federal alegava que os paulistas
queriam separar o estado de São Paulo da federação. A guerra civil, que durou 3
(três) meses, teve um impacto militar tremendo de mais de 20 mil mortos, uma tragédia
equiparável à quantidade de pracinhas mortos na campanha da Itália durante a 2ª
guerra mundial.
Os paulistas sofreram uma derrota militar e política, mas não uma
derrota moral. A guerra obrigou Vargas a instituir uma assembleia nacional
constituinte que aprovou a constituição de 1934 e a trocar o interventor
paulista por um outro indicado pelas elites cafeeiras. Além disso, a História
preservou “estranhamente” a versão dos vencidos proposta pelos paulistas. Foi o
preço a pagar pela deposição de um presidente que, ainda que eleito por um
duvidoso pleito marcado por fraudes, tinha sido legitimamente sufragado pelas
urnas.
Celso Aparecido de Cerqueira Barreiro
Professor de História da E.M. Luiz Jacob
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ATIVIDADE 8: A CONTRARREVOLUÇÃO PAULISTA
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