6º ANO - ATIVIDADE 7 - 07 DE JUNHO DE 2021 - professora Andrea Fusco

 

Anote o cabeçalho com a data e o número da atividade em seu caderno de língua portuguesa.

VOCÊ DEVERÁ COPIAR TODAS AS PERGUNTAS NO CADERNO!

Importante: organize seu caderno de língua portuguesa. Não misture as atividades de língua portuguesa com outras matérias. Se puder, tenha um caderno só para língua portuguesa.

 

ATIVIDADE 7: O que veremos nesta atividade?

Nesta atividade, vamos ler e interpretar mitos de diferentes culturas, estabelecendo relações de intertextualidade entre eles e entre tantos outros que conhecemos.

TEXTO 1

RELAÇÕES DE INTERTEXTUALIDADE (copiar no caderno e estudar muito)

Relações de INTERTEXTUALIDADE são relações de semelhança entre dois ou mais textos. Por exemplo: quando lemos um texto e percebemos que ele nos faz lembrar de outros textos que já lemos antes, isso é intertextualidade.

Essas semelhanças podem ocorrer de muitas formas: entre dois textos escritos, entre um texto escrito e um texto oral, entre um livro e um filme, entre uma música e um filme, entre uma obra de arte e um livro. Enfim, são muitas as possibilidades.

Falando de outro modo:  é como se um texto dialogasse com o outro. Ou seja, um texto produzido anteriormente, em outra época, é retomado na produção de um novo texto. Popularmente, a intertextualidade pode ser chamada de “referência” ou “easter egg”. É comum as pessoas falarem de easter egg em filmes da Disney ou da Marvel e nos games também.

É fácil perceber a intertextualidade?

Nem sempre as semelhanças entre textos são percebidas por quem está lendo o texto ou assistindo a um filme, por exemplo. Tudo depende da capacidade de leitura e do conhecimento de cada um.

(Texto: professora Andrea Fusco, especialmente para esta atividade)

QUESTÕES

1. De acordo com o texto 1,  que são relações de intertextualidade? Quais os exemplos de intertextualidade apresentados no texto 1?

TEXTO 2

“O NASCIMENTO DO MUNDO”

No início só havia Kore, a energia, vagando na escuridão do espaço infinito. Então, veio a luz e surgiram Ranginui, o Pai Céu, e Papatuanuku, a Mãe Terra. Rangi e Papa tiveram muitos filhos: Tangaroa, deus das águas; Tane, deus das florestas; Tawhirmatea, deus dos ventos; Tumatauenga, deus da guerra, que deu origem aos seres humanos; e Uru, que não era deus de nada.

Rangi e Papa viviam num perpétuo abraço de amantes. Acontece que esse enlace apaixonado não deixava a luz penetrar entre seus corpos, onde ficavam os filhos. Obrigados a viver apertados e sempre no escuro, os jovens resolveram dar um basta na situação.

_Vamos matar Rangi e Papa e ficar livres deles! _ disse Tumatauenga.

_Não! _ disse Tane. _Vamos apenas separá-los, empurrando um para cima e deixando o outro embaixo. Assim sobrará espaço para nós e a luz vai poder entrar.

Todos acharam a ideia excelente.

Tane, que era o mais forte de todos, firmou bem os pés em Papa, encaixou os ombros no corpo de Rangi e o empurrou para cima com toda a força.

Os pais se separaram, mas _oh, decepção! _ só um pouco de luz chegou ao mundo dos filhos. Além disso, Rangi e Papa estavam nus e, longe um do outro, sentiam muito frio.

Comovido com a situação, Tane abrigou o pai com o negro manto da noite.

Para a mãe fez um vestido com as mais verdes e tenras folhas e as flores mais coloridas. Em torno dela fez ondular as águas azuis dos mares e rios de Tangaroa. Os ventos de Tawhirmatea sopravam suavemente seus cabelos. Os filhos de Tumatauenga já começavam a povoar o mundo recém criado.        

Olhando lá de cima os lindos trajes da mulher e sua participação no novo mundo, Rangi ficou doente de inveja. Sua dor cobriu o mundo com uma névoa úmida e cinzenta.

Refugiado em uma dobra do manto paterno, Uru chorava e chorava por não ter sido útil em nada aos pais e aos irmãos. Para que ninguém percebesse suas lágrimas, escondia-as em cestas e mais cestas. Mas Tane tudo percebera:

_Uru, meu irmão, preciso de sua ajuda!

_Nada tenho para dar, você bem sabe!

_Ora, Uru, você tem tantas cestas...

Surpreso e com medo de ser descoberto em sua fraqueza, Uru abaixou a cabeça: Não tem nada dentro delas, irmão.

Tane avançou e destampou uma das cestas. Dela voaram luzes faiscantes e risonhas para todos os lados. As lágrimas de Uru haviam se transformado em crianças-luz (para nós, estrelas).

_Uru, será que você podia me ceder duas de suas cestas? Seus filhos poderiam enfeitar e iluminar a morada de nosso pai...

Uru concordou. As duas cestas foram passadas para Te Waka o Tamareriti, uma canoa muito especial. Tane conduziu a canoa até o céu, espalhando sobre o manto de Rangi milhares de estrelinhas que riam e piscavam umas para as outras o tempo todo.

Quando Tane ia pegar a segunda cesta, esta tombou e se abriu, deixando as estrelas se espalharem numa grande faixa chamada Ikaroa, que cruzou o céu de lado a lado (para nós, a Via Láctea). Tane deixou Ikaroa e Waka o Tamareriti (que é a cauda da nossa constelação do Escorpião) no espaço celeste, onde se tornaram os guardiões das estrelas.          

                                         (Mito maori recontado por Maria de La Luz)

TEXTO 3

MITO NÓRDICO DA CRIAÇAO DO UNIVERSO

No início havia apenas o mundo do frio, chamado de Niflheim, e o mundo do calor, chamado de Muspell. Entre esses dois mundos havia um grande vazio __ Ginnungagup.  Quando frio e calor se uniram, a vida pôde então passar a existir no grande vazio.

O primeiro ser a existir foi Ymir, um ogro. Para que ele fosse alimentado, surgiu uma vaca gigante chamada Audumbla. Ymir alimentou-se do leite da vaca por um longo tempo, até que outros seres começaram a surgir, dentre eles estavam Odin, Vile e Ve.  Esses três irmãos mataram Ymir e com seu corpo criaram a terra. Do sangue de Ymir fizeram o oceano. De seus ossos, fizeram as montanhas. De sua cabeça, fizeram o céu. Com seus cabelos criaram as árvores e florestas. As fagulhas de Muspell, o calor, criaram as estrelas e os corpos celestes. Esse novo mundo foi chamado de Midgard, onde os humanos poderiam viver. Os deuses ficariam logo acima desse mundo, em Asgard. E abaixo de tudo está Niflheim, o reino da escuridão para onde vão os mortos por doenças ou velhice.

OS NOVE MUNDOS DOS VIKINGS

Não é fácil entender a formação do universo a partir da mitologia nórdica.  Nessas histórias, o mundo está dividido em nove partes. As principais são Midgard, Asgard e Niflheim. Ou seja: o nosso mundo, o céu e um mundo escuro e frio que poderíamos chamar de inferno. Os outros mundos são habitados por elfos (seres mágicos da luz ou da escuridão), gigantes de gelo, gigantes do fogo, deuses antigos que se uniram a Odin para formar o universo e guerreiros mortos nas batalhas. Todos esses mundos estão distribuídos em Yggdrasil, a árvore da vida.

O que liga Midgard (o nosso mundo) à  Asgard (a morada dos deuses) é uma ponte em forma de arco-íris chamada Bifrost. Em Asgard está Odin, o poderoso deus que governa os nove mundos. Loki, o deus da mentira e da trapaça, e sua filha, Hel, a senhora dos infernos, foram expulsos de Asgard por Odin. Niflheim é o mundo eles vivem __ o mais profundo mundo do universo, cheio de neblina, vento e chuvas geladas. É para Niflheim que vão os fantasmas das pessoas que morrem doentes ou por velhice.

Também é em Niflheim que está Nidhug, o dragão que vive a roer as raízes de Yggdrasil, a árvore da vida. Quando as raízes de Yggdrasil se partirem, começará o Ragnarök, a batalha final entre os deuses. Dizem que dessa batalha Loki sairá vencedor e Midgard (o nosso mundo) será destruído. Mas surgirá um novo mundo das cinzas que restarem desse nosso mundo.

 

QUESTÕES

Para entender melhor o que são relações de intertextualidade, para perceber as semelhanças entre textos, vamos comparar os mitos maori e nórdico de formação do universo.

1.Nos dois textos, há um vazio inicial.

a)Como se chama esse vazio no mito nórdico? De que ele era formado?

b)Como se chama esse vazio no mito maori? De que ele era formado?

2. Nos dois textos, temos um ser que surgiu primeiro, ou seja, um ser original.

a)Quem era esse ser no mito nórdico? Como ele era fisicamente? Como ele foi alimentado?

b)No mito maori, surgiram dois seres originais. Quem são eles?

3. No mito nórdico, o primeiro ser foi morto. Quem o matou? O que aconteceu com seu corpo?

4. No mito maori, os filhos tiveram que separar os pais. Por que eles fizeram isso? O que aconteceu depois?

5. Como se formaram as florestas no mito nórdico? E no mito maori?

6. De que forma surgiram as estrelas no mito nórdico?

7. De que forma surgiram as estrelas no mito maori?

8.Quais os principais mundos para os nórdicos? Como eles se associam à nossa cultura cristã?

9. O que é Yggdrasil?

10. Faça uma ilustração deYggdrasil com os três principais mundos e detalhes que você achou interessantes no texto.

 TEXTO 4

RAGNARÖK: A MORTE DOS DEUSES

O

 primeiro sinal de que o fim se aproximava surgiu quando Loki assassinou Baldur, o deus da justiça e da sabedoria. A morte de um deus pela mão de outro era delito grave e Loki foi condenado a cumprir pena em dos mundos inferiores. Ciente do que estava por vir, Odin selecionou os melhores guerreiros humanos que encontrou e começou a prepará-los para a batalha final, embora soubesse que não tinha chances de sair vitorioso.

Pouco tempo depois, Midgard mergulhou no caos. Um inverno muito rígido se estendeu por três anos e tornou inviável a vida dos humanos, que enlouqueceram e se viraram uns contra os outros. Sabendo disso, Loki conseguiu se libertar de sua prisão e, ao lado do terrível lobo Fenrir, um de seus filhos, começou a marchar em direção ao enfrentamento final. Na mesma época, Odin foi informado por Heimdall, o guardião da morada dos deuses, de que um exército de gigantes se dirigia até lá a bordo do Naglfar, a barca dos mortos — um navio construído apenas com as unhas de todas as criaturas que já haviam perecido nos nove mundos.

O dia deixou de raiar, pois as carruagens que levavam os deuses do Sol e da Lua pelo céu em sua rotina diária haviam sido atacadas por lobos e seus ocupantes foram devorados. Enquanto isso, Loki e o lobo seguiram para Asgard, destruindo tudo o que encontravam pelo caminho. Juntou-se à dupla o outro filho de Loki, Jormungand, uma serpente imensa que vivia no fundo do mar. Ao emergir para encontrá-los, ela provocou terremotos e ondas colossais que destruíram o pouco que ainda restavam do mundo.

Chegado o momento da batalha, os deuses deixaram Asgard e lutaram com bravura mesmo sabendo que a derrota era inevitável. Thor conseguiu vencer a grande serpente, mas morreu em seguida por efeito de seu veneno. Odin foi dilacerado pelo lobo Fenrir, mas foi vingado por um de seus descendentes. Loki e Heimdall se enfrentaram até a morte e ambos pereceram devido aos ferimentos. Por todo o campo de batalha, os guerreiros humanos lutaram contra os gigantes de igual para igual, mas nem isso foi suficiente. Após os deuses terem sido derrotados, o mundo afundou em um mar escuro e tudo passou a ser apenas escuridão e silêncio, como era o vácuo anterior à criação de Midgard.

Mas o fim do mundo não seria definitivo. Muitas eras mais tardes, Baldur voltaria do reino dos mortos e, ajudado pelos filhos de Odin, construiria um mundo ainda mais bonito e fértil do que aquele em que viviam os vikings. Assim como nos ciclos da natureza, a morte aparece no Ragnarök como uma possibilidade de renovação: algo constante nesse universo mitológico, onde o fim também é um começo.                        

 (Lendas Medievais – São Paulo: Abril, 2014. (Dossiê Superinteressante) p. 25-26)

QUESTÕES

11.Leia o texto 4 com atenção e a partir dele, explique o que é o Ragnarök e como ele acontecerá.

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