7ºANO
2º BIMESTRE - CAPOEIRA
Copiem no caderno
COMPETÊNCIAS E HABILIDADES A SEREM
CONTEMPLADAS
Experimentar esportes
técnico-combinatórios.
Praticar uma ou mais modalidades
esportivas, usando habilidades técnico-táticas básicas.
Contribuir no enfrentamento de situações
de injustiça e preconceito, geradas e/ou presentes no contexto das práticas
corporais vivenciadas.
Reconhecer as principais regras das
modalidades praticadas.
Compreender a origem de uma ou mais
modalidades esportivas praticadas.
Formular e utilizar estratégias
básicas das lutas da cultura brasileira experimentadas.
Identificar as características das
lutas da cultura brasileira.
Compreender as transformações
históricas das lutas da cultura brasileira, bem como as possibilidades de
recriá-las
Identificar locais na comunidade
onde são praticadas lutas da cultura brasileira.
PROCESSO HISTÓRICO
A capoeira ou capoeiragem é
uma expressão cultural brasileira que mistura arte marcial, esporte, cultura
popular, dança e música. Desenvolvida no Brasil por
descendentes de escravos africanos, é caracterizada por golpes e
movimentos ágeis e complexos, utilizando primariamente chutes e rasteiras, além
de cabeçadas, joelhadas, cotoveladas, acrobacias em
solo ou aéreas.
Uma característica que distingue a
capoeira da maioria das outras artes
marciais é a sua musicalidade. Praticantes desta arte marcial
brasileira aprendem não apenas a lutar e a jogar, mas também a tocar os
instrumentos típicos e a cantar. Um capoeirista que ignora a musicalidade é
considerado incompleto.
Considera-se que a capoeira tenha
surgido em fins do século XVI no Quilombo dos Palmares, situado na então Capitania de Pernambuco.
A Roda de Capoeira foi registrada
como bem cultural pelo IPHAN no ano de 2008, com base em
inventário realizado nos estados de Pernambuco,
da Bahia e
do Rio de Janeiro. E em novembro de 2014, recebeu o título
de Patrimônio Cultural
Imaterial da Humanidade pela UNESCO.
A partir do século XVI, Portugal começou a
enviar escravos para o Brasil, provenientes primariamente da África Ocidental.
Os povos mais frequentemente vendidos no Brasil faziam parte dos povos iorubá, jeje e hauçá e
do grupo banto (incluindo
os congos, os quimbundos e os Kasanjes),
provenientes dos territórios localizados atualmente em Angola e Congo.
No século
XVII, era costume dos povos pastores do sul da atual Angola, na África,
comemorar a iniciação dos jovens à vida adulta com uma cerimônia
chamada n'golo (que significa "zebra" em quimbundo).
Durante a cerimônia, os homens
competiam numa luta animada pelo toque de atabaques em que ganhava quem
conseguisse encostar o pé na cabeça do adversário.[carece de fontes] O
vencedor tinha o direito de escolher, sem ter de pagar o dote, uma noiva entre
as jovens que estavam sendo iniciadas à vida adulta.[carece de fontes] Com
a chegada dos invasores portugueses e a escravização dos povos africanos, esta
luta foi introduzida no Brasil.
No Brasil, assim como no restante da
América, os escravos africanos eram submetidos a um regime de trabalho forçado.
Eram também forçados a adotar a língua portuguesa e a religião católica. Como
expressão da revolta contra o tratamento violento a que eram submetidos, os
escravos passaram a praticar as artes marciais de suas pátrias de origem nos
terrenos de mata mais rala conhecidos como "capoeiras" (termo que vem
do tupi kapu'era, que significa "mata que foi", se referindo aos
trechos de mata que eram queimados ou cortados para abrir terreno para
plantações dos índios). Essa prática
levou gradualmente ao surgimento da arte marcial conhecida como capoeira.
No século XVI, Portugal tinha
um dos maiores impérios coloniais da Europa, mas carecia de mão de obra para
efetivamente colonizá-lo. Para suprir este déficit, os colonos portugueses, no
Brasil, tentaram, no início, capturar e escravizar os povos indígenas, algo que logo se demonstrou
impraticável. A solução foi o tráfico de escravos africanos.
A principal atividade econômica
colonial do período era o cultivo da cana-de-açúcar. Os colonos portugueses
estabeleciam grandes fazendas, cuja mão de obra era primariamente escrava. O
escravo, vivendo em condições humilhantes e desumanas, era forçado a trabalhar
à exaustão, frequentemente sofrendo castigos e punições físicas. Mesmo
sendo em maior número, a falta de armas, a lei vigente, a discordância entre
escravos de etnias rivais e o completo desconhecimento da terra em que se
encontravam desencorajavam os escravos a rebelar-se. Neste meio, começou a
nascer a capoeira. Mais do que uma técnica de combate, surgiu como uma
esperança de liberdade e de sobrevivência, uma ferramenta para que o negro
foragido, totalmente desequipado, pudesse sobreviver ao ambiente hostil e
enfrentar a caça dos capitães do mato, sempre armados e montados a
cavalo.
A luta regional baiana
Em 1932, um período em que a
perseguição à capoeira já não era tão acentuada, mestre
Bimba, exímio lutador no ringue e em lutas de rua ilegais, fundou em Salvador a
primeira academia de capoeira da história. Bimba, ao analisar o modo como
diversos capoeiristas utilizavam suas habilidades para impressionar turistas,
acreditava que a capoeira estaria perdendo sua eficiência como arte marcial.
Dessa forma, Bimba, com auxílio de seu aluno José Cisnando Lima, enxugou
a capoeira, tornando-a mais eficiente para o combate e inseriu alguns
movimentos de outras artes marciais, como o batuque. Mestre Bimba também
desenvolveu um dos primeiros métodos de treinamento sistemático para a
capoeira. Como a palavra capoeira ainda era proibida pelo código Penal, Bimba
chamou seu novo estilo de Luta Regional Baiana.[30]
Em 1937, Bimba fundou o
centro de Cultura Física e Luta Regional, com alvará da secretaria da Educação,
Saúde e Assistência de Salvador. Seu trabalho obteve aceitação social, passando
a ensinar para as elites econômicas, políticas, militares e universitárias.[30] Finalmente,
em 1940, a
capoeira saiu do código Penal brasileiro e deixou definitivamente a ilegalidade.
Começou, então, um longo
processo de desmarginalização da capoeira.
Em pouco tempo a notoriedade da
capoeira de Bimba demonstrou ser um incômodo aos capoeiristas tradicionais, que
perdiam espaço e continuavam a ser malvistos. Esta situação desigual começou a
mudar com a inauguração do Centro Esportivo de Capoeira Angola, em 1941,
por mestre Pastinha. Localizado
no Pelourinho,
em Salvador, o centro atraía diversos capoeiristas que preferiam manter a
capoeira em sua forma mais original possível. Em breve, a notoriedade do centro
cunhou em definitivo o termo "capoeira angola" como nome do estilo
tradicional de capoeira. O termo não era novo, sendo, já na época do império,
a prática da capoeira apelidada, em alguns locais, de "brincar de
angola" e diversos outros mestres que não seguiam a linha de Pastinha
acabaram adotando-o.
Atualmente
Hoje em dia, a capoeira se tornou não apenas uma arte
ou um aspecto cultural, mas uma verdadeira exportadora da cultura brasileira
para o exterior. Presente em dezenas de países em todos os continentes, todo
ano a capoeira atrai ao Brasil milhares de alunos estrangeiros e,
frequentemente, capoeiristas estrangeiros se esforçam em aprender a língua portuguesa em um esforço para melhor
se envolver com a arte. Mestres e contra-mestres respeitados são constantemente
convidados a dar aulas especiais no exterior ou até mesmo a estabelecer seu
próprio grupo. Apresentações de capoeira, geralmente administradas em forma de
espetáculo, acrobáticas e com pouca marcialidade, são realizadas no mundo
inteiro.
O aspecto marcial ainda se faz muito
presente e, como nos tempos antigos, ainda é sutil e disfarçado. A malandragem
é sempre presente, capoeiristas experientes raramente tiram os olhos de seus
oponentes em um jogo de capoeira, já que uma queda pode chegar disfarçada até
mesmo em um gesto amigável. Símbolo da cultura afro-brasileira, símbolo da
miscigenação de etnias, símbolo de resistência à opressão, a capoeira mudou
definitivamente sua imagem e se tornou fonte de orgulho para o povo brasileiro.
Atualmente, é considerada patrimônio Cultural Imaterial do
Brasil.
Roda de capoeira
A roda de capoeira é um círculo de
capoeiristas com uma bateria musical em que a capoeira é jogada, tocada e
cantada. A roda serve tanto para o jogo, divertimento e espetáculo, quanto para
que capoeiristas possam aplicar o que aprenderam durante o treinamento. Os
capoeiristas se perfilam na roda de capoeira cantando e batendo palmas no ritmo
do berimbau enquanto
dois capoeiristas jogam capoeira. O jogo entre dois capoeiristas pode terminar
ao comando do tocador de berimbau ou quando algum outro capoeirista da roda
"compra o jogo", ou seja, entra entre os dois e inicia um novo jogo
com um deles.
Em geral, o objetivo do jogo da
capoeira não é o nocaute ou destruir o oponente. O maior objetivo do
capoeirista ao entrar em uma roda é a queda, ou seja, derrubar o oponente sem
ser golpeado, preferencialmente com uma rasteira. Na maioria das vezes, entre o
jogo de um capoeirista mais experiente e um novato, o capoeirista experiente
prefere mostrar sua superioridade "marcando" o golpe no oponente, ou
seja, freando o golpe um instante antes de completá-lo.
A ginga é
o movimento básico da capoeira, mas além da ginga, também são muito comuns os
chutes em rotação, rasteiras, floreios (como o aú ou a
bananeira), golpes com as mãos, cabeçadas, esquivas, acrobacias (como o salto
mortal), giros apoiados nas mãos ou na cabeça e movimentos de grande
elasticidade.
Angola
Capoeira Angola refere-se a toda a
capoeira que mantém as tradições da época anterior à da criação do estilo
Regional. Em outras palavras é a capoeira mais tradicional. Existindo em
diversas áreas do país desde tempos mais remotos, notadamente no Rio de Janeiro, em Salvador e
em Recife,
é impossível precisar onde e quando a capoeira Angola começou a tomar sua forma
atual.
O nome "Angola" já começa
a aparecer com os negros que vinham para o Brasil oriundos da África,
embarcados no Porto de Luanda, que, independente de sua origem, eram designados na
chegada ao Brasil de "negros de Angola". Em alguns locais, a
população se referia ao jogo de capoeira como "brincar de Angola" e,
de acordo com Mestre Noronha, o "Centro
de Capoeira Angola Conceição da Praia", criado pela nata da capoeiragem
baiana, já utilizava ilegalmente o nome "capoeira Angola" no início
da década de 1920.[35]
O nome "Angola" foi
finalmente imortalizado por Mestre
Pastinha, ao inaugurar em 23
de fevereiro de 1941 o "Centro Esportivo de capoeira Angola"
(CECA). Pastinha foi conhecido como grande defensor da "capoeira
tradicional", prestigiadíssimo por capoeiristas de renome como Mestre João Grande e Mestre
Moraes. Com o tempo, diversos outros grupos de "capoeira
tradicional" passaram a adotar o nome Angola para seus estilos.
A Angola é o estilo mais próximo de
como os escravos lutavam ou jogavam a capoeira. Caracterizada por ser
estratégica, com movimentos furtivos executados perto do solo ou em pé
dependendo da situação a enfrentar, ela enfatiza as tradições da malícia, da
malandragem e da imprevisibilidade da capoeira original. Alguns angoleiros afirmam
que seu domínio é muito complicado, envolvendo não só a parte mecânica do jogo
mas também características como sutileza, o subterfúgio, a dissimulação, a
teatralização, a mandinga ou mesmo a brincadeira para superar o oponente. A
bateria típica em uma roda de capoeira Angola é composta por três berimbaus,
dois pandeiros,
um atabaque,
um agogô e
um ganzuá.
Regional
A capoeira regional começou a nascer
na década de 1920, do encontro de mestre
Bimba com seu futuro aluno, José Cisnando Lima. Ambos
acreditavam que a capoeira estaria perdendo seu valor marcial e chegaram à
conclusão de que uma reestruturação era necessária. Bimba criou, então, sequências de ensino e
metodizou o ensino de capoeira. Aconselhado por Cisnando, Bimba chamou sua
capoeira de Luta Regional Baiana, visto que a capoeira ainda era ilegal na
época.
A base da "capoeira
regional" é a capoeira tradicional mais enxuta, com menos subterfúgios e
maior objetividade. O treinamento era mais focado no ataque e no contra-ataque,
com muita importância para a precisão e a disciplina. Bimba também incorporou
alguns golpes de outras artes marciais, notadamente o batuque, antiga luta de rua
praticada por seu pai. O uso de acrobacias e saltos era mínimo: um dos
fundamentos era sempre manter ao menos uma base de apoio. Como dizia Mestre
Bimba, "o chão é amigo do capoeirista". A capoeira regional também
introduziu, na capoeira, o conceito de graduações. Na academia de mestre Bimba,
existiam três níveis hierárquicos: calouro, formado e formado especializado. As
graduações eram determinadas por um lenço amarrado na cintura.
As tradições da roda e do jogo de
capoeira foram mantidas, servindo para a aplicação das técnicas aprendidas em
aula. A bateria, contudo, foi modificada, sendo composta por um único berimbau
e dois pandeiros. Uma das maiores honras para um discípulo era a permissão para
jogar iúna. O jogo de iúna tinha a função simbólica de
promover a demarcação do grupo dos formados para o grupo dos calouros. A única
peculiaridade técnica do jogo de iúna em relação aos jogos realizados em outros
momentos da roda de capoeira era a obrigatoriedade da aplicação de um golpe
pré-estabelecido no desenrolar do jogo. O jogo também destacava-se pela maior
habilidade dos capoeiristas que o executavam. O jogo de iúna era praticado
apenas ao som do berimbau, sem palmas ou outros instrumentos, o que reforçava
seu caráter solene. Ao final de cada jogo, todos os participantes aplaudiam os
capoeiristas que saíam da roda.
A luta regional baiana tornou-se
rapidamente popular, levando a capoeira ao grande público e finalmente mudando
a imagem do capoeirista, tido no Brasil até então como um marginal. Das muitas
apresentações que mestre Bimba fez com seu grupo, talvez a mais conhecida tenha
sido a ocorrida em 1953 para o então presidente da república Getúlio
Vargas, ocasião em que teria ouvido do presidente: "A capoeira é o
único esporte verdadeiramente nacional".
Capoeira contemporânea
A partir da década
de 1970 um estilo misto começou a adquirir notoriedade, com alguns
grupos unindo os fatores que consideravam mais importantes
da Regional e da Angola. Notadamente mais acrobático, este
estilo misto é visto por alguns como a evolução natural da capoeira,
por outros como descaracterização ou até mesmo mal-interpretação das tradições
capoeirísticas. Com o tempo, toda capoeira que não seguia as linhas da Regional
ou da Angola, mesmo as amalgamadas com outras artes marciais, passou a se
denominar "Contemporânea".
Quadro com os nomes dos golpes
Mortais
|
Traumatizantes
|
Desequilibrantes
|
Esquivas
|
Fugas
|
Floreios
|
Meia-lua
de compasso
|
Rasteira
|
Negativa
|
|||
Rabo de
arraia
|
Martelo
|
Vingativa
|
Macaco
|
Relógio
|
|
Aú
chibata
|
Meia-lua
de frente
|
Banda
|
Esquiva
|
S-Dobrado
|
Pião de
mão
|
Armada
|
Arrastão
|
Cocorinha
|
Saca-rolha
|
||
Queixada
|
Tesoura
|
Rolé
|
Mortal
|
||
Ponteira
|
Queda de
quatro
|
Parafuso
|
|||
Bênção
|
Queda de
rins
|
Folha
seca
|
|||
Cotovelada
|
|||||
Cabeçada
|
|||||
Palma
|
|||||
Joelhada
|
REFERENCIAS
Wikipedia
Nenhum comentário:
Postar um comentário