9º ANO – ATIVIDADE 2– 03/03/2021
Prof.ª Andrea Fusco
Anote o cabeçalho com a data e o número da atividade seu
caderno de língua portuguesa.
VOCÊ DEVERÁ
COPIAR TODAS AS PERGUNTAS NO CADERNO!
TEXTO 1: GÊNEROS TEXTUAIS DE DIVULGAÇÃO
CIENTÍFICA
Os gêneros de divulgação
científica
Os textos de
divulgação científica envolvem duas áreas da atividade humana: a científica e a
jornalística. Esses textos podem ser escritos, falados ou audiovisuais e seu
principal objetivo é transmitir o conhecimento científico desenvolvido em
pesquisas e trabalhos acadêmicos para o público em geral, ou seja, levar
conhecimento científico para as pessoas comuns. Os textos de divulgação
científica contribuem, portanto, para a conscientização das pessoas sobre
assuntos importantes para suas próprias vidas, para o planeta Terra, para os
seres humanos.
Até pouco
tempo atrás, os textos de divulgação científica circulavam apenas em revistas
especializadas ─ como, por exemplo, as revistas Superinteressante, Galileu
e Ciência Hoje ─ ou seções de jornais impressos dedicadas às ciências.
Mas, com a popularização da internet no Brasil e no mundo, esses textos
passaram a circular em sites, portais e canais do YouTube
dedicados às ciências e à divulgação do conhecimento científico em diferentes
áreas como biologia, história, sociologia, filosofia entre tantas outras.
A
linguagem dos textos de divulgação científica
Os textos de
divulgação científica adaptam a linguagem científica (cheia de termos e
expressões complicadas) para um público leitor comum e heterogêneo (de idades e
escolaridades diferentes). Não é um texto narrativo porque não se ocupa de
fatos e ação de personagens. É um texto dissertativo porque se ocupa de um
tema, de um assunto que se quer explicar, esclarecer.
Há, portanto,
um processo de adequação da linguagem a um novo interlocutor: o leitor comum,
que, normalmente, é leigo ou quase leigo em conceitos científicos.
Os textos científicos
não usam a primeira pessoa do singular (eu). Ou seja: os verbos e pronomes
usados no texto não concordam com a primeira pessoa do singular. Usam a
terceira pessoa do singular ou do plural acompanhada do pronome oblíquo “se”.
Ou ainda a primeira do plural (nós), conhecida por plural de modéstia. Assim
sendo, no discurso científico ocorre o apagamento do “eu” e a valorização
daquilo que está sendo descrito ou analisado e não de quem escrevendo ou
falando. A ciência é maior que o cientista, que é apenas um porta-voz do
conhecimento científico. Quanto mais neutro, menos individual for o texto,
maior será sua credibilidade. A impessoalidade cria a impressão de “verdade”.
Para
facilitar a compreensão de seu público alvo, os textos de divulgação científica
quase sempre fazem uso de comparações, exemplos e metáforas que tornam os
conceitos mais didáticos, mais simplificados para o leitor leigo no assunto
tratado. Na tentativa de atingir um público mais jovem, muitos canais do YouTube
voltados para divulgação científica, apresentam seus temas em linguagem mais
simples e próxima do cotidiano.
(Texto:
professora Andrea Fusco, especialmente para esta atividade)
QUESTÕES
1) DE
ACORDO COM O TEXTO 1, o que são textos de divulgação científica? Por onde esses
textos circulam (ou seja: onde podemos encontrá-los)?
2) DE
ACORDO COM O TEXTO 1, quais as características da linguagem usada em textos de
divulgação científica?
TEXTO 2
Obesidade e diabetes: o papel central do açúcar
M.C. Sanz, A.
Pérez, E. Álvarez, V. Hurtado
*The
Conversation
30 agosto 2020
Quando
comemos um pedaço de pão ou uma bala, os níveis de glicose (coloquialmente
chamado de "açúcar") no sangue sobem em poucos minutos.
Para
entendermos exatamente o que acontece, é preciso acompanhar a trajetória do
alimento no nosso organismo.
Minutos
depois de ingerirmos um pedaço de pão, ele chega digerido (pelo estômago) ao
intestino delgado.
As
células intestinais absorvem os nutrientes que ele continha — entre os quais, a
glicose — e, como estão em contato direto com o sistema circulatório,
imediatamente são jogados na corrente sanguínea. Como consequência, a
concentração de glicose no sangue dispara. É fácil deduzir o que acontece
depois.
O
sangue transporta a glicose até os órgãos que necessitam de
"combustível". Assim, eles conseguem obter a energia necessária (por
meio de uma molécula chamada adenosina trifosfato, também conhecida como ATP)
para desempenhar suas funções.
O
problema é quando há uma situação em que o excesso ou déficit de glicose leva
ao aparecimento de doenças.
Daí
a importância de que ela esteja em equilíbrio. É o "yin e yang" da
glicose.
As
células requerem um abastecimento permanente de glicose para realizarem suas
funções vitais.
Esse
aporte, contudo, não é contínuo — está limitado à nossa ingestão de alimentos.
Como
então garantir que as células recebam açúcar de forma constante sem comer a
toda hora?
Há
detectores celulares espalhados pelo organismo (no fígado, pâncreas, no hipotálamo)
que monitoram a disponibilidade de glicose.
O papel do fígado
Quando
o nível no sangue está alto (imediatamente após uma refeição, por exemplo), o
fígado estoca uma parte do "açúcar" em forma de glicogênio para que
seja consumido assim que o corpo precise — em períodos de jejum ou quando
estamos dormindo.
Nesse
caso, o glicogênio é reconvertido em glicose e liberado na corrente sanguínea
para que seja utilizado pelos órgãos.
Mas
a missão do fígado não acaba por aí.
Ele
também converte o excesso de açúcares em triglicérides (gordura), que serão
armazenados no tecido adiposo como reserva de energia.
Em
momentos de jejum prolongado, os triglicérides são hidrolisados e convertidos
em ácidos graxos que "viajam" pela corrente sanguínea para que sejam
degradados (ou oxidados) nas mitocôndrias para produzir energia.
Pâncreas, a chave do processo
O
pâncreas, por sua vez, também tem um papel muito importante no equilíbrio dos
níveis de glicose no sangue.
Uma
de suas funções é verificar se eles estão em excesso e responder com a secreção
de hormônios que tentarão normalizar essas taxas.
O
mais conhecido desses hormônios é a insulina, que é liberada quando a glicemia
sobe e manda uma ordem contundente às células: "capturem a glicose do
sangue e tratem de gastá-la ou armazená-la".
Como
consequência, o nível de açúcar no sangue diminui.
Fome, saciedade e obesidade
No
cérebro, o hipotálamo permanece vigilante aos níveis de glicose.
Essa
área tem a importante função de regular a ingestão de alimentos controlando as
sensações de fome e saciedade.
Logo
depois das refeições, a mensagem que ele libera é: "há muita glicose,
precisamos parar de comer; vou acionar o sinalizador de saciedade".
Diante
do funcionamento de todo esse sistema, é fácil supor o que acontece se
ingerirmos mais comida (nutrientes) do que "queimamos" (gasto
energético).
O
equilíbrio é descompensado e o corpo retira o que pode da corrente sanguínea e
"fabrica" gordura.
A
consequência imediata disso é o ganho de peso. E, se a situação se mantém, a obesidade.
Às
vezes, o desequilíbrio acontece porque alguma das etapas listadas anteriormente
está alterada.
E,
se os níveis de glicose se mantêm altos inclusive em períodos de jejum,
caracterizando a hiperglicemia, o corpo pode desenvolver o diabetes.
Dois elementos chave
A
nível molecular, existem dois pontos chave no controle do desenvolvimento da
obesidade e do diabetes.
De
um lado estão os sensores, dispositivos moleculares que se encontram nas
células que detectam os níveis de glicose ou de ATP.
Exemplos
são as proteínas glucoquinase (GCK), o transportador de glicose tipo-2 (GLUT2),
a quinase ativada por AMP (AMPK), a quinase contendo domínio PAS (PASK) ou o
alvo da rapamicina em mamíferos (mTOR).
De
outro, é preciso que haja uma resposta correta da insulina, ou seja, que as
células sejam capazes de identificar e responder a esse hormônio adequadamente.
São
encarregados dessa função uma série de receptores localizados na membrana das
células. Assim como um conjunto de proteínas intracelulares (IR, IRS, PI3K,
AKT, etc).
Se
o mecanismo falha em algum ponto, as células não respondem à insulina e o
açúcar excedente no sangue não é eliminado. É o que se conhece como resistência
à insulina, que tem como consequência o diabetes tipo 2.
Companheiro da velhice
Com
o passar dos anos, as células envelhecem e os mecanismos de resposta molecular
à insulina se deterioram e vão perdendo a funcionalidade.
Por
isso, é comum nessa fase o desenvolvimento da resistência à insulina e do
diabetes tipo 2, uma doença recorrente na terceira idade.
A
obesidade, entretanto, pode fazer com que esse processo aconteça mais cedo.
Nesse
caso, o tecido adiposo passa a armazenar um excesso de gordura além de sua
capacidade e fica hipertrofiado, o que provoca um esgotamento na resposta à
insulina.
Um em cada quatro
Os
tecidos acabam sendo menos eficientes no processo de captar e gastar a glicose,
o que leva a um aumento dos açúcares no sangue (hiperglicemia) e, por
conseguinte, ao diabetes tipo 2.
Na
Espanha, um em cada quatro idosos tem a doença.
De
acordo com a Sociedade Espanhola de Geriatria e Gerontologia, 40% das pessoas
com mais de 65 anos no país têm diabetes, cerca de 2,12 milhões.
No
Brasil, dados
de 2019 apontam
que 7,4% da população brasileira tem diabetes. Entre a população com mais de 65
anos, o percentual sobe para 23%.
Assim,
esta é uma questão premente de saúde pública, especialmente diante das
complicações associadas a essa enfermidade: problemas cardiovasculares,
retinopatia diabética, nefropatias, neuropatia diabética, etc.
Pesquisa
Por
isso, é importante que sejam realizados estudos tanto com o objetivo de
entender em ainda maior profundidade o funcionamento dos mecanismos moleculares
quanto de desenvolver remédios para controlar os sensores de glicose.
É
exatamente a isso que nosso grupo de pesquisa se dedica há anos na Universidade
Complutense de Madrid.
Estudamos
os sensores no nível do hipotálamo, do fígado e do tecido adiposo para
enfrentarmos uma doença responsável por muitas mortes em todo o mundo.
Atualmente,
há ainda uma nova enfermidade que, quando atinge pacientes com diabetes,
aumenta bastante a probabilidade de óbito. Estamos falando, claro, da covid-19.
A pesquisa da relação entre as duas enfermidades é necessária e urgente.
*María del Carmen Sanz Miguel, Ana Pérez
García, Elvira Álvarez García y Verónica Hurtado Carneiro formam parte da
equipe de pesquisadores da Universidade Complutense de Madrid.
Este artigo foi publicado originalmente
no site The Conversation. Clique
aqui para ler o original.
(Disponível em https://www.bbc.com/portuguese/geral-53857227#:~:text=Essa%20%C3%A1rea%20tem%20a%20importante,acionar%20o%20sinalizador%20de%20saciedade%22 Acesso em 19 de
outubro de 2020).
QUESTÕES
3. O texto 2 é um texto de divulgação científica publicado no portal de notícias da BBC Brasil. Assim sendo, responda:
a) Qual o assunto do texto?
b) Qual o público alvo (interlocutor) desse texto?
c) Faça um pequeno resumo do texto, demonstrando as informações mais importantes dadas nessa reportagem.
_______________________________________________________________
TEXTO 3
HISTÓRIA DAS VACINAS – CANAL NERDOLOGIA
Para assistir ao vídeo, acesse o link
abaixo
Assista ao vídeo com atenção para responder a essas questões.
4. Quem é o especialista que apresenta esse vídeo? Qual a formação dele?
5. Sobre a variolação, responda:
a) Onde surgiu essa prática?
b) Como se fazia a variolação?
c) Quais os resultados dessa prática para a imunidade das pessoas?
6. Comente como se deu a atuação do médico inglês Edward Jenner, em 1796, no processo de descoberta da vacina contra a varíola.
7. Faça um pequeno resumo do texto 3 (vídeo), indicando os principais pontos da história das vacinas nele apresentados.
____________________________________________________________
8. PESQUISA
1º passo: Escolha um tema relacionado a ciências
humanas (História, Linguística, Direito, Sociologia, Filosofia entre outras) ou
ciências da natureza (Biologia, Física, Química, Astronomia entre outras).
2º passo: Pesquise sobre esse tema em
diferentes fontes (sites, canais do YouTube, livros, revistas). Anote TODAS as
fontes que pesquisar.
3º passo: Aprofunde seus conhecimentos
sobre o tema, faça anotações que julgar importantes, memorize dados, estabeleça
relações possíveis entre os textos pesquisados. Se houver possibilidade,
converse com um especialista ou conhecedor do tema.
4º passo: Escreva, em seu caderno, suas considerações
sobre o tema.
Nenhum comentário:
Postar um comentário