O que veremos nesta atividade?
Nesta
atividade, vamos estudar o que é argumentação e quais os tipos de argumento
mais comuns nos textos de opinião. Em seguida, vamos ler dois textos
argumentativos sobre assuntos da atualidade e analisar as estratégias
argumentativas de cada um.
Anote o cabeçalho
com a data e o número da atividade em seu caderno de língua portuguesa.
VOCÊ DEVERÁ COPIAR
TODAS AS PERGUNTAS NO CADERNO!
TEXTO 1 – Somente para leitura
ARGUMENTAR
É PRECISO
O
princípio da argumentatividade está relacionado com o surgimento das primeiras
democracias. Na Grécia antiga, aqueles que eram cidadãos eram chamados para
defender seus pontos de vista sobre problemas da cidade, ou seja, eram
convidados a argumentar. Os gregos ensinavam a arte da persuasão. Ou seja: a
arte de convencer o outro a agir e/ou pensar de acordo com seu
locutor/interlocutor. Apesar de parecer uma característica humana inata, ou
seja, que faz parte da nossa natureza desde que nascemos, argumentar é algo que
se desenvolve com o passar do tempo e com a experiência de cada um.
Podemos concluir, então, que
argumentar é algo subjetivo? Sim e não. A resposta para essa pergunta é
bastante complexa. Ao mesmo tempo em que nossos argumentos representam a nossa
visão da realidade, não devemos defender ideias apenas por “achismo”, nossos
argumentos precisam ser fundamentados em princípios gerais que surgem do
conhecimento construído pela espécie humana no decorrer do tempo com base na
ciência e na vivência coletiva também. É preciso desenvolver nossa capacidade
de argumentar para expormos nossas opiniões com clareza e racionalidade, sem
nos deixar levar pela emoção exacerbada nem por ideologias extremistas que só
geram ódio e divisão entre as pessoas.
(Texto: Professora Andrea Fusco, especialmente para esta
atividade)
TEXTO 2: (PARA COPIAR NO SEU CADERNO)
TIPOS DE ARGUMENTO
Para
persuadirmos nossos interlocutores, ou seja, para convencê-los de que nossas
opiniões são válidas, não basta fazer uso de achismos e observações
superficiais da realidade. É preciso aprender a desenvolver argumentos
convincentes. Abaixo temos os tipos de argumento mais comuns no processo de
argumentação.
Tipos de argumento
ØArgumento de autoridade: é aquele que apresenta
o conhecimento de um ou mais especialistas no assunto tratado no texto. Esse
tipo de argumento também é chamado de “citação de autoridade”. Vale ressaltar
que, nesse contexto, a palavra “autoridade” não está relacionada à autoridade
legal ou policial, mas à autoridade científica obtida por meio de estudos,
pesquisas e aprofundamento em uma área do conhecimento.
ØArgumento por evidência: é aquele que
apresenta dados, estatísticas, resultado de pesquisas, números que comprovam a
informação usada como argumento.
ØArgumento por exemplificação: é aquele que
apresenta exemplos, fatos e situações que reafirmam uma opinião.
ØArgumento de causa e consequência: é aquele
apresenta um raciocínio lógico com relações de causa e consequência.
ØArgumento da competência linguística: é aquele que apresenta uma linguagem bem elaborada e totalmente de adequada ao interlocutor. Trata-se de uma estratégia não apenas de domínio da linguagem, mas da situação em que estão envolvidos locutor e interlocutor.
Ø Importância da escolha do ponto de vista – artigo de opinião e outros gêneros dissertativos argumentativos
Uso da 1ª pessoa do singular (eu) – indica um posicionamento
assumido pelo autor de forma individualizada. Esse posicionamento pode tanto
fortalecer quanto enfraquecer uma opinião. Se o autor é alguém que ocupa um
lugar de destaque na sociedade ou se é um especialista no assunto sobre o qual
escreve, a 1ª pessoa do singular fortalecerá seu texto.
Uso da 3ª pessoa (ele/ela; eles/elas) ou da 1ª pessoa do
plural (nós) – nesses casos, o autor apresenta seus posicionamentos de forma
mais generalizada, fazendo parecer ao interlocutor que a opinião dada é
compartilhada socialmente. O uso de “nós” ou “as pessoas”, por exemplo, no lugar de “eu”, pode dar mais credibilidade
ao texto argumentativo porque dá
impessoalidade ao texto, isto é, torna sua opinião menos emotiva, fazendo-a
parecer mais racional. (Texto: Professora Andrea Fusco, especialmente para esta
atividade)
TEXTO 3 (para ler)
Questão de inteligência
(3ºparágrafo) Podíamos estar em situação melhor?
Certamente. Como? Se tivéssemos investido vigorosamente numa vacina brasileira.
Se não tivéssemos nos esbaldado nas festas de fim de ano e no carnaval. Se
tivéssemos corrido na frente pela compra de vacinas estrangeiras. Se não
fôssemos campeões de negacionismo. Se não preferíssemos apostar em medicamentos
sem eficácia comprovada pela maioria da comunidade científica. Se nossas
autoridades dessem bons exemplos sempre usando máscaras e passando mensagens de
proteção e higiene. Se não errássemos no básico mandando vacinas do Amazonas ao
Amapá por falha de logística. Se não minimizássemos o perigo com tanta
prepotência.
(4ºparágrafo) As imagens de gente nas praias me
desconcertam. Que desespero é esse por praia? Não dá para segurar um pouco?
Entre o risco de pegar uma doença grave, transmissível a outras, abarrotando
hospitais, e o prazer de um banho de mar ou de uma tarde na areia, a pessoa
fica com o segundo. O que é isso? Narcisismo? Hedonismo? Egoísmo?
Irresponsabilidade? Estupidez? Ignorância? Aquelas hordas sacudindo os quadris
em lugares como o Rio de Janeiro, sem qualquer proteção, indiferentes ao vírus,
indicam o que mesmo? Que a humanidade é irracional? Não deveria precisar
polícia nem fiscalização nesta luta. A consciência deveria bastar. Ficar em
casa, quando se pode, é questão de inteligência. Todo trabalho é essencial para
quem vive dele. Alguns setores, porém, podem ser secundários para os
consumidores por algum tempo. O Estado deve ajudar essas áreas combalidas para
que resistam.
(5ºparágrafo) Ver pessoas feito um rebanho conduzidas para casa e retornando assim que a repressão se retira é desolador. Que gente é essa que não se importa consigo e muito menos com os outros? Dá raiva, tristeza, desespero. Uma coisa é sair de casa por necessidade. Outra, bem outra, sair para a balada ou para comprar uma bugiganga barata ou cara que pode esperar. O heroísmo do pessoal da saúde me comove. O risco corrido por empregados de supermercados me impressiona. A coragem dos motoboys me fascina. Enquanto todos esses e outros se expõem por falta de opção e por nós, a turma da curtição se esbalda. Não podem ficar parados. Inventam desculpas para fazer o inaceitável. E ainda podem pegar o lugar de enfermeiros ou de caixas de supermercado numa UTI. (Disponível em https://www.correiodopovo.com.br/blogs/juremirmachado Acesso em 11 de março de 2021).
QUESTÕES
ANTES
DE COMEÇAR A RESPONDER, LEIA E RELEIA O TEXTO COM ATENÇÃO.
1.O título do texto 1 é “Questão de inteligência”. Sobre isso responda:
a)De acordo com o texto, que comportamento das pessoas seria questão de inteligência?
b)Por que esse comportamento é questão de inteligência?
2.“Aglomerar-se em festas e praias é estupidez”. Já no começo do texto o uso da palavra “estupidez” deixa clara a indignação do autor com o comportamento de certas pessoas. Releia o texto e copie palavras e frases que demonstrem a indignação e o desprezo do autor por tais pessoas.
3. O autor inicia seu texto apresentando ideias contrárias aos seus argumentos e frequentemente usadas por pessoas que se opõem ao isolamento social. Esse tipo de estratégia argumentativa de apresentar ideias contrárias aos próprios argumentos para mostrar que “está com a razão” chama-se refutação. Releia o segundo parágrafo e diga quais são as ideias refutadas, ou seja, recusadas pelo autor.
4.O autor aponta várias ações contra a pandemia de covid-19 que, segundo ele, poderiam ter evitado a situação trágica em que o Brasil se encontra. Que ações seriam essas?
5.No último parágrafo, o autor valoriza algumas pessoas para desvalorizar o comportamento de outras.
a)Quem são as pessoas valorizadas por ele?
b)Quem são as pessoas desvalorizadas por ele?
TEXTO 4
Vamos
falar sobre o Dia do Índio?
Publicado
em: 19/04/2021
Atualizado:
21/04/2021 16:45
Por Rafael Kaimbé
/ Arte: Giovanna Figueiredo
(1ºparágrafo) No
dia 19 de abril comemora-se no Brasil o “Dia do Índio”, e três dias após essa
data, uma outra data comemorativa bastante emblemática, o 22 de abril, data a
que se atribui o “Descobrimento do Brasil”.
(2ºparágrafo) A
história é controversa e no decurso do tempo, foi contada de diversas formas.
Por muito tempo, nos foi passada a imagem dos portugueses, e de quaisquer
outros colonizadores, como heróis que chegavam a uma terra e dominavam
determinados povos com a intenção de tornar estes povos civilizados.
Ensinar-lhes a língua e os costumes deles, moldá-los com as religiões e crenças
estranhas a estes, com o fim de tornar sua vida mais nobre, melhor.
(3ºparágrafo) Sabemos
que toda essa falácia esconde um período de trevas, em que povos diversos foram
escravizados, aculturados, saqueados e mortos, física e etnicamente. Toda a
riqueza sócio-histórica-cultural, uma gama de línguas e dialetos e uma
diversidade inumerável de parâmetros de cosmovisão foi enterrada no abismo do
esquecimento, à custa da avareza humana de conquistar lucro e poder.
(4ºparágrafo) No
Brasil não foi diferente. Nossos povos indígenas que hoje somam 305 povos e
cerca de 820 mil indivíduos, somava, no período do suposto descobrimento cerca
de 5 milhões. A área que estes povos ocupavam e que se estendia sobre os mais
de oito milhões de km2 hoje se reduz a pequenas áreas de preservação ambiental,
nas quais os povos indígenas, a duras penas, conseguem sobreviver e manter viva
a sua cultura. Nas Terras Indígenas, os conflitos com os grileiros e com os
grandes proprietários de terras é crescente.
(5ºparágrafo) Desde
1500 os Povos Indígenas têm vivido uma irrestrita retirada de direitos sociais
e políticos, têm sido colocados à margem da sociedade e vivido sob ataque
constante dos que se pretendem superiores, seja por etnia, seja por prestígio
social, pelo saldo da conta bancária. Entretanto, cabe lembrar
que as nossas raízes estão bem fincadas.
(6ºparágrafo) Nosso
tronco é de pau-ferro. Temos por mãe a Natureza e por pai Tupã, que nos
protegem das investidas dos que tentam nos derrubar. Conhecemos nossos direitos
e nas nossas limitações, vivemos a nossa cultura. Nos alegramos em nos reunir,
em nos abraçar, dançar nosso toré, fumar nosso paú, beber nosso licor. Nosso
movimento é forte e está em vertiginoso crescimento.
(7ºparágrafo) Os
povos indígenas estão ocupando os espaços na política, nos órgãos de
representação, na faculdade, no mercado de trabalho; preenchendo as brechas e
mostrando para o sistema que estamos bem vivos. De peito aberto e cara pintada,
maracá na mão e de pés descalços, nos orgulhamos de andar na terra que nossos
ancestrais construíram, plantaram, colheram e onde deixaram suas pegadas de fé
e uma história escrita com flechas e lanças.
(8ºparágrafo) História inacabada deixada em aberto, para que nós e as gerações futuras possamos, com a nossa vida, preencher o que ainda falta. E a quem essas simples palavras, ou qualquer gesto e manifestação cultural dos povos originários dessa terra tocar, fica o convite para somar, porque a Causa Indígena é uma causa comum e todos podem contribuir de alguma forma. Viva os povos indígenas de todo o mundo! Viva os Povos Indígenas do Brasil!
(Disponível em https://www.leiaogazeta.com.br/vamos-falar-sobre-o-dia-do-indio/ Acesso em 20 de abril de 2021)
QUESTÕES
6.De acordo com o texto 4, houve uma mudança na forma de se contar a história do período colonial no mundo todo e no Brasil.
a)De acordo com o autor, como a história era contada inicialmente?
b)De acordo com o autor, como a história passou a ser contada na atualidade?
7. Argumento de evidência é aquele que apresenta dados, estatísticas, números para comprovar uma tese ou opinião. No terceiro parágrafo, após afirmar que a colonização foi “um período de trevas” para os povos indígenas, o autor apresenta um argumento de evidência para justificar seu ponto de vista. Qual seria esse argumento?
8.No quinto parágrafo, do texto 4, o autor a palavra “entretanto” para introduzir uma ideia de contrária, uma oposição ao que foi dito no início desse mesmo parágrafo. Quais são as ideias contrárias apresentadas nesse parágrafo?
9. Nos parágrafos 6 e 7, o autor apresenta fatos que, do ponto de vista dele, comprovam a resistência dos povos indígenas. Que fatos são esses?
10.No final do texto, o autor faz um convite.
a)Quem ele está convidando?
b)Para quê?
c)Por que está fazendo esse convite?
d)Você concorda com esse convite? Explique.
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