9º ano - ATIVIDADE 6 - 10 DE MAIO DE 2021 - professora Andrea Fusco

 O que veremos nesta atividade?

Nesta atividade, vamos estudar o que é argumentação e quais os tipos de argumento mais comuns nos textos de opinião. Em seguida, vamos ler dois textos argumentativos sobre assuntos da atualidade e analisar as estratégias argumentativas de cada um.

Anote o cabeçalho com a data e o número da atividade em seu caderno de língua portuguesa.

VOCÊ DEVERÁ COPIAR TODAS AS PERGUNTAS NO CADERNO!

TEXTO 1 – Somente para leitura

ARGUMENTAR É PRECISO

O princípio da argumentatividade está relacionado com o surgimento das primeiras democracias. Na Grécia antiga, aqueles que eram cidadãos eram chamados para defender seus pontos de vista sobre problemas da cidade, ou seja, eram convidados a argumentar. Os gregos ensinavam a arte da persuasão. Ou seja: a arte de convencer o outro a agir e/ou pensar de acordo com seu locutor/interlocutor. Apesar de parecer uma característica humana inata, ou seja, que faz parte da nossa natureza desde que nascemos, argumentar é algo que se desenvolve com o passar do tempo e com a experiência de cada um.

            Podemos concluir, então, que argumentar é algo subjetivo? Sim e não. A resposta para essa pergunta é bastante complexa. Ao mesmo tempo em que nossos argumentos representam a nossa visão da realidade, não devemos defender ideias apenas por “achismo”, nossos argumentos precisam ser fundamentados em princípios gerais que surgem do conhecimento construído pela espécie humana no decorrer do tempo com base na ciência e na vivência coletiva também. É preciso desenvolver nossa capacidade de argumentar para expormos nossas opiniões com clareza e racionalidade, sem nos deixar levar pela emoção exacerbada nem por ideologias extremistas que só geram ódio e divisão entre as pessoas.

                        (Texto: Professora Andrea Fusco, especialmente para esta atividade)

 TEXTO 2: (PARA COPIAR NO SEU CADERNO)

TIPOS DE ARGUMENTO

Para persuadirmos nossos interlocutores, ou seja, para convencê-los de que nossas opiniões são válidas, não basta fazer uso de achismos e observações superficiais da realidade. É preciso aprender a desenvolver argumentos convincentes. Abaixo temos os tipos de argumento mais comuns no processo de argumentação.

Tipos de argumento

ØArgumento de autoridade: é aquele que apresenta o conhecimento de um ou mais especialistas no assunto tratado no texto. Esse tipo de argumento também é chamado de “citação de autoridade”. Vale ressaltar que, nesse contexto, a palavra “autoridade” não está relacionada à autoridade legal ou policial, mas à autoridade científica obtida por meio de estudos, pesquisas e aprofundamento em uma área do conhecimento.

ØArgumento por evidência: é aquele que apresenta dados, estatísticas, resultado de pesquisas, números que comprovam a informação usada como argumento.

ØArgumento por exemplificação: é aquele que apresenta exemplos, fatos e situações que reafirmam uma opinião.

ØArgumento de causa e consequência: é aquele apresenta um raciocínio lógico com relações de causa e consequência.

ØArgumento da competência linguística: é aquele que apresenta uma linguagem bem elaborada e totalmente de adequada ao interlocutor. Trata-se de uma estratégia não apenas de domínio da linguagem, mas da situação em que estão envolvidos locutor e interlocutor.


Ø  Importância da escolha do ponto de vista – artigo de opinião  e outros gêneros dissertativos argumentativos

Uso da 1ª pessoa do singular (eu) – indica um posicionamento assumido pelo autor de forma individualizada. Esse posicionamento pode tanto fortalecer quanto enfraquecer uma opinião. Se o autor é alguém que ocupa um lugar de destaque na sociedade ou se é um especialista no assunto sobre o qual escreve, a 1ª pessoa do singular fortalecerá seu texto.

Uso da 3ª pessoa (ele/ela; eles/elas) ou da 1ª pessoa do plural (nós) – nesses casos, o autor apresenta seus posicionamentos de forma mais generalizada, fazendo parecer ao interlocutor que a opinião dada é compartilhada socialmente. O uso de  “nós” ou “as pessoas”, por exemplo,  no lugar de “eu”, pode dar mais credibilidade ao texto argumentativo porque  dá impessoalidade ao texto, isto é, torna sua opinião menos emotiva, fazendo-a parecer mais racional.                                                   (Texto: Professora Andrea Fusco, especialmente para esta atividade)


TEXTO 3 (para ler)


Questão de inteligência
    (1ºparágrafo)                    Aglomerar-se em festas e praias é estupidez.                              (2ºparágrafo)                       Repito: eu entendo perfeitamente o comerciante que se desespera com restrições às suas atividades. Compreendo o prestador de serviços que não quer parar por medo de não sobreviver. Lockdown precisa ser bancado pelo Estado (governo federal). Conheço pessoas que já quebraram. Tinham pequenos negócios, um bar, um salãozinho de beleza, uma lojinha bacana. Penso em gurias que conheci trabalhando durante anos no mesmo lugar e perderam tudo. É de chorar. O que eu não entendo, não aceito e me revolta é marmanjo aglomerado em esquina para tomar cerveja ou amontoado em praia para bronzear o lombo. Tem marmanjo jovem e velho, homem e mulher, de todos os gêneros. As imagens são chocantes. Gente curtindo sem máscara em pontos da moda.                          

(3ºparágrafo)                       Podíamos estar em situação melhor? Certamente. Como? Se tivéssemos investido vigorosamente numa vacina brasileira. Se não tivéssemos nos esbaldado nas festas de fim de ano e no carnaval. Se tivéssemos corrido na frente pela compra de vacinas estrangeiras. Se não fôssemos campeões de negacionismo. Se não preferíssemos apostar em medicamentos sem eficácia comprovada pela maioria da comunidade científica. Se nossas autoridades dessem bons exemplos sempre usando máscaras e passando mensagens de proteção e higiene. Se não errássemos no básico mandando vacinas do Amazonas ao Amapá por falha de logística. Se não minimizássemos o perigo com tanta prepotência.                                                                                      

(4ºparágrafo)                        As imagens de gente nas praias me desconcertam. Que desespero é esse por praia? Não dá para segurar um pouco? Entre o risco de pegar uma doença grave, transmissível a outras, abarrotando hospitais, e o prazer de um banho de mar ou de uma tarde na areia, a pessoa fica com o segundo. O que é isso? Narcisismo? Hedonismo? Egoísmo? Irresponsabilidade? Estupidez? Ignorância? Aquelas hordas sacudindo os quadris em lugares como o Rio de Janeiro, sem qualquer proteção, indiferentes ao vírus, indicam o que mesmo? Que a humanidade é irracional? Não deveria precisar polícia nem fiscalização nesta luta. A consciência deveria bastar. Ficar em casa, quando se pode, é questão de inteligência. Todo trabalho é essencial para quem vive dele. Alguns setores, porém, podem ser secundários para os consumidores por algum tempo. O Estado deve ajudar essas áreas combalidas para que resistam.                                                                                                           

(5ºparágrafo)                       Ver pessoas feito um rebanho conduzidas para casa e retornando assim que a repressão se retira é desolador. Que gente é essa que não se importa consigo e muito menos com os outros? Dá raiva, tristeza, desespero. Uma coisa é sair de casa por necessidade. Outra, bem outra, sair para a balada ou para comprar uma bugiganga barata ou cara que pode esperar. O heroísmo do pessoal da saúde me comove. O risco corrido por empregados de supermercados me impressiona. A coragem dos motoboys me fascina. Enquanto todos esses e outros se expõem por falta de opção e por nós, a turma da curtição se esbalda. Não podem ficar parados. Inventam desculpas para fazer o inaceitável. E ainda podem pegar o lugar de enfermeiros ou de caixas de supermercado numa UTI.                                            (Disponível em https://www.correiodopovo.com.br/blogs/juremirmachado Acesso em 11 de março de 2021).

 

QUESTÕES

ANTES DE COMEÇAR A RESPONDER, LEIA E RELEIA O TEXTO COM ATENÇÃO.

1.O título do texto 1 é “Questão de inteligência”. Sobre isso responda:

a)De acordo com o texto, que comportamento das pessoas seria questão de inteligência?

b)Por que esse comportamento é questão de inteligência?

 

2.“Aglomerar-se em festas e praias é estupidez”. Já no começo do texto o uso da palavra “estupidez” deixa clara a indignação do autor com o comportamento de certas pessoas. Releia o texto e copie palavras e frases que demonstrem a indignação e o desprezo do autor por tais pessoas.

 

3. O autor inicia seu texto apresentando ideias contrárias aos seus argumentos e frequentemente usadas por pessoas que se opõem ao isolamento social. Esse tipo de estratégia argumentativa de apresentar ideias contrárias aos próprios argumentos para mostrar que “está com a razão” chama-se refutação. Releia o segundo parágrafo e diga quais são as ideias refutadas, ou seja, recusadas pelo autor.

 

4.O autor aponta várias ações contra a pandemia de covid-19 que, segundo ele, poderiam ter evitado a situação trágica em que o Brasil se encontra. Que ações seriam essas?

 

5.No último parágrafo, o autor valoriza algumas pessoas para desvalorizar o comportamento de outras.

a)Quem são as pessoas valorizadas por ele?

b)Quem são as pessoas desvalorizadas por ele?


TEXTO 4

Vamos falar sobre o Dia do Índio?



 Publicado em: 19/04/2021  

Atualizado: 21/04/2021 16:45

Por Rafael Kaimbé / Arte: Giovanna Figueiredo

(1ºparágrafo)                         No dia 19 de abril comemora-se no Brasil o “Dia do Índio”, e três dias após essa data, uma outra data comemorativa bastante emblemática, o 22 de abril, data a que se atribui o “Descobrimento do Brasil”.

(2ºparágrafo)                        A história é controversa e no decurso do tempo, foi contada de diversas formas. Por muito tempo, nos foi passada a imagem dos portugueses, e de quaisquer outros colonizadores, como heróis que chegavam a uma terra e dominavam determinados povos com a intenção de tornar estes povos civilizados. Ensinar-lhes a língua e os costumes deles, moldá-los com as religiões e crenças estranhas a estes, com o fim de tornar sua vida mais nobre, melhor.

(3ºparágrafo)                       Sabemos que toda essa falácia esconde um período de trevas, em que povos diversos foram escravizados, aculturados, saqueados e mortos, física e etnicamente. Toda a riqueza sócio-histórica-cultural, uma gama de línguas e dialetos e uma diversidade inumerável de parâmetros de cosmovisão foi enterrada no abismo do esquecimento, à custa da avareza humana de conquistar lucro e poder.

(4ºparágrafo)                        No Brasil não foi diferente. Nossos povos indígenas que hoje somam 305 povos e cerca de 820 mil indivíduos, somava, no período do suposto descobrimento cerca de 5 milhões. A área que estes povos ocupavam e que se estendia sobre os mais de oito milhões de km2 hoje se reduz a pequenas áreas de preservação ambiental, nas quais os povos indígenas, a duras penas, conseguem sobreviver e manter viva a sua cultura. Nas Terras Indígenas, os conflitos com os grileiros e com os grandes proprietários de terras é crescente.

(5ºparágrafo)                       Desde 1500 os Povos Indígenas têm vivido uma irrestrita retirada de direitos sociais e políticos, têm sido colocados à margem da sociedade e vivido sob ataque constante dos que se pretendem superiores, seja por etnia, seja por prestígio social, pelo saldo da conta bancária. Entretanto, cabe lembrar que as nossas raízes estão bem fincadas.

(6ºparágrafo)                       Nosso tronco é de pau-ferro. Temos por mãe a Natureza e por pai Tupã, que nos protegem das investidas dos que tentam nos derrubar. Conhecemos nossos direitos e nas nossas limitações, vivemos a nossa cultura. Nos alegramos em nos reunir, em nos abraçar, dançar nosso toré, fumar nosso paú, beber nosso licor. Nosso movimento é forte e está em vertiginoso crescimento.

(7ºparágrafo)                        Os povos indígenas estão ocupando os espaços na política, nos órgãos de representação, na faculdade, no mercado de trabalho; preenchendo as brechas e mostrando para o sistema que estamos bem vivos. De peito aberto e cara pintada, maracá na mão e de pés descalços, nos orgulhamos de andar na terra que nossos ancestrais construíram, plantaram, colheram e onde deixaram suas pegadas de fé e uma história escrita com flechas e lanças.

(8ºparágrafo)                       História inacabada deixada em aberto, para que nós e as gerações futuras possamos, com a nossa vida, preencher o que ainda falta. E a quem essas simples palavras, ou qualquer gesto e manifestação cultural dos povos originários dessa terra tocar, fica o convite para somar, porque a Causa Indígena é uma causa comum e todos podem contribuir de alguma forma. Viva os povos indígenas de todo o mundo! Viva os Povos Indígenas do Brasil!

(Disponível em https://www.leiaogazeta.com.br/vamos-falar-sobre-o-dia-do-indio/ Acesso em 20 de abril de 2021)

QUESTÕES 

6.De acordo com o texto 4, houve uma mudança na forma de se contar a história do período colonial no mundo todo e no Brasil.

a)De acordo com o autor, como a história era contada inicialmente?

b)De acordo com o autor, como a história passou a ser contada na atualidade?

 

7. Argumento de evidência é aquele que apresenta dados, estatísticas, números para comprovar uma tese ou opinião. No terceiro parágrafo, após afirmar que a colonização foi “um período de trevas” para os povos indígenas, o autor apresenta um argumento de evidência para justificar seu ponto de vista. Qual seria esse argumento?

 

8.No quinto parágrafo, do texto 4, o autor a palavra “entretanto” para introduzir uma ideia de contrária, uma oposição ao que foi dito no início desse mesmo parágrafo. Quais são as ideias contrárias apresentadas nesse parágrafo?

 

9. Nos parágrafos 6 e 7, o autor apresenta fatos que, do ponto de vista dele, comprovam a resistência dos povos indígenas. Que fatos são esses?

 

10.No final do texto, o autor faz um convite.

a)Quem ele está convidando?

b)Para quê?

c)Por que está fazendo esse convite?

d)Você concorda com esse convite? Explique.


Nenhum comentário:

Postar um comentário