Anote
o cabeçalho com a data e o número da atividade em seu caderno de língua
portuguesa.
VOCÊ
DEVERÁ COPIAR TODAS AS PERGUNTAS NO CADERNO!
Importante:
organize seu caderno de língua portuguesa. Não misture as atividades de
língua portuguesa com outras matérias. Se puder, tenha um caderno só para
língua portuguesa.
ATIVIDADE 7: O que veremos nesta
atividade?
Nesta
atividade, vamos ler e interpretar textos sobre senso comum, comportamento de
manada e formação de opinião. Além disso, revisaremos os tipos de argumento
mais usados em um artigo e analisaremos esses argumentos em um texto sobre
racismo no cotidiano. Continuando nosso estudo de pontuação, analisaremos o
funcionamento das aspas em um texto jornalístico.
TEXTO 1
O QUE É SENSO
COMUM?
O Senso Comum é a soma dos
saberes do cotidiano e é formado a partir de hábitos, crenças, preconceitos e
tradições.
Na filosofia, o termo é utilizado para explicar as interpretações
feitas pelos indivíduos à realidade que os cercam sem estudos prévios ou provas
científicas.
Características
O senso comum é transmitido de geração para geração
nas sociedades. Por meio dele, o homem embasa o cotidiano e explica a realidade
em que vive.
O senso comum tem como característica a
subjetividade que reflete sentimentos e opiniões construídos por um grupo de
indivíduos. Por conseguinte, pode variar de pessoa para pessoa e de grupo para
grupo.
Assim, o
senso comum pode ser generalizador e ainda criar estereótipos e
disseminar preconceitos. Por exemplo, há pessoas que associam muçulmanos ao
terrorismo simplesmente porque muitos atentados terroristas foram praticados
por homens e mulheres muçulmanas. Desta forma, o senso comum contribui para
projetar nas coisas ou no mundo sentimentos de angústia e medo, além de
cristalizar preconceitos e prejudicar minorias e indivíduos.
Conhecimento Científico
A ciência difere do senso comum porque seu
conhecimento é baseado na observação, na pesquisa, na formulação de hipóteses e
na comprovação destas através de um método científico. Enquanto o conhecimento do senso comum é
explicado pela manutenção de hábitos, a ciência, por sua parte, precisa de
provas concretas e quantitativas para compreender o motivo dos fenômenos. Ou
seja, é um conhecimento em que é possível a demonstração e a repetição dos
fenômenos.
As teorias que embasam o conhecimento científico
devem descrever, explicar e prever da maneira mais completa possível um
conjunto de fenômenos. Ao fim, precisam disponibilizar as leis necessárias para
a compreensão dos fatos propostos.
O conhecimento científico se opõe às
características do senso comum, pois resulta de pesquisas que primam pelo
método e pela comprovação de teorias. A filosofia da ciência dá as ferramentas para que
esta possa cimentar suas investigações. Igualmente é um trabalho sistemático e
racional, ao contrário do senso comum que se rege pela tradição, cultura e
hábitos de um grupo social.
O senso crítico é baseado no uso da razão e vai
contra ao senso comum por não aceitar nenhuma verdade sem questioná-la. Quem
pensa criticamente tem a capacidade de fazer a avaliação, o julgamento e
discernir com base no equilíbrio. Desta maneira o senso crítico se baseia na
dúvida, no questionamento que levariam à reflexão e à contestação.
Posteriormente, se encaminhariam para mudar a realidade apresentada.
(Adaptado de https://www.todamateria.com.br/senso-comum/
Acesso em 07 de agosto de 2020)
QUESTÕES
Após ler o texto 1, responda:
1.De acordo com o texto 1, O que seria senso comum?
2.De acordo com o texto 1, qual a diferença entre conhecimento
científico e senso comum?
3.De acordo com o texto 1, como se constrói o senso
crítico de uma pessoa?
4.É possível afirmar que o senso comum está sempre
errado? Justifique sua resposta.
TEXTO 2
Como 'comportamento de manada' permite manipulação
da opinião pública por fakes
Juliana
Gragnani
Da
BBC Brasil em Londres
A estratégia que vem sendo usada por perfis falsos no Brasil e no mundo para influenciar a opinião pública nas redes sociais se aproveita de uma característica psicológica conhecida como "comportamento de manada".
O conceito faz referência ao comportamento de animais que se
juntam para se proteger ou fugir de um predador. Aplicado aos seres humanos,
refere-se à tendência das pessoas de seguirem um grande influenciador ou mesmo
um determinado grupo, sem que a decisão passe, necessariamente, por uma
reflexão individual.
"Se muitas pessoas compartilham uma ideia, outras tendem a
segui-la. É semelhante à escolha de um restaurante quando você não tem
informação. Você vê que um está vazio e que outro tem três casais. Escolhe
qual? O que tem gente. Você escolhe porque acredita que, se outros já
escolheram, deve ter algum fundamento nisso", diz Fabrício Benevenuto,
professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), sobre a atuação de
usuários nas redes sociais. Ele estuda desinformação nas redes e testou sua
teoria com um experimento: controlou quais comentários apareciam em um vídeo do
YouTube e monitorou a reação de diferentes pessoas.
Quanto mais elas eram expostas só a comentários negativos, mais tendiam a ter uma reação negativa em relação àquele vídeo, e vice-versa. "Um vai com a opinião do outro", conclui Benevenuto. Em seu experimento, os pesquisadores chegaram à conclusão de que a influência estava também ligada a níveis de escolaridade: quanto menor o nível, mais fácil era ser influenciado.
A estratégia de influenciar usuários nas redes incluía ação
conjunta para tentar "bombar" uma hashtag (símbolo que agrupa um
assunto que está sendo falado nas redes sociais), retuítes de políticos,
curtidas em suas postagens, comentários elogiosos, ataques coordenados a
adversários e até mesmo falsos "debates" entre os fakes.
Alguns dos usuários identificados como fakes tinham mais de 2 mil amigos no Facebook. Os perfis publicavam constantemente mensagens a favor de
políticos como Aécio Neves (PSDB) e o presidente do Senado, Eunício Oliveira
(PMDB), além de outros 11 políticos brasileiros.
(Disponível na íntegra em https://www.bbc.com/portuguese/brasil-42243930 Acesso em 20 de julho de 2020)
Sobre
o texto 2, responda:
5.Qual a fonte do
texto, ou seja, onde esse texto foi publicado originalmente?
6.De acordo com o
texto, o que seria o “comportamento de manada”?
7.Citação de
autoridade, também chamada de argumento de autoridade, é um recurso
próprio de reportagens e artigos que consiste na presença da voz de um ou mais especialistas
que se destacam no tema apresentado pelo texto. Essa voz pode ser de um
pesquisador, estudioso, professor ou profissional ligado à área de interesse do
assunto sobre o qual se está escrevendo ou mesmo falando. Sobre isso, responda:
a)No texto analisado,
de quem é essa voz?
b)Que sinal gráfico
de pontuação nos permite reconhecer as citações de autoridade presentes no
texto?
c)Analise no
contexto do texto os usos de aspas nas palavras “bombar” e “debates”.
Nesses dois casos, as aspas foram usadas por motivos diferentes, explique cada
um deles.
TEXTO 3: para ler
Para persuadirmos nossos interlocutores, ou seja, para convencê-los de que nossas opiniões são válidas, não basta fazer uso de achismos e observações superficiais da realidade. É preciso aprender a desenvolver argumentos convincentes. A seguir temos os tipos de argumento mais comuns no processo de argumentação.
Tipos de argumento
Ø Argumento de autoridade: é aquele que
apresenta o conhecimento de um ou mais especialistas no assunto tratado no
texto. Esse tipo de argumento também é chamado de “citação de autoridade”. Vale
ressaltar que, nesse contexto, a palavra “autoridade” não está relacionada à
autoridade legal ou policial, mas à autoridade científica obtida por meio de
estudos, pesquisas e aprofundamento em uma área do conhecimento.
Ø Argumento por evidência: é aquele que
apresenta dados, estatísticas, resultado de pesquisas, números que comprovam a
informação usada como argumento.
Ø Argumento por exemplificação: é aquele que
apresenta exemplos, fatos e situações que reafirmam uma opinião.
Ø Argumento de causa e consequência: é aquele
apresenta um raciocínio lógico com relações de causa e consequência.
Ø Argumento da competência linguística: é aquele que
apresenta uma linguagem bem elaborada e totalmente de adequada ao interlocutor.
Trata-se de uma estratégia não apenas de domínio da linguagem, mas da situação
em que estão envolvidos locutor e interlocutor.
TEXTO 4 (somente para leitura)
E SE FOSSE UM
BRANCO?
Por Sarah Teófilo – Jornal Opção –
edição 2024/2014
O caso do ator Vinícius Romão
mostra que no século 21 o regime
de separação racial
ainda está fortemente presente
no Brasil. Mesmo com Mandela
e com um presidente dos EUA negro,
uma pessoa com a pele escura ainda é vista por muitos nessa sociedade
com olhos preconceituosos.
É
culpado até que se prove o contrário. Um ator negro, confundido com um
assaltante nas ruas do Rio de Janeiro,
ficou preso por 15 dias até um juiz decretar
sua soltura, na última terça-feira (25/2). No momento da prisão,
o ator de 26 anos, Vinícius Romão, formado em psicologia, voltava do shopping
onde trabalha para complementar a renda enquanto tenta alavancar sua carreira
de ator. O mais interessante é que nenhum objeto furtado foi encontrado com
ele, que mesmo assim foi tirado do seu percurso
diário algemado. Segundo
o pai de Vinícius, o tenente-coronel da reserva
do Exército Jair Romão, no depoimento o policial ainda escreveu que Vinícius
tinha passado o material para uma pessoa conhecida como “Braço” só para
justificar a prisão dele. Afinal, alguém tinha que ser preso, certo?
Jair Romão disse não acreditar se tratar de racismo, já que a descrição da vítima é parecida
com a de seu filho. O advogado Flávio Buonaduce Borges disse que o caso se
parece mais com erro policial do que com o crime de racismo. “Pode ter sido
racismo do policial, mas não creio que se encaixe no crime de racismo”, esclareceu.
De qualquer
forma, o que nós brasileiros percebemos é que negro é sempre visto como mais suspeito que uma pessoa de pele
clara. O professor titular do departamento de Sociologia da Universidade de São Paulo
(USP), Antonio Sérgio
Alfredo Guimarães, escreveu
um texto cujo título
é “Suspeição estatística”. A expressão, segundo o docente,
significa um conjunto
de características do indivíduo, como o perfil
físico, cultural e a apresentação de si, que se associam
estatisticamente a certos delitos. Ele exemplifica que, “se a frequência
de jovens negros presos por roubo é maior que
a de jovens brancos, os jovens negros tornam-se suspeitos
porque seu grupo de pertença
tem maior probabilidade de cometer tal
delito”.
Às
vezes parece que enxerga-se o negro como se fossem todos iguais (como gêmeos mesmo!), sendo
confundidos facilmente, como foi no caso de Vinícius. E isso me faz lembrar
de um episódio da série
humorística estadunidense, “Todo Mundo Odeia o Chris”, em que uma senhora
branca é assaltada e ao descrever quem a assaltou diz: “Ele é negro, é negro e
é negro”. É claro que Chris foi um dos suspeitos. Afinal, quem mandou nascer negro?
O fato de Vinícius
ser ator me fez lembrar
da lei de 2002, proposta
pelo atual senador
Paulo Paim (PT/RS), que na época era deputado, que propunha a quota de
25% dos espaços destinado à produção televisiva, cinematográfica e teatral e
40% à publicidade de atores afro-descendentes. Coincidiu com a exibição da
telenovela Porto dos Milagres, adaptação de obra de Jorge Amaro, ambientada na Bahia, cuja temática principal
era uma comunidade pesqueira e a ligação deles com
o universo religioso afro-brasileiro. De 45 atores
no elenco, apenas
6 eram negros. E isso na Bahia, cuja capital é a mais negra do país!
Para
reafirmar esta questão de que pobre e negro nesse país não tem vez,
recentemente o Jornal Opção Online
repercutiu o caso de Heberson
Lima, um homem pobre preso
injustamente no Amazonas
acusado de ter estuprado uma criança de 9 anos. Após ser preso, Heberson foi estuprado na prisão e adquiriu o vírus
da Aids. Assim como no caso de Vinícius, uma pessoa simplesmente levou o dedo
em direção a Heberson e disse: “Foi ele!” Acontece que este homem tinha uma
desavença com o então ajudante de pedreiro, que ficou por três anos preso até
obter ajuda de um advogado, que levou seu caso adiante e Heberson foi absolvido
em 2006.
Ações
afirmativas são implementadas e pensadas constantemente no Brasil. No entanto,
um problema cultural se cura com o tempo e muito esforço da população. Esforço
esse que não pode se dar somente com políticas compensatórias ou de reposição
àqueles chamados de “excluídos”. É um processo quase civilizatório, em que
paulatinamente a população passará a entender que negro não é sinônimo de
ladrão, que Candomblé não é macumba, e muito menos índios são preguiçosos. É
uma ironia imensa um país repleto de miscigenação demorar tanto a superar preconceitos como estes. Mas pudera! Uma nação que tanto relutou
em abolir a escravidão
terá que demandar um grande esforço para desenraizá-lo.
Os negros
deviam ter vindo ao nosso país como reis, mas vieram como escravos. E mesmo
depois do fim daquele terrível tempo, o preconceito racial persiste nos fazendo
lembrar daquela época. Alguns ainda
insistem em dizer
que o racismo não existe,
já que é mais fácil silenciá-lo, fingir que não existe. Mas sempre existem
aqueles casos em que o negro é confundido com funcionário de uma loja, como
babá de seu filho branco ou como ladrão.
A
cor da violência está aí para nos mostrar quem mais morre no país. O Mapa da
Violência de 2013 apurou que as taxas de homicídio da população preta (19,7 óbitos
para cada 100 mil pretos) são 88,4% maiores que as taxas
brancas (10,5 óbitos para cada 100 mil brancos). Desta forma, proporcionalmente
morrem 88,4% mais pessoas pretas do que brancas.
Interessante
como Huxley, com o Admirável Mundo Novo, criticava essa sociedade na década de 30, e aparentemente, esse regime de separação racial
pouco mudou. Negros
ainda são vistos como descontrolados, primitivos, que devem ser enviados para o recondicionamento a fim de não ser uma ameaça ao bom cidadão
branco. O doído é ver isso no Brasil, país fruto da miscigenação.
Nosso
eterno presidente da África do Sul, Nelson Mandela, que faleceu em 2013, lutou
contra essa separação – o apartheid. Mandela, que levou o Prêmio Nobel da Paz
em 1993, encabeçou uma série de articulações políticas que culminaram nas primeiras eleições
democráticas e multirraciais da África do Sul, em 1994, e foi ele o
primeiro presidente negro do país africano. E há pouco tempo o mundo conheceu
Barack Obama, o 1º presidente negro nos Estados Unidos da América, país
conhecido pelo imenso preconceito racial. Mesmo assim, com grandes figuras
políticas com a pele escura, ainda somos obrigados a perceber diariamente o racismo.
A
estudante da Universidade de Oxford, Lily Green, que tem textos publicados na
BBC Brasil, escreveu uma frase interessante em um dos seus textos
intitulados “Uma inglesa
brasileira”. Nesse artigo, Lily, cuja nacionalidade é inglesa, fala
sobre como as pessoas a confundem com brasileira por ter a pele morena,
os cabelos castanhos
e os olhos escuros. Ao falar sobre a temática do racismo no Brasil, a inglesa
diz: “Não esperava que em um país com
população tão geneticamente diversa e misturada, sem história de apartheid em
tempos recentes, fosse tão marcado pela discriminação racial”.
Não
interessa se Vinícius é ou não o assaltante, mas sim a forma em que tudo
ocorreu. Mesmo se ele não for inocente, é absurdo uma pessoa voltar para a casa
depois de um longo dia de trabalho, e simplesmente ir preso porque
alguém apontou e disse: “Foi ele!” Depois
disso, ainda ficar 15 dias
preso sem nenhuma comprovação de que foi de fato ele que cometeu o crime. Pois
é isso que ocorre no Brasil
com negros e pobres. Desta forma, Vinícius,
faça a você mesmo um favor:
na próxima encarnação, por favor, peça para nascer branco.
https://www.jornalopcao.com.br/ultimas-noticias/e-se-fosse-um-branco-2193/ Acesso
em: 17 de abril de 2020
QUESTÕES (copie e responda
em seu caderno)
8.A tese, ou seja, a
ideia principal, defendida pela autora do artigo “E se fosse um branco?” é a de
que no século XXI o regime de separação racial ainda está fortemente presente
no Brasil, pois o negro nesse país não tem vez e é sempre visto como suspeito
de cometer delitos. Assim sendo, copie do texto:
a)Um argumento de
autoridade apresentado pela autora
b)Dois argumentos de
exemplificação apresentados pela autora
c)Um argumento de
evidência apresentado pela autora
___________________________________________________________________________________
Nenhum comentário:
Postar um comentário