Atividade 1: “Quem sou eu e autobiografia”


  • Introdução: texto “Visualizando novos caminhos”

  • Reflexão sobre a pergunta: Quem sou eu?

  • Autobiografia de Lázaro Ramos.

  • Vídeo: Retratos da real beleza.

  • Questionário



Visualizando novos caminhos!


    Quando alguém pretende construir uma casa, um engenheiro é contratado para planejar tudo que será necessário fazer antes de começar as obras. A partir do projeto, ele terá uma noção do material necessário e de quantos trabalhadores serão contratados para a construção ocorrer no tempo determinado. Se não houvesse um planejamento prévio, provavelmente, os trabalhadores não saberiam como desempenhar ordenadamente suas funções. Inclusive seria muito complicado prever os recursos necessários para a obra. A casa, provavelmente, nunca seria construída ou, se fosse, com certeza, não satisfaria os desejos de seu dono.

    Na vida, ocorre algo similar. Possuímos muitas metas e planos os quais pretendemos realizar. Temos a opção de escolher o nosso caminho. Entretanto, inúmeras vezes escolhemos rotas que nos afastam de nosso objetivo maior ou ficamos confusos em relação ao rumo a ser seguido pela ausência de planejamento sobre o que realmente queremos.

    Um Projeto de Vida é um plano colocado em papel para que possamos visualizar melhor os caminhos que devemos seguir para alcançar nossos objetivos. Desse modo, necessitamos saber claramente quais são eles e ter em mente também quais são os nossos valores, pois são eles que nortearão nossas escolhas. Isso é fundamental para viver em harmonia com o que realmente nosso coração pede, pois, na ausência de um Projeto de Vida, corremos o risco de ficar sem direção.

    Dessa forma, conhecer-se, saber o que a vida realmente significa para você e conhecer seus valores é de fundamental importância no planejamento do seu Projeto de Vida. É através dele que você poderá se desenvolver melhor e realizar os seus sonhos. Lembre-se: nada é estático, e você precisa estar em constante evolução.

    Nas atividades do mês de Setembro veremos alguns textos, vídeos e músicas que nos ajudarão a nos conhecermos melhor e a começarmos a pensar sobre esse tal “Projeto de Vida”, tão necessário para nossa vida atual e futura.


Quem sou eu?


Essa é uma pergunta simples, porém a sua resposta não é tão simples assim. Neste momento você vai refletir sobre ela e, ao final da atividade, vai respondê-la no questionário indicado.


Autobiografia

    O ator Lázaro Ramos escreveu uma autobiografia cujo título é: “Na minha pele”. Após escrevê-la ele relatou que demorou 10 anos para conseguir terminá-la e que, por muitas vezes, sentiu-se amedrontado, pois não sabia o que as suas experiências despertariam no público. Nesta aula vamos ler e refletir sobre um trecho do Capítulo: Quero ser médico.


Capítulo: Quero ser médico

“[...] Levávamos uma vida simples na casa em que minha tia, orgulhosamente, dizia ter projetado. Naquela época, eu morava com meus cinco primos, que viraram meus irmãos postiços. Não tínhamos autorama, Playmobil ou Atari, mas tínhamos ele, o quintal. Ali nos divertíamos com brincadeiras de custo zero: esconde-esconde, pega-pega, garrafão. Também gostávamos de construir brinquedos com latas de óleo, pedaços de pau. Como criança cansa rápido de tudo, desenvolvemos uma criatividade enorme, sempre inventando coisas novas para fazer.

Claro que tínhamos TV. Quando não se tem dinheiro, a falta de livros e brinquedos é preenchida pela televisão, que ocupa boa parte do tempo. O curioso é que minha referência infantil não foi a Xuxa. Não sei se por corporativismo baiano, preferíamos o programa da Mara Maravilha. Outro ídolo era o Jairzinho, do Balão Mágico. Durante a infância, toda criança quer ser “alguém”: elege um super-herói, um personagem de série preferido. Pois eu queria ser o Jairzinho. Queria usar aquele macacão vermelho, ter aquele olhar de criança vivida e pegar carona na cauda do cometa com a turma que eu achava a mais legal do mundo. Acho que isso acontecia porque existia uma identificação visual; por ser um dos poucos negros no universo televisivo infantil, Jairzinho parecia mais próximo de mim.

Na minha infância, não tinha esse papo de ancestralidade. Mais recentemente, numa conversa com o professor Muniz Sodré, percebi que, mais do que a filosofia e a ciência, o que traz mudança mesmo são as representações coletivas, e a ficção tem o papel fundamental nessa construção. “A literatura sempre disse mais sobre o homem no Brasil que a sociologia – até hoje muito preocupada apenas com lutas de classes. O cinema e a novela, com a força que têm hoje em nosso país, podem trazer um ataque forte aos preconceitos” me disse o Muniz em uma entrevista para o Espelho. Eu incluiria a literatura infantil e as biografias nesse roll e acho que ele concordaria comigo.

Até a quarta série (hoje quinto ano) estudei em um colégio particular na Federação. As turmas tinham um número equilibrado de negros e brancos. O curioso é que nessa escola, tão mista, ignorava-se a história dos negros. Aprendi sobre a luta de Zumbi de forma muito superficial e breve. Nas aulas sobre escravidão no Brasil, ele aparecia como um rebelde. E ponto. Em 1995, quando já tinha dezessete anos, vivi Zumbi no teatro.

Curiosamente, esse não era meu papel no início da montagem. O espetáculo do Bando de Teatro Olodum estabelecia uma relação direta entre a favela e os quilombos, e eu fazia um garoto com poucas falas, o que me deu mais tempo para assimilar as informações da pesquisa: a importância de Zumbi dos Palmares; que a história negra é repleta de lutas e que eu não devia chamar meus ancestrais de escravos, e sim de africanos escravizados; que a liberdade não veio de uma canetada da princesa imperial, mas após muita luta. Esse foi mais um salto na compreensão sobre de onde vim e para onde podia ir […]”

RAMOS, Lázaro. Na minha pele. 1ª ed. Rio de Janeiro: Objetiva,2017. p.32-34.

Após a leitura desse texto reflita sobre como Lázaro Ramos foi construindo a própria identidade e sobre quais foram os elementos que o ajudaram a construir a própria imagem e os caminhos que ele poderia seguir em seu projeto de vida.

Ao final da atividade, no questionário indicado, há algumas perguntas de interpretação desse texto.


    Agora você vai assistir ao vídeo: Retratos da Real beleza. Trata-se de um retrato falado de 7 mulheres, feito por um artista que trabalha no FBI. O agente do FBI faz dois retratos de cada mulher, o primeiro com a própria pessoa se descrevendo e o segundo com outra pessoa descrevendo a mesma mulher. 

O vídeo está disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ABups4euCW4

    Apesar de aparecer no vídeo apenas retratos de mulheres, a distorção da autoimagem acontece com todos os seres humanos, homens e mulheres. Depois de assistir ao vídeo reflita sobre a seguinte questão: Por que você acha que a maioria de nós tem uma visão distorcida sobre si mesmo?

    Neste momento você vai refletir sobre a pergunta e, ao final da atividade, vai respondê-la no questionário indicado.


    Todas as reflexões propostas nessa atividade tem o intuito de fazer com que você pense sobre quem você realmente é. A partir do que foi estudado você deve tentar formar uma imagem real de si mesmo, pensando em suas origens, suas referências, seus gostos e preferências e tentando desconstruir aquela imagem que foi formada a partir do pensamento de outras pessoas, e que não diz a verdade sobre você.


    Antes de responder ao questionário indicado, vá em frente ao espelho e se pergunte: Quem sou eu? Reflita alguns minutos e volte aqui para me contar ;-)


Questionário da atividade.


Atenção: Se você tem acesso à internet responda ao questionário pelo link: https://forms.gle/kX5yQSmTNCMNTGs39


Caso não tenha acesso à internet, responda as perguntas abaixo em seu caderno e guarde-as para serem corrigidas quando as aulas retornarem presencialmente.


Parte 1:

1) Quem sou eu? Elabore uma resposta para essa pergunta de acordo com as reflexões propostas pela atividade. Sua resposta pode ser longa, como uma autobiografia, fique à vontade.


Parte 2:

Autobiografia de Lázaro Ramos: Na minha pele.

  1. Os fatos narrados focalizam a infância, a adolescência ou a vida adulta de Lázaro Ramos? Justifique sua resposta.

  2. Desse relato, qual parte lhe chamou mais atenção?

  3. O ator, além de contar o que viveu, faz reflexões sobre suas experiências. Transcreva um trecho que se trata de uma reflexão do autor.

  4. Para contar a trajetória de vida, os autores de textos biográficos ou autobiográficos situam no tempo os acontecimentos narrados. Quais palavras Lázaro usa para organizar cronologicamente seu texto?

  5. Quando ele fala da infância, o leitor é transportado para o final dos anos 1980 e início dos anos 1990.

    a) O que você descobriu sobre essa época que é diferente dos tempos de hoje?

    b) O que o autor diz sobre a infância dele que, em sua opinião, continua valendo para as crianças de hoje?

  6. Qual a importância da história de Zumbi dos Palmares na vida de Lázaro Ramos.


Parte 3:

Retratos da Real beleza

1) Por que você acha que a maioria de nós tem uma visão distorcida sobre si mesmo?



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