ATIVIDADE 12: O CAPITALISMO COLONIAL - ESCRAVIDÃO, LATIFÚNDIO E MONOCULTURA

 

OLÁ GALERA,

A proposta dessa atividade será compreender a construção do capitalismo no contexto da colonização brasileira. nesse intuito, faremos aqui uma reflexão sobre a economia do sistema colonial baseada na escravidão, no latifúndio e na monocultura da cana de açúcar. Como na atividade anterior, dividiremos esse texto em 2 (duas) partes: uma dedicada a questão metodológica, para orientar a sua pesquisa; e a outra, para debater a economia do açúcar no contexto do capitalismo colonial.



MÉTODO DE PESQUISA

Para entendermos melhor esse processo preparamos diferentes fontes de pesquisa. Optamos, também, por considerar que boa parte das próximas aulas previstas nesse blog se darão de forma on-line, por priorizar materiais audiovisuais como teleaulas e vídeos didáticos. Nesse sentido, utilizamos os materiais didáticos da Fundação Roberto Marinho, bastante conhecidos pela sua divulgação em programas da Rede Globo; e a produção audiovisual feita pelo teatro de bonecos “mão molenga” para o Ministério da educação. Esses materiais são de domínio público e podem ser vistos em canais especializados do Youtube.

Além disso, inserimos um artigo da conceituada historiadora Joelza Ester Domingues sobre os “A grande fazenda de cana de açúcar no Brasil-Colônia". A estrutura dessa atividade (com 2 (dois) vídeos, no mínimo, e o link de um texto-base de apoio) será mantida nas outras próximas atividades (atividades: 13 e 14) do blog. 

Para esse estudo sugerimos o seguinte encaminhamento:

1.    Leia a pequena síntese de conceitos históricos proposta sobre os temas abordados na obra (vídeo ou artigo em questão);

2.    Assista o Programa (teleaula do telecurso ou programa audiovisual da série 500 anos de Brasil Colônia) e/ou leia e analise as fotografias dos monumentos listados no site.

3.    Preencha o formulário proposto ao final da atividade.

CONCEITOS HISTÓRICOS

A aprendizagem proposta nesse semestre perseguirá o objetivo de demonstrar o funcionamento e a estrutura do capitalismo colonial na América portuguesa (Não se pode falar em “Brasil” ou “Estado Brasileiro” antes da independência em 1822).

O CAPITALISMO COLONIAL

Para entender o tema dos 2 (dois) programas e do texto-base proposta nessa reflexão é preciso ter em mente, em primeiro lugar, a estrutura econômica da colônia. Nessa época vigorava no Brasil o Capitalismo Colonial, uma forma de organização do capitalismo na América Portuguesa em que os interesses da metrópole portuguesa e de suas elites se sobrepunham e se articulavam aos interesses dos colonos portugueses que se mudaram para o Brasil e iniciaram o processo de colonização do território.

A economia era baseada em um tripé bastante simples: o latifúndio (organização da propriedade da terra em grandes propriedades rurais sob domínio das elites agrárias), a monocultura (produção de um determinado produto que era vendido no mercado internacional em escala de forma a garantir o controle de preços sobre o produto) e a mão-de-obra escrava (preferencialmente negra devido aos vultosos lucros obtidos com o tráfico de povos da África)

A coroa possuía o monopólio comercial dessa transação na colônia de forma que todos os negócios feitos passavam necessariamente pela metrópole portuguesa, beneficiando-se mutuamente, embora de forma desigual, as elites agrárias do Brasil e as elites metropolitanas de Portugal.

É nesse contexto que entra em cena a cana-de-açúcar, a primeira comoditie brasileira da metrópole portuguesa. A cana de açúcar não é apenas um produto de exportação, mas pressupõe toda uma montagem que vai desde a preparação da terra com trabalho escravo à industrialização nos engenhos até o escoamento da mercadoria nos portos do litoral brasileiro.


AMÉRICA PORTUGUESA: O NASCIMENTO DO BRASIL

A teleaula de História 5 do Telecurso ensino fundamental trata da economia da cana de açúcar, que foi o primeiro produto agrícola de exportação em larga escala no território da chamada América Portuguesa. É o inicio da chamada economia agroexportadora.

Mas, antes de se falar em cana-de-açúcar, é preciso discutir 2 (duas) questões fundamentais: 1) A formação original do território, produto da disputa entre Portugal e Espanha, estabelecida pelo acordo conhecido como Tratado de Tordesilhas de 1494 e os diferentes caminhos adotadas para colonização da América Portuguesa e América Espanhola; 2) A adoção do escambo para extração do Pau-Brasil com os índios tupinambás no período pré-colonial como primeira alternativa de escravização na América Portuguesa.

O programa destaca a utilização de uma velha estratégia para conquistar os povos indígenas: “dividir para reinar”. Os portugueses se utilizaram do conhecimento das disputas territoriais e culturais (a guerra era parte integrante da cultura tupinambá) entre os diferentes povos indígenas para formar alianças, derrotar os inimigos e se aliar a determinados grupos para obter escravos e mercadorias.

Por outro lado, o acordo de Tordesilhas não agradou as nações europeias excluídas da partilha. Holandeses, ingleses e franceses entraram pra valer na disputa pelo território o que obrigou a metrópole portuguesa a colonizar o território para garantir a sua hegemonia na região.

E é aí que a cana de açúcar entra na História... “O rei de Portugal percebeu que a melhor maneira de ocupar o território era estimular o cultivo da cana e a produção de açúcar nas terras brasileiras”.

Os portugueses optaram pela cana por razões econômicas, eles sabiam que dava lucro; e históricas, porque eles tinham experiência no cultivo nas ilhas próximas da costa africana. Além disso, eles tinham uma grande disponibilidade de mão-de-obra porque além dos índios que poderiam ser escravizados e colocados à serviço desse empreendimento, eles tinham ainda a opção da escravização dos negros trazidos da África.

O conceito histórico que ajuda a entender essa relação entre a colônia e a metrópole é o Pacto Colonial. O pacto colonial vigorou por mais de 3 (três) séculos e estabelecia de forma bastante clara o papel da metrópole e da colônia dentro desse sistema. A metrópole enviava produtos manufaturados para a colônia e comandava o tráfico de escravos; já a colônia era obrigada a comercializar toda a sua produção de gêneros tropicais apenas com os representantes da metrópole.

O Professor João Paulo Pimenta (USP) chama atenção para o fato que o pacto não é uma realidade perfeita, absoluta. Apesar de podermos falar de uma relação de dominação entre a metrópole e a colônia, é preciso compreender que essa situação possui matizes, nuances, diferenças em diferentes lugares da colônia, e em diferentes épocas, propriamente ditas. O Pacto colonial é um projeto mais que uma realidade absoluta.

O engenho de cana de açúcar não era apenas uma agroindústria de exportação. O engenho era o lugar do trabalho, mas, também, da convivência social, o lugar da Casa-Grande e da Senzala. O engenho era o lugar da aplicação da lei, da prática religiosa, da vida familiar brasileira. O engenho foi o coração do nascimento de uma sociedade escravista no Brasil colonial.

ECONOMIA COLONIAL: LATIFÚNDIO, MONOCULTURA E ESCRAVIDÃO (TELECURSO 5)


CANA DE MEL, PREÇO DE FEL

O episódio 2 da série 500 anos – O Brasil Colônia na TV, trata do mesmo tema mas acrescenta importantes aspectos que foram deixados de lado pelos produtores da teleaula do telecurso ensino fundamental.

A primeira questão ressaltada é a formação das vilas, os primeiros núcleos urbanos que dariam origem, mais tarde, às primeiras cidades coloniais. A vila tinha um papel estratégico no escoamento e comercialização do produto dos engenhos.

Embora não trate do pacto colonial, em termos teóricos, há uma demonstração bastante didática do seu funcionamento no diálogo sugerido entre um senhor de engenho e um comerciante de produtos manufaturados. O diálogo final do senhor com o seu filho também é bastante pedagógico porque evidencia a diferença entre os interesses da metrópole e da coroa portuguesa.

O episódio toca em 2 (dois) outros pontos fundamentais ainda: o mercado de escravos e a política nas vilas coloniais por meio das câmaras municipais. O eixo articulador escolhido é o transporte de cargas e de pessoas na colônia, numa época em que não havia motor a vapor e as estradas eram bastante precárias.  

É interessante também observar que os negros vinham de diferentes regiões e falavam diferentes línguas como se pode observar num dialogo em que um negro mais antigo tem de servir como interprete para os negros.

Há uma descrição detalhada das etapas do trabalho nos engenhos desde a chegada da matéria-prima na moenda até sua transformação em mercadoria para transporte nos navios para a Europa. “O trabalho no engenho era cansativo e perigoso, e exigia atenção e prática em cada uma de suas etapas. Primeiro a cana era colocada na moenda de onde era extraído o caldo, a garapa. Esse liquido era levado até a fornalha onde era cozido e apurado em caldeiras de cobre. Dali, era despejado em formas onde o produto esfriava e se cristalizava. Finalmente, o produto era pulverizado e secado ao sol de onde seguia para os galpões onde era levado para o transporte em navios. 

CANA DE MEL, PREÇO DE FEL (500 ANOS -BRASIL COLÔNIA NA TV, EP. 2)


A GRANDE FAZENDA DE CANA-DE-AÇÚCAR DO BRASIL COLÔNIA

O texto-base da Professora Joelza Ester Domingues completa o conjunto com uma descrição do engenho. A autora mostra que o engenho era, inicialmente, as instalações da fábrica de cana de açúcar. Com o passar do tempo, o termo engenho passou a designar toda a propriedade com seus edifícios, terras e lavoura de cana de açúcar.

Em seguida, o texto detalha o engenho destacando a lavoura, a fábrica, a casa-grande, a senzala e a capela como componentes dessa totalidade abrangente que passou a ser conhecida como engenho.  

Há também, a exemplo do que vimos no programa “cana de mel, preço de fel”, uma descrição pormenorizada do trabalho de produção da mercadoria - da lavoura ao envio do produto para a Europa - onde cumpriria o seu papel de assegurar a riqueza da Nação portuguesa no contexto do capitalismo colonial da época.

  A GRANDE FAZENDA DE CANA-DE-AÇUCAR DO BRASIL COLÔNIA

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