ATIVIDADE 13: SENHORES RICOS, ESCRAVOS... E POBRES - A SOCIEDADE COLONIAL

 


OLÁ GALERA,

Como já dissemos nas aulas anteriores, a escravidão era a principal forma de produção de riqueza no Brasil da época colonial. Contudo, isso não significa que a população brasileira era composta majoritariamente por escravos. Entre os séculos XVII e XVIII, período em que se dão os acontecimentos analisados nessas obras propostas nessa pesquisa, a maioria da população era composta por homens livres, ainda que esses homens livres não compusessem os segmentos mais ricos da elite colonial.

Para entendermos melhor esses aspectos, selecionamos 3 (três) diferentes fontes de pesquisa: um texto da professora Joelza Ester Domingues sobre a centralidade da família patriarcal na sociedade do engenho com ênfase na dinâmica da casa-grande, um episódio da série telecurso do ensino fundamental que propõe uma investigação a respeito da organização da sociedade a partir da saga de um brasileiro pobre da colônia e um texto de contraponto ao anterior que também analisa a família patriarcal, mas o faz a partir da perspectiva da senzala.


MÉTODO DE PESQUISA

O método de pesquisa a ser utilizado nesse estudo é bastante semelhante ao utilizado nas atividades anteriores, mas possui algumas diferenças de percurso. Nesse caso, utilizamos apenas os materiais audiovisuais da Fundação Roberto Marinho e, desta vez, 2 (dois) textos do blog da Professora Joelza Ester Domingues.

A família é uma das instituições mais antigas da humanidade e a investigação sobre a sua dinâmica no mundo colonial nos permitirá compreender a própria organização dessa sociedade. A ideia é oferecer abordagens diferentes que forneçam um contraponto entre diferentes situações: a de uma família patriarcal, propriamente dita, mas vista da perspectiva do papel reservado às “sinhás” (as poderosas mulheres que comandavam a vida na casa-grande e que determinavam, em linhas gerais, as relações familiares em toda a sociedade do engenho); a saga da vida de um migrante branco pobre, recuperada em documentos históricos de época e dramatizada pelo programa do telecurso; e a dinâmica de famílias negras escravas vistas da perspectiva dos artistas da missão estrangeira no século XVIII. 

Propomos o seguinte caminho para sua pesquisa:

1) Leia a sinopse do 1º artigo: "A FAMÍLIA PATRIARCAL NA SOCIEDADE COLONIAL" (abaixo) e, em seguida, clique no link e leia o artigo do blog;

2) Leia a sinopse da teleaula 7 do telecurso: "FAMÍLIAS LIVRES POBRES NA SOCIEDADE ESCRAVISTA" (abaixo) e clique no link para assistir o vídeo;

3) Repita o processo indicado no item 1 com relação ao 2º artigo: "A FAMÍLIA ESCRAVA NA SOCIEDADE COLONIAL" (abaixo) e, em seguida, clique no link e leia o artigo do blog;

4) Responda o Formulário 9google Forms) correspondente a essa atividade proposto no final dessa página.


A FAMÍLIA PATRIARCAL NA SOCIEDADE COLONIAL

Há um tempo atrás, era comum vermos um interessante desenho nos carros: a “família do proprietário”! O curioso é que os desenhos eram bastante diferentes uns dos outros. Alguns representavam um pai, uma mãe e um filho, o tipo mais comum de família que temos hoje em dia; outros, representavam famílias mais complexas que incluíam um dos avôs ou avós, não se sabe se  maternos ou paternos; Mas era comum ver desenhos em que havia duas mães. e nenhum pai! Ou, o contrário! E ainda era possível ver desenhos mais complexos que retratavam a existência de famílias com casais de segunda união com seus enteados e agregados.

O que chama atenção nesse tipo de representação é a existência, em nossos dias, e a convivência, às vezes tranquila, e por vezes, não tão harmoniosa, de diferentes “arranjos de família”. Mas, nem sempre foi assim... Pelo contrário. Num passado, nem tão remoto assim, havia uma ideia bastante diferente, e simples, do que constituía uma família. Não que não houvesse casamentos que fugissem à regra. O que havia era uma espécie de “padrão” de como uma família deveria ser na sociedade.

O texto da professora Joelza Ester Domingues sobre a família patriarcal começa por problematizar aquilo que hoje chamamos de “família nuclear”, aquela família tradicional composta por “papai, mamãe e filhinhos”. Da leitura desse texto, é possível observar que a origem da chamada família nuclear está profundamente arraigada na ideia de família patriarcal desenvolvida na época da colônia brasileira.

Ainda assim... é possível observar que a organização da instituição familiar, mesmo na época da colônia, não era tão padronizada assim como pensamos. Mesmo naquele contexto, era possível verificar a existência de diferentes arranjos familiares na sociedade. Famílias mistas, acrescidas de agregados familiares e escravos; ou homens com mais de uma família, muitas vezes acusados de bígamos, não era tão incomum naquele tempo (como veremos na teleaula 7 do telecurso)

Essa situação coloca luz sob um aspecto interessante da sociedade colonial: sua diversidade. É verdade, a sociedade colonial era bem mais dinâmica do que pensamos à primeira vista.

Outro aspecto a ser considerado diz respeito ao papel da mulher naquela sociedade. Diferentemente do que se acredita, as “sinhás” tinham um poder e um papel bastante estratégico no universo cultural e econômico do engenho, algumas chegando a ter papel de destaque na organização das capitanias e na vida das fazendas coloniais. Além disso, a atuação feminina nas vilas e cidades coloniais foi bastante significativa a partir do século XVIII quando a mineração passou a ocupar papel central na vida da colônia brasileira. 

FAMÍLIA PATRIARCAL NO BRASIL COLONIAL


FAMÍLIAS LIVRES POBRES NA SOCIEDADE ESCRAVISTA

O episódio 7 do telecurso ensino fundamental é a segunda fonte utilizada em nossa pesquisa. Esse programa conta a saga de Domingos Vieira de Carvalho, um homem branco pobre que viveu na colônia por volta do século XVII. Analisando a história de Domingos, a teleaula demonstra outros aspectos interessantes da dinâmica social da colônia.

Em primeiro lugar, salta aos olhos o fato que, apesar da sociedade colonial ser uma sociedade de economia escravista, isso não significa que os negros fossem, pelo menos no contexto do século XVII, o segmento majoritário da sociedade. Como vimos na teleaula, os homens livres pobres representam 69% do total da população nesse período.

Outra característica que se tornará uma marca da sociedade brasileira é a migração. É possível observar que os brasileiros são, desde tempos muito remotos, um povo de migrantes. Não é uma novidade que em nossa cidade haja tanta gente tenha vindo de outras cidades, Estados, e mesmo de outros países. O personagem em questão também mudou e formou várias famílias ao longo do tempo.

Um terceiro aspecto a ser considerado é o fato que nem todos os homens brancos livres eram membros da elite colonial. Muito pelo contrário, a grande maioria das pessoas naquela sociedade eram, se não escravas, pelo menos pobres.

Finalmente, é importante observar a importância econômica dada à propriedade de escravos na sociedade colonial. A anistia solicitada pela mulher de Domingos à justiça para não perder a escrava, sua única propriedade, por causa das dívidas deixadas pelo marido é ilustrativa dessa realidade. Ou seja, a escravidão estava no centro da vida econômica da sociedade colonial.

FAMÍLIAS LIVRES POBRES NA SOCIEDADE ESCRAVISTA (TELECURSO - EP. 7) 



A FAMÍLIA ESCRAVA NA SOCIEDADE COLONIAL

O artigo em questão discute a situação das famílias escravas da sociedade colonial dos séculos XVIII e XIX do ponto de vista dos estrangeiros trazidos pela família real para o Brasil a partir de 1808. Da leitura desse texto, podemos extrair alguns conceitos: a diferença na visão de família existente na senzala em relação ao núcleo familiar próprio da casa-grande; o olhar estrangeiro sobre o Brasil e a mudança do status de colônia a partir da vinda da família real para o Brasil.

No início do século XIX a família real, pressionada pela pressão internacional em solo europeu, mudou-se para o Brasil. Era o “século das luzes”, uma época dominada pelo iluminismo, um conjunto de ideias que predominavam na Europa que possuía valores e conceitos históricos diferentes dos que vigoravam até então na colônia. Agora que a família real morava no Brasil, era preciso refletir o ideal civilizatório da Europa nos trópicos.

Foi com esse objetivo que Dom Joao VI, o Rei de Portugal, decidiu trazer artistas e intelectuais das mais diversas áreas do conhecimento para se instalar no Rio de Janeiro e retratar o Brasil. Esse processo, que ficou conhecido como “missão estrangeira”, consistiu em propor uma representação da colônia (“representação” – não havia o objetivo de retratar com “fidelidade” o que o olhar estava vendo, e sim de representar uma ideia, um projeto de civilização nos trópicos)

Por fim, o artigo mostra que, nas famílias de escravos e ex-escravos havia, também, uma grande diversidade, a exemplo do que observamos no artigo a respeito da família patriarcal. Aqui, também, vários “arranjos de família” conviviam com a chamada “família nuclear”. Enfim, na senzala, o ideal de família padronizada que tanto agradava as elites coloniais também não vingou! 

FAMÍLIAS ESCRAVAS NO BRASIL COLONIAL


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