OLÁ GALERA,
Como já dissemos nas aulas anteriores, a escravidão
era a principal forma de produção de riqueza no Brasil da época colonial. Contudo,
isso não significa que a população brasileira era composta majoritariamente por
escravos. Entre os séculos XVII e XVIII, período em que se dão os
acontecimentos analisados nessas obras propostas nessa pesquisa, a maioria da
população era composta por homens livres, ainda que esses homens livres não
compusessem os segmentos mais ricos da elite colonial.
Para entendermos melhor esses aspectos,
selecionamos 3 (três) diferentes fontes de pesquisa: um texto da professora
Joelza Ester Domingues sobre a centralidade da família patriarcal na sociedade
do engenho com ênfase na dinâmica da casa-grande, um episódio da série
telecurso do ensino fundamental que propõe uma investigação a respeito da
organização da sociedade a partir da saga de um brasileiro pobre da colônia e
um texto de contraponto ao anterior que também analisa a família patriarcal,
mas o faz a partir da perspectiva da senzala.
MÉTODO DE PESQUISA
O método de pesquisa a ser
utilizado nesse estudo é bastante semelhante ao utilizado nas atividades
anteriores, mas possui algumas diferenças de percurso. Nesse caso, utilizamos apenas
os materiais audiovisuais da Fundação Roberto Marinho e, desta vez, 2 (dois)
textos do blog da Professora Joelza Ester Domingues.
A família é uma das
instituições mais antigas da humanidade e a investigação sobre a sua dinâmica no
mundo colonial nos permitirá compreender a própria organização dessa sociedade.
A ideia é oferecer abordagens diferentes que forneçam um contraponto entre
diferentes situações: a de uma família patriarcal, propriamente dita, mas vista
da perspectiva do papel reservado às “sinhás” (as poderosas mulheres que
comandavam a vida na casa-grande e que determinavam, em linhas gerais, as
relações familiares em toda a sociedade do engenho); a saga da vida de um migrante
branco pobre, recuperada em documentos históricos de época e dramatizada pelo
programa do telecurso; e a dinâmica de famílias negras escravas vistas da
perspectiva dos artistas da missão estrangeira no século XVIII.
Propomos o seguinte caminho para sua pesquisa:
1) Leia a sinopse do 1º artigo: "A FAMÍLIA PATRIARCAL NA SOCIEDADE COLONIAL" (abaixo) e, em seguida, clique no link e leia o artigo do blog;
2) Leia a sinopse da teleaula 7 do telecurso: "FAMÍLIAS LIVRES POBRES NA SOCIEDADE ESCRAVISTA" (abaixo) e clique no link para assistir o vídeo;
3) Repita o processo indicado no item 1 com relação ao 2º artigo: "A FAMÍLIA ESCRAVA NA SOCIEDADE COLONIAL" (abaixo) e, em seguida, clique no link e leia o artigo do blog;
4) Responda o Formulário 9google Forms) correspondente a essa atividade proposto no final dessa página.
A
FAMÍLIA PATRIARCAL NA SOCIEDADE COLONIAL
Há um tempo atrás,
era comum vermos um interessante desenho nos carros: a “família do
proprietário”! O curioso é que os desenhos eram bastante diferentes uns dos
outros. Alguns representavam um pai, uma mãe e um filho, o tipo mais comum de
família que temos hoje em dia; outros, representavam famílias mais complexas
que incluíam um dos avôs ou avós, não se sabe se maternos ou paternos; Mas era comum ver
desenhos em que havia duas mães. e nenhum pai! Ou, o contrário! E ainda era
possível ver desenhos mais complexos que retratavam a existência de famílias com
casais de segunda união com seus enteados e agregados.
O que chama atenção
nesse tipo de representação é a existência, em nossos dias, e a convivência, às
vezes tranquila, e por vezes, não tão harmoniosa, de diferentes “arranjos
de família”. Mas, nem sempre foi assim... Pelo contrário. Num passado,
nem tão remoto assim, havia uma ideia bastante diferente, e simples, do que
constituía uma família. Não que não houvesse casamentos que fugissem à regra. O
que havia era uma espécie de “padrão” de como uma família deveria
ser na sociedade.
O texto da
professora Joelza Ester Domingues sobre a família patriarcal começa por
problematizar aquilo que hoje chamamos de “família nuclear”,
aquela família tradicional composta por “papai, mamãe e filhinhos”. Da leitura desse
texto, é possível observar que a origem da chamada família nuclear está
profundamente arraigada na ideia de família patriarcal
desenvolvida na época da colônia brasileira.
Ainda assim... é
possível observar que a organização da instituição familiar, mesmo na época da colônia,
não era tão padronizada assim como pensamos. Mesmo naquele contexto, era possível
verificar a existência de diferentes arranjos familiares na sociedade.
Famílias mistas, acrescidas de agregados familiares e escravos; ou homens com
mais de uma família, muitas vezes acusados de bígamos, não era tão incomum
naquele tempo (como veremos na teleaula 7 do telecurso)
Essa situação
coloca luz sob um aspecto interessante da sociedade colonial: sua diversidade.
É verdade, a sociedade colonial era bem mais dinâmica do que pensamos à primeira
vista.
Outro aspecto a ser considerado diz respeito ao papel da mulher naquela sociedade. Diferentemente do que se acredita, as “sinhás” tinham um poder e um papel bastante estratégico no universo cultural e econômico do engenho, algumas chegando a ter papel de destaque na organização das capitanias e na vida das fazendas coloniais. Além disso, a atuação feminina nas vilas e cidades coloniais foi bastante significativa a partir do século XVIII quando a mineração passou a ocupar papel central na vida da colônia brasileira.
FAMÍLIA PATRIARCAL NO BRASIL COLONIAL
FAMÍLIAS
LIVRES POBRES NA SOCIEDADE ESCRAVISTA
O episódio 7 do
telecurso ensino fundamental é a segunda fonte utilizada em nossa pesquisa.
Esse programa conta a saga de Domingos Vieira de Carvalho, um homem branco
pobre que viveu na colônia por volta do século XVII. Analisando a história de
Domingos, a teleaula demonstra outros aspectos interessantes da dinâmica social
da colônia.
Em primeiro lugar,
salta aos olhos o fato que, apesar da sociedade colonial ser uma sociedade de
economia escravista, isso não significa que os negros fossem, pelo menos no
contexto do século XVII, o segmento majoritário da sociedade. Como vimos na
teleaula, os homens livres pobres representam 69% do total da população
nesse período.
Outra característica
que se tornará uma marca da sociedade brasileira é a migração. É possível
observar que os brasileiros são, desde tempos muito remotos, um povo de
migrantes. Não é uma novidade que em nossa cidade haja tanta gente tenha
vindo de outras cidades, Estados, e mesmo de outros países. O personagem em
questão também mudou e formou várias famílias ao longo do tempo.
Um terceiro aspecto
a ser considerado é o fato que nem todos os homens brancos livres eram
membros da elite colonial. Muito pelo contrário, a grande
maioria das pessoas naquela sociedade eram, se não escravas, pelo menos pobres.
Finalmente, é
importante observar a importância econômica dada à propriedade de escravos na
sociedade colonial. A anistia solicitada pela mulher de Domingos à justiça para
não perder a escrava, sua única propriedade, por causa das dívidas deixadas
pelo marido é ilustrativa dessa realidade. Ou seja, a escravidão estava
no centro da vida econômica da sociedade colonial.
FAMÍLIAS LIVRES POBRES NA SOCIEDADE ESCRAVISTA (TELECURSO - EP. 7)
A
FAMÍLIA ESCRAVA NA SOCIEDADE COLONIAL
O artigo em questão
discute a situação das famílias escravas da sociedade colonial dos séculos
XVIII e XIX do ponto de vista dos estrangeiros trazidos pela família real para
o Brasil a partir de 1808. Da leitura desse texto, podemos extrair alguns conceitos:
a diferença na visão de família existente na senzala em relação ao núcleo
familiar próprio da casa-grande; o olhar estrangeiro sobre o Brasil e a mudança
do status de colônia a partir da vinda da família real para o Brasil.
No início do século
XIX a família real, pressionada pela pressão internacional em solo europeu,
mudou-se para o Brasil. Era o “século das luzes”, uma época dominada pelo iluminismo,
um conjunto de ideias que predominavam na Europa que possuía valores e
conceitos históricos diferentes dos que vigoravam até então na colônia. Agora que
a família real morava no Brasil, era preciso refletir o ideal civilizatório da Europa
nos trópicos.
Foi com esse
objetivo que Dom Joao VI, o Rei de Portugal, decidiu trazer artistas e
intelectuais das mais diversas áreas do conhecimento para se instalar no Rio de
Janeiro e retratar o Brasil. Esse processo, que ficou conhecido como “missão
estrangeira”, consistiu em propor uma representação da colônia (“representação”
– não havia o objetivo de retratar com “fidelidade” o que o olhar estava vendo,
e sim de representar uma ideia, um projeto de civilização nos trópicos)
Por fim, o artigo
mostra que, nas famílias de escravos e ex-escravos havia, também, uma grande
diversidade, a exemplo do que observamos no artigo a respeito da família patriarcal.
Aqui, também, vários “arranjos de família” conviviam com a chamada “família nuclear”.
Enfim, na senzala, o ideal de família padronizada que tanto agradava as elites
coloniais também não vingou!
FAMÍLIAS ESCRAVAS NO BRASIL COLONIAL
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