ATIVIDADE 14: POLÍTICA - O PODER NA AMÉRICA PORTUGUESA

OLÁ GALERA,

O poeta alemão Bertolt Brecht dizia que o “analfabeto político não sabe o preço do feijão...”  Ou seja, não dá valor à própria vida. De fato, quem não gosta de política acaba sendo “governado” por quem gosta! Portanto, falar de política é falar do poder que a gente tem de governar a própria vida ou de entregar esse governo para os outros.

Essa atividade tem como propósito provocar essa reflexão. Mas, como tudo na vida... para se entender o modo como fazemos política hoje é preciso pensar em como os homens e as mulheres disputaram e fizeram política no passado. Daí que o tema dessa aula seja a política na colônia.

MÉTODO CIENTÍFICO

Nessa atividade, a exemplo das anteriores, vamos um caminho de estudo detalhado. É importante que você se lembre sempre de seguir esse percurso e resistir à tentação de “pegar um atalho”. Lembre-se: o atalho resolve o problema imediato, mas não ajuda a fixar os conceitos, e não nos dá nenhuma garantia de uma aprendizagem significativa.

1)      Leia a sinopse proposta nesse artigo a respeito do programa 11 da teleaula do telecurso ensino fundamental. Depois da leitura dessa pequena síntese, assista o programa;

2)     Leia, em seguida, a sinopse do 2º vídeo: “Dores de Colônia” da série 500 anos – o Brasil colônia na TV. Após a leitura, assista o programa;

3)     Leia a sinopse do artigo: “Mulheres no Comando das Capitanias Hereditárias”. Depois clique no link e leia o artigo da Professora Joelza Ester Domingues (na íntegra);

4)     Finalmente, concluído esse passo-a-passo, responda o formulário de questões dessa atividade. 


O PODER POLÍTICO NA AMÉRICA PORTUGUESA

Como o poder se manifesta em todas as dimensões da nossa vida, chamamos esse tipo de poder que pretendemos tratar nessa aula de “Poder Político” para diferenciar de outras categorias de poder como “Poder Econômico” e/ou “Poder Religioso”.

A teleaula inicia seu estudo discutindo o conceito de política, como fizemos na introdução dessa atividade. Ao propor essa discussão, a aula delimita melhor o que vai ser objeto dessa reflexão: como era o governo do Brasil na época em que ele era uma colônia de Portugal? Como as elites disputavam e administravam esse poder?

A primeira disputa pelo poder na América portuguesa se deu no plano internacional com a assinatura do Tratado de Tordesilhas que estabeleceu os limites das terras americanas entre Portugal, e sua rival, a Espanha. Mas os demais países (Holanda, França e Inglaterra) não se conformaram com essa divisão e, regra geral, invadiam partes do território. Foi para assegurar o seu quinhão nas Américas que Portugal decidiu colonizar o Brasil.

Para administrar um território tão vasto com poucos recursos, Portugal decidiu dividir e doar partes do território para os nobres portugueses. Essas terras divididas ficaram conhecidas como capitanias hereditárias.

A coroa dava poder absoluto para esses nobres chamados de capitães donatários, inclusive o de distribuir terras para serem cultivadas e colonizadas. Assim nasceu o LATIFÚNDIO, grandes propriedades de terra concedidas e controladas pelas oligarquias, uma elite de fazendeiros.

O projeto português não vingou, com exceção das capitanias de Pernambuco e São Vicente. A primeira, doada para Duarte Celho, foi bem sucedida pela proximidade com a Europa, a construção dos os engenhos de cana de açúcar e o trabalho escravo. Já o sucesso da capitania de São Vicente se deu em função da presença dos jesuítas e a escravização indígena.

Com a dispersão administrativa promovida pela política de capitanias, os portugueses optaram pela criação do governo-geral com sede em Salvador, a primeira capital do Brasil.

Com o crescimento dos engenhos foram surgindo as vilas e cidades para realizar o escoamento da produção para o exterior e o comércio local. Para administrar os conflitos de interesses surgiram as câmaras municipais compostas pelos “homens bons” (os representantes locais dos homens ricos e dos fazendeiros – mais tarde, essa instituição seria intitulada de vereadores)

Com a descoberta na região das Minas Gerais, as capitanias são extintas e a administração passa para as mãos da coroa que elege representantes para o comando dessas vilas e cidades. Na região açucareira, os senhores de engenho continuam exercendo seu poder. Os administradores da coroa para assegurar os seus interesses, criam os impostos, como o quinto que é cobrado e enviado para Portugal.

A POLÍTICA COLONIAL NA AMÉRICA PORTUGUESA (TELECURSO 11)


DORES DE COLÔNIA

Antes de se fazer qualquer comentário sobre o programa “dores de colônia” da série 500 anos – Brasil colônia” é preciso fazer uma correção. A videoaula sugere o nome “Brasil” é uma decorrência natural de Pau-Brasil, a madeira explorada pelos portugueses e que possuía grande valor comercial na época. Essa tese é, no mínimo, discutível.

A pesquisa atual sugere outras razões para essa denominação. Darcy Ribeiro, em sua obra “O povo brasileiro”, chama atenção para o fato que “muitos anos antes da chegada a essas terras, os navegadores europeus tinham conhecimento de uma ilha chamada BRASIL”. Posto esse reparo, sigamos em frente...

O programa traz um aspecto interessante desse processo de ocupação das terras brasileiras pelos portugueses: a ausência de mulheres. De fato, os primeiros grupos de portugueses a se instalar no território era composto por náufragos, desertores e degredados. Esses grupos desprestigiados pela coroa e sem ter muito a perder com a vinda para o Brasil organizaram-se e formaram famílias com as populações nativas.

O projeto português de longo prazo, no entanto, era mais ambicioso do que simplesmente “despejar os indesejáveis para bem longe de Lisboa”. Era preciso criar uma estrutura colonial sólida com governo, regras e mecanismos de exploração econômica. A vinda de mulheres brancas da Europa fazia parte dessa estratégia. (Essa questão é o pano de fundo de um filme brasileiro chamado “desmundo”. Repare na ironia desse nome em oposição à ideia de “Novo Mundo”) O programa explica, ainda, o papel dos jesuítas na colonização; e destaca o papel de Tomé de Souza, o primeiro governador-geral do Brasil, na instalação da primeira capital (sede-de-governo) na Bahia. 

DORES DE COLÔNIA (500 ANOS - BRASIL COLÔNIA NA TV, EP. 6)


AS MULHERES NO COMANDO DAS CAPITANIAS

O contraponto a essa temática encontraremos na leitura do artigo da historiadora Joelza Ester Domingues. A professora Joelza demosntra que o sucesso das capitanias hereditárias de Pernambuco e São Vicente não se deve apenas aos jesuítas, a posição geográfica e ao trabalho escravo... é obra de mulheres.

Rompendo com a historiografia tradicional, a pesquisa científica moderna tem trazido novos elementos à compreensão do passado. Uma dessas descobertas reveladoras é o papel de Ana Pimentel e Brites de Albuquerque, as “Capitoas” de São Vicente e Pernambuco.

Além disso, o artigo mostra que se dependesse de Luísa Grimaldi, a viúva de Vasco Coutinho, a capitania do Espírito Santo teria sido a 3ª capitania próspera do Brasil. Com a morte de Coutinho, Luísa assumiu o comando da capitania. A ironia do destino foi que a capitania só faliu quando foi retirada das mãos de Luísa por causa de uma ação movida por um parente próximo do falecido que alegou que uma mulher não poderia ficar no comando. Ledo engano.

MULHERES NO COMANDO DAS CAPITANIAS HEREDITÁRIAS

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