OLÁ GALERA,
Nessa
atividade, pretendemos discutir a luta pela liberdade no continente americano. Essa
luta revolucionária, que produziu a independência de vários países da América,
teve um impacto tremendo sobre a História do Brasil. Basta a gente lembrar o
que disse o espião francês que estava à serviço de D. João VI em 1823:
“Se continuarem a falar dos direitos dos homens, de
igualdade, acabarão falando a palavra fatal: liberdade. Palavra terrível, que
tem mais força num país de escravos do que em qualquer parte. Então, toda a
independência acabará no Brasil com a revolta dos escravos, que, quebrando suas
algemas, incendiarão as cidades, os campos e as plantações, massacrando os
brancos farão do Brasil uma deplorável cópia do Haiti”
Para entendermos melhor o que estava acontecendo na América Inglesa e Espanhola e o impacto que essa situação histórica teve no Brasil, propomos o caminho descrito no item que explica o método de estudo e pesquisa (abaixo).
MÉTODO CIENTÍFICO
Selecionamos 3
(três) vídeos explicativos. Os 2 (dois) primeiros que tratam da Revolução de Independência
dos EUA e da Revolução Haitiana foram produzidos pelo professor e Youtube
Felipe Figueiredo do blog nerdologia. O 3º (terceiro) que trata da
Independência da América espanhola é uma Teleaula do Ensino Médio do Telecurso.
A independência do Brasil merecerá uma atividade à parte, mas a teleaula do
telecurso já introduz o tema como veremos.
Para cada um
dos vídeos, preparamos uma sinopse de 2 (dois) artigos dos historiadores Tales Pinto
e Cláudio Fernandes. O texto integral pode ser encontrado no blog História do
Mundo em https://www.historiadomundo.com.br/ O encaminhamento proposto é:
1.
Leia o resumo
do artigo “A Independência dos EUA” e, em seguida assista o programa do
nerdologia sobre o assunto;
2.
Leia o resumo
do artigo “A independência do Haiti” e assista o programa sobre o tema;
3.
Leia o resumo
de “Independência da América Espanhola” e assista a Teleaula do
telecurso sobre a Independência da América”;
4.
Responda o Formulário
de questões de História (Google Forms).
A INDEPENDÊNCIA DOS EUA
Quando iniciamos
nossos estudos históricos, o 1º (primeiro) conceito que desenvolvemos foi o de Revoluções
Burguesas (atividade 1). Naquela ocasião, apresentei as grandes Revoluções da
História: Revolução Francesa, Revolução Industrial, Revolução Inglesa e
Revolução Americana. Nas aulas seguintes, abordamos cada uma das revoluções em
questão, exceto a Revolução Americana. Essa foi uma opção que fiz com o
objetivo de – antes de apresentar o tema da Independência brasileira – oferecer
uma reflexão mais elaborada para conceituar independência. É o que faremos nessa
atividade começando pela compreensão do foi a Revolução de Independência dos
EUA.
O movimento de Independência dos Estados Unidos ocorreu na
virada da década de 1770 para 1780 que deflagrou uma guerra que selou a
autonomia das Treze Colônias e deu origem aos atuais
Estados Unidos da América. A Declaração de Independência foi assinada
em 04 de julho de 1776.
Tudo começou após
a Guerra dos Sete Anos (1756 -1763), travada na América do
Norte entre ingleses e franceses pela posse de terras. Os ingleses anexaram as
terras antes pertencentes aos franceses. Os colonos ingleses, que já estavam no
novo continente, pensaram que ficariam com as terras. Mas a coroa inglesa destinou as novas terras
para novos colonos que viriam da Inglaterra.
Além disso, cresceu
um sentimento de revolta com os impostos, como o imposto do Selo, e o imposto Sobre o Chá. O conflito gerou uma onda de boicotes crescentes
que deram origem a um dos mais sólidos movimentos políticos conservadores dos
Estados Unidos.
O clima de
insatisfação contaminou muitos colonos, inclusive alguns que antes não estavam
a favor do choque com a coroa inglesa. Liderados por Thomas Jefferson, Samuel Adams,
Richard Lee e Benjamin Franklin, os colonos organizaram,
na Filadélfia, em abril de 1775, o Primeiro Congresso Continental e elaboraram
uma declaração de direitos de inspiração iluminista.
No ano seguinte, em 04 de julho de 1776, houve o Segundo Congresso Continental, em que foi redigida a Declaração de Independência e houve a criação do exército colonial, que enfrentou o exército inglês. Nos anos que se seguiram, as batalhas vencidas pelos colonos americanos, sobretudo após a ajuda de espanhóis e franceses, acabaram por solidificar a autonomia dos EUA.
A INDEPENDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA
INDEPENDÊNCIA
DO HAITI
A Independência do Haiti ocorreu em 1804, após uma
sangrenta batalha em que a população branca foi exterminada pelos escravos que
haviam se revoltado. Além de se tornar o 1º (primeiro) país independente das
Américas (com exceção dos EUA), o Haiti foi também o 1º (primeiro) país a abolir a escravidão de suas fronteiras.
A adoção dos
ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade pelos revoltosos e a radicalidade
das ações nas lutas pela independência levaram os líderes do movimento a serem
conhecidos como Jacobinos Negros, em alusão à Revolução Francesa.
A região havia
sido conquistada pelos europeus logo após a chegada de Cristóvão Colombo, em
1492 – que havia batizado a ilha de Hispaniola. A população nativa foi
exterminada da ilha, e o trabalho escravo foi adotado ainda no século XVI para
a produção de produtos tropicais para alimentar o mercado colonial,
principalmente a produção de açúcar.
A porção
ocidental da ilha foi ocupada pelos franceses em 1697. Mais tarde, um tratado assinado
entre espanhóis e franceses garantiu a posse da França. O Haiti se tornou a
principal fonte de riqueza colonial francesa, sendo produzidas várias
mercadorias, com destaque ao açúcar.
Para produzir
um montante tão grande dessa mercadoria mantinha-se 500 (quinhentos) mil
escravos nas fazendas da ilha. A população branca era de 35 mil pessoas. Havia
ainda um pequeno contingente de mulatos e ex-escravos que conseguiram certa
ascendência social.
A revolta que
resultou na Independência iniciou-se em 1791, após a rápida difusão entre os
escravos da notícia de que o novo governo francês havia abolido a escravidão
nas colônias. O abandono das fazendas e lavouras e o ataque aos fazendeiros
brancos alastraram-se pela ilha. Muitos brancos foram mortos em decorrência das
condições de trabalho e dos maus-tratos infligidos aos escravos.
Em 1794, Toussaint
de L’Ouverture passou a comandar os escravos na luta pela independência e pelo
fim da escravidão. Toussaint era um escravo instruído, que sabia falar e ler o
francês. Em 1801 foi promulgada uma Constituição - abolindo a escravidão e
declarando a igualdade entre todos os habitantes.
Toussaint pretendia
manter a ilha em uma relação próxima com a França, mas mantendo a autonomia. Bonaparte
enviou uma tropa francesa com 25 mil homens para recuperar a ilha. Houve uma
guerra sangrenta, mas os negros venceram e os brancos acabaram sendo eliminados
da ilha. Porém, em 1802, os franceses conseguiram capturar Toussaint, que foi
enviado à França, onde morreu no cárcere em 1803.
Os aliados de Toussaint,
Dessalines e Henri Christophe, lideraram os conflitos, conseguindo expulsar os
franceses no fim de 1803. O nome do país foi mudado para Haiti, sendo declarada
definitivamente a independência do país. Dessalines tornou-se imperador em 1º
de janeiro de 1804.
A guerra foi
desastrosa para o Haiti que desligou-se do mercado mundial, mantendo-se em
isolamento com os demais países e colônias, voltando sua economia para a
produção de subsistência. O medo de que a revolta escrava se espalhasse para as
demais colônias contribuiu ainda mais para o isolamento, já que as elites
locais americanas eram escravocratas.
A REVOLUÇÃO NEGRA DE INDEPENDÊNCIA DO HAITI
INDEPENDÊNCIA DA AMÉRICA ESPANHOLA
O processo de independência da América Espanhola ocorreu no século
XIX, após cerca de quatro séculos de colonização.
No século XIX,
desde o seu início, houve muita turbulência no continente europeu com a eclosão
da Revolução Francesa, em 1789, e a instalação
do Império Napoleônico. A Espanha foi
duramente afetada pelas guerras napoleônicas, fator decisivo para a sucessão de
levantes em suas colônias.
Além disso,
surgiu nas colônias uma elite muito influenciada pelas ideias iluministas, que
eram contrárias ao regime absolutista, ao mercantilismo, e que pregavam os
ideais de liberdade e igualdade. Nesse contexto, ocorreram grandes rebeliões no
Peru em 1780, e em Nova Granada em 1781. Apesar de sufocados pelas forças
espanholas, seu pioneirismo serviu de estímulo para outros movimentos.
Para piorar, a
organização política das colônias espanholas desfavorecia enormemente os criollos, descendentes de espanhóis nascidos
nas colônias. Ao contrário dos chapetones, os
espanhóis que viviam nas colônias e controlavam o cenário político e
administrativo, os criollos não
possuíam nenhum poder político.
Em razão da
insatisfação com os chapetones, as
elites criollas foram os agentes principais das guerras pela independência. Entre
os líderes dessa elite, quatro nomes possuem destaque: Simón Bolívar, José de San Martín, Bernardo O'Higgins e José Sucre. Esses personagens históricos ficaram
conhecidos como os “Libertadores da América” porque comandaram as guerras pela
libertação da América Hispânica. Panfletos revolucionários também contribuíram
para a disseminação das ideais iluministas na América Epanhola.
A década de
1820 foi decisiva para as guerras pela independência. Gradualmente,
praticamente todo o território das antigas colônias espanholas estavam livres
(com exceção de Cuba, que só se tornou independente em 1898). Esse processo de
independência foi bem-visto e acolhido por países que tinham interesse em
estabelecer contatos comerciais diretos com os americanos como o Império
Britânico e os Estados Unidos da América.
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