OLÁ GALERA,
Nas atividades anteriores, em particular as atividades 11 à 15 em que tratamos da colonização brasileira, vimos que a sociedade brasileira é marcada pela construção de um projeto colonial da metrópole portuguesa. Observamos que esse projeto promoveu o desenvolvimento de uma economia, predominantemente escravista e agroexportador, que a sociedade brasileira foi organizada de forma patriarcal e que a política colonial nas fazendas, minas e cidades era controlada pelas oligarquias locais associadas à burguesia mercantil da metrópole.
Nessa atividade, pretendemos avançar na formação das cidades coloniais na época da mineração e interiorização do país. O estudo desse período será aprofundado a partir da investigação de 2 (dois) vídeos e suas respectivas propostas de sinopse.
METODOLOGIA
O propósito dessa atividade é compreender o desenvolvimento das cidades e a construção de uma rede urbana no Brasil-colonial que modificou as bases da colônia no final do século XVIII. Para apreender esse conteúdo propomos a leitura de dois vídeos: o episódio sobre o tema da série 500 anos, o Brasil-colônia na TV: "Fausto e a pobreza das minas" e a teleaula 8 do telecurso de ensino fundamental: "O desenvolvimento das cidades coloniais". O percurso sugerido é:
1) Ler a sinopse do 1º vídeo e, em seguida, assistir o programa: "Fausto e a pobreza das minas";
2) Ler a sinopse do 2º vídeo e, em seguida, assistir "O desenvolvimento das cidades coloniais";
3) Responder o Formulário de questões de História (Google Forms).
FAUSTO E A POBREZA DAS MINAS
A descoberta de ouro no interior do país atraiu milhares
de colonos e migrantes para a região em busca de riquezas e oportunidades. Para
Portugal, o ouro encontrado era, também, uma esperança nova diante de uma
metrópole em crise.
Apesar disso, a corrida do ouro parecia não justificar o sacrifício
necessário naquelas terras escassas de carne, roupas e utensílios domésticos. Afinal,
a região não contava com infraestrutura urbana mínima para dar conta das
demandas da população.
Portugal distribuía as terras aos colonos interessados por meio de um
sorteio e ficava com 20% (um quinto) das rendas das minas. O critério de
discernimento para o recebimento de porções de terras para explorar era médio
pela quantidade de escravos dos interessados.
A disputa pelas terras não demorou a aparecer... a guerra dos emboabas
entre paulistas e forasteiros de outras regiões se deu nesse contexto. A
solução encontrada foi a criação das capitanias de São Paulo e de Minas Gerais
para acalmar os ânimos e administrar os conflitos.
Resolvido o conflito inicial, a corte passou a investir na criação
de uma infraestrutura urbana para suprir as necessidades da região e
assegurar o escoamento da produção. Foi assim que vários povoados foram se
transformando em grandes cidades como Vila Rica de Ouro Preto, Sabará e São
João Del Rey.
A cobrança de impostos era feita por intermediários, os contratadores.
Eles recolhiam o imposto, o quinto (20%) de todos
os produtos, e era comum que aumentassem essa cobrança ficando com uma parte do
contratado para si próprios. Com o aumento da corrupção e o peso dos impostos,
muitos colonos optavam pelo contrabando das pedras preciosas. Daí nasceu a
expressão “santo do pau oco”.
É nesse contexto que surge um estilo de arte utilizado no embelezamento
das igrejas da época, o barroco colonial brasileiro. O barroco
brasileiro lembrava o padrão nascido na Europa, mas adquiriu um traço original
adaptado ao clima, as condições e ao estilo de artistas brasileiros como o
escultor Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho.
A reação dos brasileiros à cobrança de impostos não tardou e cresceu
nesses anos. A Revolta de Filipe dos Santos foi duramente
perseguida. Mesmo assim, outras revoltas ocorreram como a Inconfidência Mineira
que quase levou à independência do Brasil.
AS CIDADES COLONIAIS
Como era a vida nas cidades na época colonial? E quais as semelhanças e
diferenças existentes entre essas cidades coloniais e as cidades em nossos dias?
E como viviam os escravos nessas cidades? É com base na investigação dessas
questões que a Teleaula 8 do Telecurso Ensino Fundamental foi produzida. Não é
por acaso que o programa se inicia mostrando imagens que demonstram o desenvolvimento
das cidades ao longo do tempo.
A economia do Brasil colônia deu seus primeiros passos no campo. Mas era
preciso escoar a produção e suprir a colônia com produtos para sua demanda. Daí
surgiram as cidades. Mas, apesar disso, as cidades tiveram por um longo período
um caráter secundário por que a maioria das pessoas vivia mesmo era no campo.
No fim do século XVIII, as 5 (cinco) mais importantes cidades tinham um
pouco mais de 5% da população. Rio de janeiro, Salvador, Recife, São Paulo e
São Luís do Maranhão possuíam entre 15000 e 50000 habitantes. Somente mais
tarde, na região das Minas gerais é que surgirá a primeira rede urbana do
país.
E foram nesses núcleos urbanos das cidades mineiras que surgiram as primeiras
tentativas revolucionárias de caráter anticolonial, as lutas pela
independência e as grandes insurreições de escravos.
Em 1821, o Rio de Janeiro, capital do Brasil, possuía a maior população
de escravos urbanos das Américas. Eram 40000 escravos numa população de 86000
pessoas. A fundação de cidades fazia parte de uma estratégia dos
portugueses. Eles queriam garantir um domínio permanente sobre a colônia
e era nas cidades que eles impunham seus impostos, seus costumes e sua
cultura sobre a população da colônia.
Uma característica das cidades coloniais que podemos observar nas cidades
até os dias de hoje é a presença da igreja. A economia mercantil também fica
evidente na arquitetura dessas cidades com a presença do mercado. Nessa época,
os escravos faziam de tudo. Havia, inclusive, os chamados escravos de
ganho. Os escravos de ganho eram trabalhadores que prestavam serviços
como barbeiros, marceneiros e outros serviços e recebiam um pagamento que era destinado
na sua quase totalidade aos seus senhores.
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