Atividade 2: Um passo além

 


  • Interpretação aprofundada do conto fantástico: Um desejo e dois irmãos – Marina Colasanti

  • Questões Gramaticais: Sujeito e Predicado

  • Questionário.


    Na atividade passada fizemos a leitura e uma interpretação inicial do conto fantástico “Um desejo e dois irmãos”, da autora Marina Colasanti (se você não viu a atividade passada acesse: https://emluizjacob.blogspot.com/p/atividade-1-o-universo-fantastico.html).

    Nessa atividade nos aprofundaremos um pouco mais na interpretação desse conto e aproveitaremos para estudar alguns conceitos gramaticais.


“Um desejo e dois irmãos” – um passo além

A história apresenta uma narrativa instigante, pois traz em si o conceito da dupla personalidade retratada na literatura. No conto há dois príncipes, um louro e um moreno, um de olhos verdes e outro de olhos azuis, irmãos e tão diferentes nos gostos e nos sorrisos, mas tão comuns no desejo de um ser o outro, resolvem fazer uma disputa para conquistar o presente dado pelo pai a cada um deles – os reinos do céu e do mar.

Insatisfeitos com o presente que, em tese, colocaria fim à disputa entre ambos, os príncipes resolvem fazer uma competição. Quem atingisse primeiro a linha do horizonte, venceria a competição e dominaria o reino todo. Porém, no final do conto, quando o narrador anuncia o vencedor, uma grande surpresa envolve o leitor: quem conquista o reino não é nem um nem outro príncipe. É um só, o intermediário, ou seja, “O Outro”.

Vários fragmentos do conto de Marina exemplificam a questão do olhar para o outro como se esse outro fosse o melhor, como se o sentido para vencer e para realizar-se estivesse no irmão e em seus bens, e não em si próprio. Dentro desta perspectiva, Clément Rosset, autor que estuda a dualidade na literatura, ressalta que o sentido da existência está no outro, e a total realização pessoal está na fusão do eu com o outro, porque somente assim me sinto completo.

A dualidade do conto não está presente somente na interpretação dos fatos, mas também em sua própria estrutura narrativa. Encontramos ao longo do texto estruturas paralelas, marcadas por relações sinonímicas (sinônimos) e antitéticas (antônimos).

Por exemplo:


Estruturas sinônimas:

Do ar, o príncipe das nuvens olhou através do seu reflexo, procurando a figura do irmão nas profundezas.

Da água, o jovem senhor das vagas quebrou com seu olhar a lâmina da superfície procurando a silhueta do irmão.


Temos três pares de estruturas paralelas sinonímicas: 1) olhou / quebrou com seu olhar; 2) reflexo / lâmina; 3) procurando a fi gura do irmão / procurando a silhueta do irmão. As palavras fi gura e silhueta apresentam equivalência semântica, pois indicam a imagem do outro refletida, tal como o espelho, objeto de reflexão da imagem, que apresenta uma superfície refletora. Pela dinâmica do olhar ou da quebra do olhar, percebe-se a intensidade do desejo de cada um dos príncipes de querer ser o outro.


O de cima sentiu calor, e desejou ter o mar para si, certo de que nada o faria mais feliz do que mergulhar no seu frescor.

O de baixo sentiu frio, e quis possuir o céu, certo de que nada o faria
mais feliz
do que voar na sua mornança.


Como podemos visualizar no fragmento, cada parágrafo se refere a um dos príncipes e apresenta as seguintes estruturas paralelas: 1) sentiu / sentiu; 2) e desejou ter / e quis possuir; 3) certo de que nada o faria mais feliz do que / certo de que nada o faria mais feliz do que. Dos três pares de estruturas paralelas, o primeiro e terceiro são absolutamente idênticos, e o segundo apresenta duas estruturas paralelas sinônimas, pois desejou ter equivale a quis possuir.

Por um lado, se o fragmento apresenta estruturas paralelas idênticas ou marcadas pela sinonímia, também possui estruturas antônimas, como se pode visualizar abaixo no mesmo trecho:

O de cima sentiu calor, e desejou ter o mar para si, certo de que nada o faria mais feliz do que mergulhar no seu frescor.

O de baixo sentiu frio, e quis possuir o céu, certo de que nada o faria mais feliz do que voar na sua mornança.

Observamos os seguintes pares antitéticos: 1) o de cima/o de baixo; 2) calor/frio; 3) céu/mar; 4) mornança/frescor. Os primeiros elementos de cada par (o de cima, calor, céu, mornança) fazem parte do espaço figurativo referente ao príncipe louro, enquanto os outros (o de baixo, frio, mar, frescor) pertencem ao espaço figurativo do príncipe moreno.


Como podemos perceber, uma narrativa é mais do que apenas uma história. É preciso olhar para os textos e analisá-los de maneira aprofundada para sermos capazes de entender todos os efeitos de sentidos contidos na mensagem. Esse exercício contribui para desenvolvermos nossa competência leitora e nossa habilidade em interpretar de decodificar os textos que estão presentes no nosso dia a dia.


Conceitos gramaticais.


Faz parte do entendimento global do texto conseguirmos compreender como os elementos da escrita se relacionam entre si. Pensando nisso, precisamos iniciar o entendimento das orações contidas no texto analisando os conceitos de Sujeito e Predicado.

Sujeito e predicado são os termos essenciais da oração. Enquanto o sujeito é aquele ou aquilo de que(m) se fala, o predicado é a informação dada sobre o sujeito.

Uma forma fácil de detectar esses termos nas orações é perguntando quem? e/ou o que?

Exemplo 1:

Os estudantes organizaram a homenagem”.

Quem organizou a homenagem? Os estudantes, logo esse é o sujeito da oração.
O que foi feito?
Organizaram a homenagem, logo esse é o predicado da oração.


Exemplo 2:

O discurso foi modificado.

O que foi modificado? O discurso. É do discurso de que se fala, logo esse é o sujeito da oração.

O que aconteceu? foi modificado. Essa é informação dada sobre algo, logo, esse é o predicado da oração.

Ordem do Sujeito na Oração

A ordem do sujeito na oração nem sempre é a mesma, podendo ocorrer de três maneiras:


Tipos

Explicação

Exemplos

Forma direta

Quando o sujeito vem antes do predicado.

Os formandos e os professores empenhados organizaram a festa.

Ordem inversa

Quando o sujeito vem depois do predicado.

Organizaram a festa os formandos e os professores empenhados.

Meio do predicado

Quando o sujeito aparece no meio do predicado.

Rapidamente, os formandos e os professores empenhados organizaram a festa.


    De acordo com os conceitos gramaticais apresentados, responda ao questionário fazendo a corretamente a análise das frases indicadas.


Atenção, se você tem acesso à internet responda ao questionário pelo link: https://forms.gle/YERcxd9fyasBmCq9A


Se não conseguir responder on-line, copie as perguntas no caderno, tire foto e envie para professora via WhatsApp.


1) Marque a alternativa em que o sujeito e o predicado da frase: “Os príncipes eram diferentes na maioria das coisas, mas tinham algo em comum, a inveja.” estão corretamente indicados:


A) Sujeito: diferentes – Predicado: Os príncipes.

B) Sujeito: Príncipes – Predicado: Eram diferentes na maioria das coisas.

C) Sujeito: Os príncipes – Predicado: eram diferentes na maioria das coisas, mas tinham algo em comum, a inveja

D) Sujeito: Inveja – Predicado: algo em comum.



2) Marque a alternativa em que o sujeito e o predicado da frase: “Sofria o pai com o sofrimento dos filhos.” estão corretamente indicados:


A) Sujeito: o pai – Predicado: sofria com o sofrimento dos filhos.

B) Sujeito: sofria – Predicado: o pai

C) Sujeito: sofria com o sofrimento dos filhos. – Predicado: o pai

D) Sujeito: sofria o pai – Predicado: com o sofrimento dos filhos.



3) Marque a alternativa em que o sujeito e o predicado da frase: “O pai queria ajudá-los.” estão corretamente indicados:


A) Sujeito: queria – Predicado: ajudá-los

B) Sujeito: o pai – Predicado: queria.

C) Sujeito: ajudá-los – Predicado: o pai

D) Sujeito: o pai – Predicado: queria ajudá-los.



4) Marque a alternativa em que o sujeito e o predicado da frase: “Montou na garupa lisa, entre as asas brancas, o primeiro filho.” estão corretamente indicados:


A) Sujeito: ele – Predicado: montou na garupa lisa, entre as asas brancas.

B) Sujeito: o primeiro filho – Predicado: montou na garupa lisa, entre as asas brancas.

C) Sujeito: montou na garupa lisa, entre as asas brancas. – Predicado: o primeiro filho

D) Sujeito: asas brancas – Predicado: o primeiro filho.



5) Marque a alternativa em que o sujeito e o predicado da frase: “Do ar, o príncipe das nuvens olhou através do seu reflexo.” estão corretamente indicados:


A) Sujeito: o príncipe das nuvens – Predicado: do ar, olhou através do seu reflexo.

B) Sujeito: do ar – Predicado: o príncipe das nuvens olhou através do seu reflexo.

C) Sujeito: o príncipe das nuvens olhou através do seu reflexo. – Predicado: do ar.

D) Sujeito: ao príncipe – Predicado: do ar, olhou através do seu reflexo.



6) Marque a alternativa em que o sujeito e o predicado da frase: “O de cima sentiu calor, e desejou ter o mar para si.” estão corretamente indicados:


A) Sujeito: sentiu calor, e desejou ter o mar para si – Predicado: O de cima.

B) Sujeito: para si – Predicado: O de cima sentiu calor e desejou ter o mar.

C) Sujeito: calor – Predicado: O de cima desejou ter o mar.

D) Sujeito: O de cima – Predicado: sentiu calor, e desejou ter o mar para si.



7) Marque a alternativa em que o sujeito e o predicado da frase: “Soprando entre as mãos em concha os dois irmãos lançaram seu desafio. ” estão corretamente indicados:


A) Sujeito: Soprando entre as mãos em concha, lançaram seu desafio. – Predicado: Os dois irmãos.

B) Sujeito: Os dois irmãos – Predicado: lançaram seu desafio.

C) Sujeito: os dois irmãos – Predicado: Soprando entre as mãos em concha, lançaram seu desafio.

D) Sujeito: lançaram seu desafio – Predicado: Soprando entre as mãos em concha.



8) Marque a alternativa em que o sujeito e o predicado da frase: “Os raios de sol passavam pela carruagem de nuvens e desciam até a carruagem de espumas.” estão corretamente indicados:


A) Sujeito: passavam pela carruagem de nuvens e desciam até a carruagem de espumas. – Predicado: Os raios de sol

B) Sujeito: Os raios de sol – Predicado: passavam pela carruagem de nuvens e desciam até a carruagem de espumas.

C) Sujeito: passavam pela carruagem de nuvens – Predicado: Os raios de sol

D) Sujeito: Os raios de sol – Predicado: desciam até a carruagem de espumas.


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