ATIVIDADE 3: FONTES HISTÓRICAS

 

Olá Galera,

Como vimos nas atividades anteriores, o ponto de partida do trabalho do historiador são as fontes históricas. As fontes existem na humanidade independentemente do trabalho do historiador, como vimos na história da "Dona Cristina" para quem os objetos eram "relíquias". Ora, aquilo que para Dona Cristina era uma relíquia, para o historiador munido de suas "ferramentas de trabalho", o método científico, torna-se objeto de cultura material e assim pode ser classificado como documento ou fonte histórica. è assim que começa o trabalho do historiador. Esse será o tema do aprofundamento que faremos nessa atividade. Bom aprendizado!


DOCUMENTO E MONUMENTO

Agora vamos aprofundar um pouco mais a reflexão sobre as fontes históricas. Muitos historiadores quando se referem à documentos, estão falando em DOCUMENTOS ESCRITOS. Por outro lado, quando falam em MONUMENTOS, estão se referindo aos monumentos arquitetônicos; e raras vezes se referem ao patrimônio imaterial

CONCEITO DE DOCUMENTO E MONUMENTO

Para começar, vejamos o que diz Marc Bloch, um importante historiador francês do século XX, sobre o significado desses conceitos:

“A memória coletiva, e a sua forma científica, a história, aplicam-se a dois tipos de materiais: os documentos e monumentos. O que sobrevive não é o que existiu no passado, mas uma escolha efetuada, quer pelas forças do mundo e da humanidade, quer pelos que se dedicam à ciência, os historiadores. Estes materiais da memória podem apresentar-se sob duas formas principais: os monumentos, herança do passado, e os documentos, escolha do historiador.” (Marc Bloch)

Outro historiador francês, da mesma escola historiográfica, a "escola dos anais"  (anais são uma espécie de relatório oficial cuja investigação gerou uma revisão da teoria científica dos historiadores) discute a origem histórica da palavra documento e monumento à partir do trabalho rigoroso de interpretação dos historiadores:

“A palavra latina monumentum exprime uma das funções essenciais: a memória do vivido. O monumentum é um sinal do passado, é tudo aquilo que pode evocar o passado, perpetuar a recordação. O monumento tem como características o ligar-se ao poder de memória, de recordação das sociedades históricas (é um legado à memória coletiva).

O termo latino documentum, deriva de docere (que significa: “ensinar”). O sentido moderno de testemunho histórico data apenas do início do século XIX. O documento que, para a escola histórica positivista do fim do século XIX será o fundamento do fato histórico, ainda que resulte da escolha do historiador, parece apresentar-se por si mesmo como prova histórica, afirma-se essencialmente como um testemunho escrito.

A leitura dos documentos, para os historiadores, não serviria para nada se fosse feita com ideias pré-concebidas... A habilidade do historiador consiste justamente em tirar dos documentos tudo o que eles contem e não acrescentar nada do que eles não contêm. O melhor historiador é aquele que se mantêm o mais próximo possível dos textos e do contexto que os produziu.” (Jacques Le Goff)

EXEMPLOS DE MONUMENTOS

Vejamos agora alguns exemplos de monumento histórico observando alguns monumentos que testemunham a escravização de seres humanos para trabalhar nas lavouras de cana, café, algodão e nas minas de prata e ouro das Américas e do Brasil. Para compreender melhor o que são esses monumentos leia e aprecie o hipertexto intitulado “12 lugares de memória da escravidão na África, Caribe e Brasil”,

MONUMENTOS DA ESCRAVIDÃO NA ÁFRICA E NAS AMÉRICAS


CONCEITO DE PATRIMÔNIO IMATERIAL

Além dos documentos escritos, objetos da cultura material, testemunhos orais, monumentos arquitetônicos e artísticos, registros visuais e vestígios arqueológicos há um outro tipo de fonte histórica bastante peculiar: o patrimônio imaterial dos povos. Ora, a própria ideia de um patrimônio I-material sugere algo diferente daquilo que pode ser observado exclusivamente pelos sentidos. O patrimônio imaterial difere daquilo que pode ser visto, ouvido ou tocado diretamente pelas pessoas.

Patrimônio imaterial é o nome que os cientistas sociais e historiadores dão as diversas formas de manifestação cultural da população, como danças, músicas, hábitos culturais, expressões religiosas e tradições.

No Brasil, a organização responsável pelo tombamento (tombamento é o nome dado ao ato administrativo de reconhecimento pela nação de um determinado patrimônio cultural) e salvaguarda do Patrimônio Imaterial é o IPHAN (Instituto do patrimônio Histórico e Artístico Nacional).

EXEMPLOS DE PATRIMÕNIO IMATERIAL 

O IPHAN possui livros de registro que contém ricos dossiês e registros escritos, visuais e audiovisuais em alguns casos listando os diferentes tipos de patrimônio cultural. O IPHAN classifica os bens culturais imateriais em 4 (quatro) grupos de Bens Culturais: 1) Livro de Registro dos Saberes; 2) Livro de Registro das Celebrações; 3) Livro de Registro das Formas de Expressão e Livro de Registro dos Lugares. Conheça alguns desses bens culturais reconhecidos pelo estado brasileiro,

PATRIMÔNIO IMATERIAL DO BRASIL - IPHAN

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