OLÁ GALERA,
Observe como a mulher tem papel destacado na tela de Delacroix de 1830: "A Liberdade guiando o Povo". A protagonista da obra, Marianne, é um símbolo da Revolução. Sua imagem expressa ousadia, rebeldia, luta, coragem. A obra de Delacroix, o original está numa sala de destaque do Museu do Louvre (Paris), foi feita no contexto da Revolução Liberal de 1830, mas se tornou um símbolo histórico da própria ideia de Revolução. como se pode ver, a Revolução é artigo feminino.
No dia 05 de outubro, a multidão incitada por Marat, que anunciava que o
aumento do pão acontecia ao mesmo tempo que a nobreza e os reis se regozijavam
em festas e banquetes, tomou as ruas. Milhares de peixeiras, mulheres
pobres que se tornavam protagonistas da revolução, dirigiram-se ao Palácio de
Versalhes.
O rei não se deu conta da situação quando as exigências chegaram à porta
do palácio e hesitou diante da população. Foi um erro. A multidão enfurecida
entrou no palácio ameaçando a vida da família real. Finalmente, o rei assinou a
declaração de direitos, e se viu forçado a mudar-se para Paris.
A TRAIÇÃO DO REI
Quando os reis se mudaram para o Palácio das Tolherias, em Paris,
tiveram seu poder reduzido e tonaram-se reféns da situação. A França, daquele
momento em diante, seria uma democracia, e com ou sem rei, não haveria mais
volta.
Em maio de 1791, Robespierre, representante do clube que se reunia no
mosteiro jacobino, se tornava a principal figura da revolução e falava em nome
do povo. Sua firmeza de princípios deu-lhe o apelido de “o
incorruptível”. A França era uma monarquia constitucional, e o poder
do rei diminuía dia após dia.
Luís XVI num ato de desespero para salvar seu poder planejou uma fuga. Seu objetivo era refugiar-se na Áustria e retornar com apoio externo par resgatar o seu povo. O plano não deu certo, e o rei foi aprisionado com sua família. A situação piorou para o rei por que a notícia de sua fuga soou como uma traição ao povo francês.
Robespierre brilhava na assembleia, e se tornou a principal figura da
Revolução em andamento. Robespierre exige o sufrágio universal e a libertação
da escravidão nas colônias francesas.
Robespierre desejava arrancar qualquer vestígio da idade média como
execuções cruéis, torturas e privilégios. A decapitação era uma forma de
condenação reservada aos nobres, mas os pobres sofriam diversos suplícios. Era
preciso que todos fossem iguais na morte. Nasce a guilhotina, a navalha
nacional.
A GUERRA
Em abril de 1792, a Assembleia declara guerra à Áustria. Em seguida, a
Prússia declara apoio à Áustria que ameaça invadir paris se a família real for
ameaçada. É a gota d’água. Em 10 de agosto, milhares de franceses correm par o
Palácio e aprisionam o rei. Luís é deposto, e é criada a República.
Robespierre se convence de que, naquela situação não há lugar para
vacilos e, estando à frente da Assembleia, muda de ideia e adota a pena de
morte. A guilhotina é usada pela primeira vez para decapitar os soldados da
guarda real de Luís XVI.
Em agosto de 1792 há uma disputa interna pelo poder entre os girondinos,
representantes das classes burguesas e mais ricas e os jacobinos. É nesse
contexto que surge um novo grupo social, os Sans Culotes. (os
Sem-Calções) que tomam o comando da cidade. Eles se consideravam os
representantes legítimos do povo francês.
DANTON/MARIA ANTONIETA
Nesse contexto, o nome de Danton entra em evidência. Danton era um
político barulheiro, criador de confusão e representava uma face mais
apaixonada da revolução. Danton conclamou a população a lutar na frente de
guerra e conquistou milhares de adeptos.
Enquanto isso na cidade, a situação ficava mais explosiva. As prisões
estavam cheias de prisioneiros políticos e havia o medo de uma reação. Em
setembro, os suns culotes, num impulso, entram furiosos nessas prisões,
arrastam essas lideranças para fora, fazem seu próprio julgamento e matam
milhares de opositores.
Robespierre, convencido de que não era possível deixar o país sem governo, assume o comando da revolução. A essa altura do campeonato, Robespierre sabia que a criação de uma monarquia constitucional estava fora de cogitação. E chegou à conclusão que para a democracia nascer, o rei teria de morrer. No dia 20 de janeiro de 1793, o rei estava julgado e foi executado na guilhotina.
Ninguém melhor que Maria Antonieta, a rainha da França, simbolizava o Antigo Regime. No final de 1793, o povo francês odiava tudo aquilo que ela representava: privilégios, luxos, a indiferença dos ricos e poderosos frente à miséria e violência sofrida pelos pobres.
Executada, a poderosa Maria Antonieta testemunharia diante da todos a verdade mais translúcida possível: todos os homens são iguais, se não na vida, pelo menos na lâmina da guilhotina.
ROBESPIERRE/MARAT
Setembro de 1793. A França vivia um momento crítico. A revolução estava por um fio frente à contrarrevolução que vinha de fora. Danton e Robespierre estavam convencidos que, qualquer vacilação naquele momento seria fatal. Tem inicio o período mais sangrento da revolução.
A convenção instituiu um tribunal revolucionário. Quando a guerra e o “inimigo interno” estava sob controle, o regime se voltou contra a igreja, vista como raiz de todos os problemas. Ruas com nome de santo foram renomeadas, símbolos cristãos foram substituídos por símbolos revolucionários, a igreja tornou-se o “inimigo público nº 1” da revolução. Nem o calendário gregoriano foi perdoado, um novo calendário de 10 dias com os meses renomeados de acordo com as estações do ano foi estabelecido em seu lugar.
Com o sangue do terror, Maximilien Robespierre salvou a Revolução. Mas o terror não parou, mesmo quando a vitória da revolução estava consolidada. Ele somente teria um termo com a morte do homem que estava à frente do processo, o próprio Robespierre.
Na perspectiva de Robespierre era preciso criar um novo tipo de sociedade, uma república da virtude. Para Robespierre, a virtude era uma qualidade cívica e, portanto, só poderia ser conquistada se os cidadãos fossem, efetivamente, comprometidos com a causa do Estado, o que implicava na eliminação dos inimigos do Estado. Seu discurso na assembleia em 05 de fevereiro de 1794 era ilustrativo: “Terror sem virtude é catastrófico, mas virtude sem terror é inútil!”
No dia 13 de julho de 1793, Marat é assassinado por uma jovem camponesa
do interior escandalizada com a violência dos revolucionários. A imagem de
Marat morto foi imortalizada numa tela “A morte de Marat” (1793)
de David, um contemporâneo, tornou-se um símbolo da causa revolucionária.
A BURGUESIA ASSUME O CONTROLE
Uma dissidência se estabelece na República. Danton e seus aliados acreditam que a violência cumprira o seu papel e que, era hora de interromper as execuções em massa. Robespierre está tão obcecado por sua visão que não admite qualquer mudança de percurso. Para condenar e executar os dissidentes na guilhotina é uma questão de tempo.
Robespierre estava paranoico e cometeu um erro tático. Anunciou a assembleia que tinha uma nova lista de inimigos, mas não a apresentou e prometeu para o dia seguinte. Ora, o medo tomou conta dos congressistas por que qualquer um poderia estar naquela lista. No dia seguinte, antes que apresentasse sua lista, Robespierre foi preso, julgado e rapidamente executado!
Em 27 de julho de 1794, o terror morreria na guilhotina junto com seu líder. O terror morre com Robespierre, mas a Revolução, Não! os direitos do homem, a democracia, a república... os resultados da Revolução sobreviveriam aos próprios revolucionários! Onde houver tirania, o grito por liberdade, igualdade e fraternidade permanecerão eternos!
Em 1799 sob o comando de um jovem general, Napoleão Bonaparte, a revolução entra em sua etapa final, o Período Termidoriano. O novo ditador é o símbolo mais acabado das contradições da Revolução. Por um lado, põe fim aos projetos que propugnavam o "Povo no Poder" e instala uma ditadura nos moldes tradicionais colocando a Burguesia no centro das decisões políticas de Estado; por outro, como um "césar romano" (até suas vestes imitavam esse modelo) divulgaria e promoveria os valores da Revolução. Chegava ao fim a Revolução e um novo ciclo de expansão da burguesia se inicia na Europa.
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