OLÁ, GALERA.
Dando continuidade à nossa pesquisa dos
processos de Independência, hoje estudaremos o processo de independência do
Brasil. Você deve ter observado que a independência brasileira seguiu um
caminho diferente de outras experiências por 3 (três) diferentes razões:
1.
A Independência
no Brasil, no que pese não possamos dizer que tenha sido produto de um processo
pacífico, não se constituiu como resultado de uma guerra revolucionária,
como ocorreu nos EUA, no Haiti ou nos países pertencentes à América Espanhola;
2.
A
independência do Brasil não significou um rompimento com o regime monárquico.
O que ocorreu no Brasil, na prática, foi a substituição de um rei português por
um rei brasileiro (no caso, um herdeiro do monarca português. Isso não
significa, que o Brasil não tenha se constituído como um Estado
independente. Nos outros países da América, com a independência – o regime
que se instalou foi, em qualquer um dos outros casos, uma república.
3.
Diferentemente
do Haiti, onde a liberdade do Estado foi acompanhada da liberdade
do indivíduo com o fim da escravidão, o regime escravocrata no Brasil permaneceu
até o final do século XIX.
Posto isso, analisemos o significado da
independência do Brasil em 1822. Com esse objetivo, proponho a análise de 5
(cinco) vídeos, uma teleaula do telecurso ensino fundamental, um vídeo do nerdologia sobre o mesmo tema; e os outros 3 (três) são do escritor Eduardo Bueno (membro da comissão brasileira curadora das
obras sobre o bicentenário da independência)
Nesses vídeos, discutimos diversos aspectos sobre o tema que nem sempre são colocados na balança quando tratamos desse assunto, entre eles, as guerras da independência, as dívidas contraídas pelo processo de independência e o papel da mulher.
MÉTODO CIENTÍFICO
Como
dissemos, selecionamos 4 (quatro) vídeos sobre a independência do Brasil e
propomos o seguinte encaminhamento para sua compreensão:
1. Leia a
sinopse do 1º (primeiro) e 2º vídeos. Depois assista o vídeo da Teleaula do Telecurso Ensino Fundamental
sobre a Independência do Brasil e o vídeo do Nerdologia sobre o mesmo tema;
2. Repita o
processo – Lendo as sinopses e assistindo os 3 (três) vídeos de Eduardo Bueno;
3. Responda o
Formulário de questões de História (Google Forms).
OS
CAMINHOS DA INDEPENDÊNCIA
O programa: “Os caminhos da Independência” da
teleaula 14 do Ensino Fundamental analisa o processo de independência numa
perspectiva factual e objetiva. A pergunta que move a investigação é a compreensão
das razões pelas quais D. Pedro I proclamou a Independência do Brasil em 07 de
setembro de 1822. Para isso, o programa vai até o Museu do Ipiranga, o mais
importante monumento à Independência no coração de São Paulo. Nesse museu, há
uma importante tela: “A independência do Brasil” de Pedro Américo (1888).
Nessa teleaula vemos que D. João VI, e toda sua
corte, pressionado por Napoleão Bonaparte, imperador francês, veio para o
Brasil em 1808. Chegando aqui encontrou as províncias da colônia muito desunidas
e adotou uma política habilidosa: concentrou a sede do poder no Rio de Janeiro
e passou a oferecer terras e vantagens comerciais para quem se estabelecesse na
região. Acabou com o pacto colonial e abriu os portos as nações estrangeiras,
estimulou a educação, a cultura e as artes.
Em 1817 eclodiu a Revolução Pernambucana, em
Recife. Os revolucionários queriam a independência do Brasil e o
estabelecimento de uma República. A revolta foi duramente reprimida por D. João
VI.
Em 1820, estourou a Revolução do Porto, em Portugal. Os revoltosos queriam o retorno da família real e a recolonização do Brasil. D. João VI voltou para Portugal, mas deixou seu filho, o Príncipe D. Pedro I, como regente. Dois anos depois, em 1822, D. Pedro proclamou a independência e foi coroado como o primeiro imperador do Brasil.
O vídeo do nerdologia foi acrescentado por que preenche algumas lacunas deixadas pela Teleaula 14 do telecurso. A primeira questão interessante é a atenção que o nerdologia dá ao conceito de nacionalismo e nacionalidade, fundamentais para uma compreensão melhor do conceito de Nação Independente.
É, também, muito útil o conceito de monarquia dual (exemplificado por uma situação concreta: o Império Austro-Húngaro - o que ajuda a entender melhor o conceito) desenvolvido por esse vídeo. Finalmente, a imperdoável omissão da teleaula a respeito do Dia do Fico não passou despercebida nessa outra versão do nerdologia.
AS GUERRAS DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
O
vídeo “As Guerras da Independência do Brasil” desmente tese da independência
pacífica do Brasil. Ainda que não se possa falar em guerras
revolucionárias pela independência (como ocorreu nos EUA, Haiti e
América Espanhola), não se pode desconsiderar os diversos conflitos que
ocorreram antes, durante e mesmo depois da Independência. Fato é que, nessas
guerras de independência, morreram mais de 3000 pessoas.
A
mais importante das revoltas foi, sem dúvida, A Revolução Pernambucana de
1817. A Revolução tinha um projeto político: instaurar uma República
fundada nos ideais do iluminismo e da Revolução francesa;
base social, intelectuais, religiosos e membros da elite local e estratégia, tomar
o poder pelas armas e apoiar-se nos movimentos republicanos em andamento no
continente.
É
importante registrar que a ruptura com Portugal já havia se dado em 09 de janeiro,
no episódio conhecido como o “Dia do Fico”.
No Piauí, Pará e Maranhão ocorreram revoltas muito significativas, como a Revolta do Jenipapo em 13/03/1823. Os brasileiros foram derrotados, mas foi uma derrota com consequências positivas por que os brasileiros conseguiram impedir o avanço das tropas portuguesas e a indignação da população pelo massacre mobilizou a população, mais tarde, em prol da independência.
INDEPENDÊNCIA: ARTIGO FEMININO
Se você viu uma
novela brasileira recente chamada “Novo Mundo” na TV, deve estar lembrado/a de
2 (duas) personagens interessadas: A Imperatriz Leopoldina, e uma hipotética personagem
histórica chamada Ana Milman. É curioso que uma obra de ficção situada no
contexto do império brasileiro tenha trazido para o primeiro plano 2 (duas)
mulheres.
Nesse sentido,
podemos dizer que a novela fez justiça a um episódio pouco conhecido da História
do Brasil: o papel desempenhado por mulheres durante o processo de emancipação
do Brasil.
O nerdologia
já havia lembrado de “Maria Quitéria”, a mulher-soldado (Mulan
brasileira?) que participou ativamente da guerra de independência na Bahia.
O vídeo “Independência: artigo feminino” de Eduardo Bueno, contudo, vai
muito além disso.
Eduardo Bueno destaca a participação da Imperatriz Leopoldina no processo de independência. A propósito, foi Leopoldina que assinou o decreto de independência, que somente depois seria anunciada por D. Pedro I. O vídeo mostra, ainda, a participação decisiva de outras mulheres como “Maria Graham”, a companheira da Imperatriz Leopoldina, e governanta do palácio; “Maria Felipa”, a negra marisqueira que teria sido responsável pela derrubada de navios portugueses na Ilha de Itaparica em Salvador durante a guerra de independência e a “Soror Joana”, a freira que se colocou à frente do exército português na defesa dos brasileiros e disse corajosamente: “só por cima do meu cadáver!”
QUANTO CUSTOU A
INDEPENDÊNCIA DO BRASIL?
Nesse último vídeo
da atividade, Eduardo Bueno trata de uma questão nem sempre abordada nos livros
de História, e de fundamental importância: o custo da Independência. Afinal, a
independência brasileira custou aos cofres públicos uma fábula de dinheiro: 600
mil libras esterlinas para Portugal à título de indenização, além do
compromisso de pagar a dívida de Portugal com a Inglaterra: 2 (dois) milhões de
libras!
E foi em 29 de
agosto de 1825 que o Brasil se tornou, de fato, separado de Portugal. É importante
saber que havia um acordo da Inglaterra com o Reino Unido – Portugal-Algarves-Brasil,
e esse acordo vencia em 1825. E era do interesse da Inglaterra – renovar o
acordo. E foi por isso, que iniciaram-se as negociações pela renovação do
acordo e pelo reconhecimento da independência do Brasil no concerto
internacional das nações.
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