O QUE É POLARIZAÇÃO IDEOLÓGICA?
O site “nerdologia”, nos propõe uma reflexão inicial muito interessante pra que a gente entenda o que é, e como o funciona, o fenômeno da “polarização ideológica” em nossa sociedade, em particular nas redes sociais:
Os seres humanos tendem a conversar, e a se aproximar mais, de outros seres humanos com quem compartilha opiniões e com quem forma determinados grupos de opinião. A pressão social produzida por esses grupos, por sua vez, impõe mudanças e comportamentos no indivíduo que evita se isolar ou contrariar o grupo de opinião do qual faz parte. Isso cria a polarização, porque as pessoas acabam compartilhando e reforçando as ideias, uns dos outros. Ocorre que esses “grupos ideológicos” tendem a manifestar e adotar posturas mais extremas para se sentirem acolhidos pelo grupo.
Segundo o nerdologia, é esse tipo de comportamento que, levado ao extremo, produz manifestações contraditórias em que as pessoas são capazes de condenar um determinado indivíduo (simpático às suas ideias e valores) por determinados comportamentos e atitudes; perdoar outro (que não compartilhe dessas ideias), pelo mesmo comportamento condenado antes.
O crescimento desse tipo de comportamento é responsável por manifestações, linchamentos e atitudes individuais estranhas aos próprios valores individuais (como ocorre em trotes universitários onde as pessoas fazem determinadas coisas que não fariam se não se sentissem pressionadas pelo grupo)
A POLARIZAÇÃO NAS REDES SOCIAIS
Não é à toa que a polarização política tem aumentado, o que tem sido reforçado pelas redes sociais, que funcionam como “bolhas de opinião”. Isso acontece por que nas redes sociais tendemos a ler e observar apenas aqueles que concordam conosco. Formando um a espécie de “viés de confirmação”.
Os likes e deslikes das redes sociais, e a possibilidade de bloquear e cancelar os discordantes, faz com que nos fechemos, cada vez mais, em ideias pré-concebidas e pouco críticas por que não submetidas ao contraditório.
Como a percepção da realidade social fica enviesada pelas opiniões contrários ou favoráveis a determinadas visões de mundo, e muitas pessoas simplesmente não se manifestam a respeito dessas ideias, a sensação que fica é que o mundo está dividido entre esses dois grupos (ou bolhas) de opiniões.
POLARIZAÇÃO E EXTREMISMO
Em tempos de campanha ou de acirramento político, certos conteúdos se tornam especialmente atraentes (ainda que não sejam tão importantes assim!) nas redes sociais. Um estudo mostrou que os conteúdos que despertam emoções, principalmente as emoções positivas, são mais compartilhados na rede. Como os conteúdos tristes e deprimentes, são menos vistos ou lidos nas redes sociais, é difícil promover a conscientização das pessoas frente aos problemas reais do cotidiano.
Além disso, conteúdos que despertam “raiva” são bastante vistos, comentados e compartilhados nas redes sociais. E, o que é pior, estimulam quem pensa o contrário a fazer o mesmo aumentando a tensão na comunidade. Isso tudo, combinado ao fato que “os brasileiros são o povo mais interessado em notícias com opinião, que mais compartilham essas mensagens e mais as comentam em redes sociais” é o ingrediente certo para polarizações crescentes.
Observe que a imagem acima foi o tema da redação do Enem em 2016: "Discurso de ódio não é Liberdade de expressão" o que mostra que essa temática estava bastante presente á época em que aquele vestibular estava ocorrendo no Brasil.
É curioso que esse vídeo foi produzido em 2015, uma época em que as polarizações políticas não passavam nem perto do que aconteceu à partir de 2018, quando um outsider se tornou o candidato mais forte nas eleições. De lá para cá... a chapa só fez esquentar!
O FENÕMENO DA POLARIZAÇÃO IDEOLÓGICA NAS REDES SOCIAIS
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