O tempo é
uma questão fundamental para a nossa existência. Os primeiros
homens a habitar a terra determinaram a contagem do tempo por meio
da constante observação dos fenômenos naturais. Dessa forma, as primeiras
referências de contagem do tempo estipulavam que o dia e
a noite, as fases da lua, a posição de outros astros, a
variação das marés ou o crescimento das colheitas pudessem metrificar
“a passagem do tempo”.
A forma com a qual o homem "conta o tempo" também pode ser visivelmente influenciada pela maneira com que a vida é compreendida. Em algumas civilizações, a ideia de que houve um início em que o mundo e o tempo se conceberam juntamente vem seguida pela terrível expectativa de que, algum dia, esses dois itens alcancem seu fim. Já outros povos entendem que o início e o fim dos tempos se repetem por meio de uma compreensão cíclica da existência.
O TEMPO HISTÓRICO
A contagem do tempo não é o principal foco de interesse da História. Em outras palavras, os historiadores não têm interesse pelo tempo cronológico (aquele do calendário), pois sua passagem não determina as mudanças e permanências que são seu objeto de estudo.
O “tempo histórico” é diferente do tempo cronológico. Enquanto os calendários trabalham com constantes e medidas exatas e proporcionais de tempo, a história leva em consideração os eventos de curta e longa duração.
O tempo histórico pode considerar que a Idade Média dure um milênio, enquanto a Idade Moderna se estenda por apenas quatro séculos. Isso acontece porque o historiador trabalha com as modificações que as sociedades promovem na sua organização, no desenvolvimento das relações políticas, no comportamento das práticas econômicas e em outras ações e gestos que marcam a história de um povo.
Para o historiador, a passagem de certo
período histórico para outro é marcado por permanências que
apontam certos hábitos do passado no presente de uma sociedade. Nessa
ciência, as mudanças nunca "varrem" as marcas
do passado.
CRONOLOGIA E TEMPO HISTÓRICO
O historiador usa a cronologia do tempo para organizar as narrativas que constrói. Se o tempo cronológico pode ser organizado por diferentes instrumentos de medição (os relógios e calendários), o tempo histórico também pode variar de acordo com a sociedade e os critérios de investigação do historiador.
PERIODIZAÇÃO HISTÓRICA E LINHA DO TEMPO
O ser humano precisa de organizar o tempo para viver, o Historiador precisa organizar o tempo para estudar, investigar e compreender o processo histórico. Para isso, o historiador cria periodizações e linhas do tempo,
"Você já percebeu que constantemente estamos agrupando e dividindo tempo de acordo com as atividades de nosso cotidiano? período de estudar, de dormir, de férias... De forma semelhante, os historiadores procuram dividir o tempo histórico em períodos, isto é, elaboram periodizações. essas periodizações variam de acordo com as escolhas feitas por quem as elaborou. Por isso, existem diferentes periodizações históricas que elegem determinados marcos de memória. (...) A linha do tempo é uma forma de organizar assuntos em ordem cronológica. Para construir uma linha do tempo, precisamos escolher os assuntos que desejamos representar e organizá-los em eventos sucessivos. (antes e depois) e simultâneos (que ocorrem ao mesmo tempo) Ao criar uma linha do tempo trabalhamos com alguns conceitos (duração, sequência, simultaneidade, permanências e rupturas)" (Gilberto Cotrim, Historiar)
PERIODIZAÇÃO TRADICIONAL
Os Historiadores utilizam, regra geral, uma periodização chamada de periodização tradicional. Essa periodização privilegia o Período Histórico, em detrimento daquele chamado Pré-Histórico (como veremos na próxima atividade) e divide a História em 4 (quatro) períodos: Idade Antiga, Idade Média, Idade Moderna e Idade Contemporânea. Essa divisão, apesar das críticas (é considerada EUROCÊNTRICA) ainda é utilizada nos dias de hoje. Observe essa divisão nessa síntese proposta pelo site "Escola Kids".
HISTÓRIA E CRÍTICA DA PERIODIZAÇÃO TRADICIONAL
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