ATIVIDADE 7: OS PRIMEIROS HABITANTES DO BRASIL



Olá Galera,

Na aula/atividade 6 vimos alguns conceitos que nos ajudaram a compreender o debate atual sobre a pré-história, os instrumentos de pesquisa da arqueologia para investigar os vestígios arqueológicos e a grande migração humana da África para a América em diferentes correntes de povoamento.

Hoje, vamos aprofundar esse debate conhecendo a história dos primeiros habitantes do Brasil. Para isso, propomos o seguinte método: 1) Leia a 1ª parte desse artigo e assista o vídeo da Professor Joelza (O link está no meio do texto); 2) leia a 2ª parte do texto e veja o 2º vídeo. Mais tarde, quando o formulário estiver liberado, clique no link e responda as questões. 

PARTE 1: PRÉ-HISTÓRIA DO BRASIL: OS PRIMEIROS HABITANTES

Falar em Pré-História, como já dissemos antes, é como montar um complicado quebra-cabeças com muitas peças faltando. Os indígenas brasileiros do passado remoto, chamados paleoíndios, eram sociedades ágrafas, mas tiveram uma história própria, de milhares de anos.

A divisão tradicional em Paleolítico, idade da pedra lascada, e Neolítico, idade da pedra polida, está em desuso no mundo científico. Atualmente, os cientistas preferem os termos geológicos: Pleistoceno e Holoceno.

PLEISTOCENO (DE 60 MIL A 12 MIL ANOS)

O clima e a vegetação do Brasil durante o Pleistoceno eram muito diferentes dos atuais. O clima era úmido e mais frio. Uma densa floresta de grandes árvores, cipós e samambaias cobria o que hoje é o semiárido nordestino. Rios, lagos e cachoeiras dominavam os campos.

Durante o Pleistoceno, uma megafauna, hoje extinta, habitava as florestas e os campos do território brasileiro. A forte carapaça de Tatus gigantes, quando vazia, podia servir de abrigo aos homens primitivos. Preguiças gigantes, do tamanho de um elefante, passavam o dia todo comendo folhas de árvores e arbustos. O animal mais temido era o tigre dente-de-sabre, um felino de 3 metros de comprimento que pesava 900 quilos. Ele foi o grande predador de preguiças, tatus-gigantes e outros animais da megafauna.

POVOAMENTO DO BRASIL

Foi no final do Pleistoceno que ocorreu o povoamento do território do Brasil. As ossadas mais antigas de paleoíndios encontradas no Brasil tem entre 11 mil e 12 mil anos. Foram encontradas na região arqueológica de Lagoa Santa, em Minas Gerais. Entre as ossadas, está Luzia, o esqueleto mais antigo das Américas, de 11.500 anos.

A reconstituição facial do crânio de Luzia surpreendeu o mundo científico. Seus traços não eram iguais aos indígenas atuais, cujos antepassados são de origem asiática. Luzia, diferentemente, tinha traços africanos, como os nativos da Austrália e da Polinésia.

Essa descoberta levou os cientistas a uma nova hipótese sobre o povoamento da América. Ele teria sido feito por dois tipos humanos com características físicas distintas: um grupo mais antigo, vindo da Austrália ou das ilhas da Melanésia e da Polinésia; e um grupo posterior, de origem asiática que teria entrado na América pelo estreito de Bering, e que acabou dominando o continente e dando origem aos indígenas atuais.

Outras descobertas surpreendentes foram feitas nas escavações arqueológicas na Serra da Capivara, no sul do Piauí. Ali foram encontrados esqueletos de 8.000 anos e vestígios de presença humana ainda mais antigos que Luzia: são pinturas rupestres, restos de fogueiras e artefatos de 17 mil anos até 48 mil anos!

 PRÉ-HISTÓRIA DO BRASIL - I


PARTE 2: PRÉ-HISTÓRIA DO BRASIL: OS PRIMEIROS HABITANTES

SERRA DA CAPIVARA

Os resultados das escavações na Serra da Capivara levaram os cientistas a rever sua hipótese sobre a data do povoamento da América: ele teria ocorrido há pelo menos 40 mil anos atrás, isto é, muito antes do que se suponha.

Entre tantas descobertas, discussões e novas hipóteses, uma coisa é certa: por volta de 12 mil anos atrás, o território brasileiro já estava plenamente ocupado por diversos grupos de paleoíndios.

DA FLORESTA À CAATINGA

Os paleoíndios tiveram que desenvolver uma série de reflexos e precauções para sobreviverem em um ambiente povoado pela megafauna. Por volta de 9 mil anos, na transição entre o Pleistoceno e o Holoceno, o clima começou a mudar. As chuvas diminuíram, os rios secaram e a vegetação modificou-se. Os grandes animais começaram a desaparecer por fome ou sede. O clima tropical úmido transformou-se no semiárido de hoje.

Essas mudanças ficaram marcadas nas formações geológicas que compõem a Serra da Capivara, no sudeste do Piauí. Ali ainda pode ser vista parte da floresta tropical úmida da Pleistoceno e a vegetação de caatinga formada no Holoceno. Da megafauna restaram numerosos fósseis estudados pelos paleontólogos.

A fauna atual da Serra da Capivara é composta por animais de pequeno e médio porte como tamanduás­ bandeira e mirim, várias espécies de tatus, veados, macacos-prego, mocó – um pequeno roedor típico da caatinga, e a onça pintada e a vermelha, o maior predador da região, além de dezenas de espécies de aves, lagartos e serpentes.

PINTURAS RUPESTRES

No fundo dos vales e no alto das chapadas, existem abrigos para os paleoíndios. Nesses abrigos, eles pintaram uma enorme quantidade e variedade de figuras que hoje é considerado o maior conjunto de pinturas pré-históricas do mundo.

As pinturas têm diferentes datações o que indica que a região foi habitada de forma ininterrupta por mais de 40 mil anos e seus autores pertenceram a diversos grupos étnicos.

As pinturas são bastante diversificadas. As temáticas, os estilos, a composição das figuras e as técnicas de registro são vaiadas. Os especialistas classificam as pinturas em tradições: Tradição Nordeste, Tradição Agreste, Tradição Geométrica... Outras figuras parecem incompletas ou são traços e sinais não reconhecíveis datados de períodos muito recuados no Pleistoceno, há 29 mil anos.

As pinturas rupestres são uma forma de linguagem anterior à escrita. Mesmo sem conseguir decifrar seu código, elas são fontes de informações para os cientistas sobre a Pré-História do Brasil. Informam sobre o modo de vida daqueles seres humanos e seu ambiente natural.

As mudanças de estilos nas pinturas indicam que ocorreram transformações culturais das sociedades indígenas e que existiram diferentes grupos étnicos ao longo de muitos milênios.

PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO

Criado em 1979, o Parque Nacional da Serra da Capivara ocupa uma área de 135 mil hectares no sudeste do Piauí. Os vestígios arqueológicos possuem diferentes datações, de 30.000 anos, 18 mil e 6 mil anos.

Em 1991, o parque foi declarado Patrimônio Cultural da Humanidade. O Parque Nacional da Serra da Capivara é um museu a céu aberto, um verdadeiro santuário cultural de épocas pré-históricas e a preservação de seus sítios arqueológicos e de todo bioma da caatinga é compromisso e orgulho de todo brasileiro.

 PRÉ-HISTÓRIA DO BRASIL - II


Fonte: https://ensinarhistoriajoelza.com.br/pre-historia-do-brasil-parte-1/-Blog: Ensinar História - Joelza Ester Domingues. Resumo e adaptação para o 6º ano feita pelo professor Celso Barreiro.


FORMULÁRIO DE QUESTÕES

Ao terminar sua leitura e análise do filme, clique no formulário (abaixo) e responda às questões propostas. Lembre-se que o formulário será encaminhado, uma única vez, diretamente para o professor assim que você clicar em “enviar”.

ATIVIDADE 7: OS PRIMEIROS HABITANTES DO BRASIL

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