ATIVIDADE 6: ERROS COMUNS SOBRE AS CULTURAS INDÍGENAS DO BRASIL

    Olá Galera,


Como vimos na atividade/aula anterior, nos primeiros 10 (dez) dias que os navegadores ficaram nas terras da América Portuguesa (não existia o “Brasil” em 1500, como conhecemos hoje), a relação entre os habitantes do “Novo Mundo” com a “Velha Europa” não foi das piores. O estranhamento diante do diferente produziu uma convivência, até certo ponto, harmoniosa.

Isso não durará muito, e 30 (trinta) anos depois, quando os europeus voltarem com o objetivo explícito de implantar o capitalismo colonial, a harmonia será substituída rapidamente pela violência e pelo saque das riquezas dos povos originários.

Essa situação promoverá o genocídio, e a escravização, dos povos ameríndios. E produzirá um preconceito sem precedentes contra essa população ao longo desses 521 (quinhentos e vinte e um) anos de História.

Por isso, predomina ainda na sociedade, uma concepção de que os indígenas são “um povo em extinção” e de que os seus valores culturais desapareceram com a convivência com a cultura “superior” do homem branco nos trópicos. Nada mais falso. Esse tem sido um dos erros mais comuns a respeito da história e da cultura dos povos indígenas.

Para superarmos essa visão preconceituosa, o caminho mais seguro é a crítica fundamentada com base no conhecimento produzido pelos historiadores, antropólogos e indigenistas. Essa é a proposta dessa reflexão: estudar esses “erros, mentiras e estereótipos” que tem servido historicamente para aumentar o preconceito contra aqueles que são os primeiros, entre os brasileiros de nossa nação.

Nesse intuito, faremos uma leitura do artigo: “10 erros comuns sobre as culturas indígenas do Brasildo Blog “Ensinar História” da Historiadora e Professora Joelza Ester Domingues. Para facilitar a compreensão produzi e publiquei uma síntese desse artigo nessa página. Mas, se você preferir ler o artigo na íntegra, basta acessar o endereço: https://ensinarhistoriajoelza.com.br/10-erros-comuns-nas-aulas-de-cultura-indigena/   

Para aprofundarmos esse debate com “método” propomos o seguinte caminho:

1.    Leia a primeira parte da síntese “Os 10 (dez) erros mais comuns sobre a Cultura Indígena”;

2.    Assista a gravação da 1ª aula (clicando no link abaixo, você será direcionado diretamente para a nossa página do Youtube sobre o tema;

3.    Leia a segunda parte da síntese “Os 10 (dez) erros mais comuns sobre a Cultura Indígena”;

4.    Assista a gravação da 2ª aula (clicando no link abaixo, você será direcionado diretamente para a nossa página do Youtube sobre o tema;

5.    Após as leituras, e tendo assistido a gravação das aulas propostas, clique no formulário (google forms) e responda a Atividade 6. Se o forms estiver bloqueado - aguarde o envio do mesmo no grupo “Sala de História”.

 

10 ERROS COMUNS SOBRE AS CULTURAS INDÍGENAS DO BRASIL - I

ERRO 1: OS ÍNDIOS ESTÃO EM EXTINÇÃO?

PASSADO: No passado, houve um genocídio da população indígena. De 2 a 8 milhões de pessoas, pertencentes a 1.000 ou 1.400 povos diferentes no século XVI que habitavam o território, a população originária caiu de milhões para milhares.

PRESENTE: Em 1991 eram 294 mil indivíduos vivendo nas Terras Indígenas. O censo de 2006 mostrou um crescimento demográfico: 345 mil indígenas distribuídos em 215 etnias. O censo de 2010 (IBGE-2012) revelou um súbito aumento demográfico: 817.963 pessoas se autodeclararam índias, pertencentes a 305 etnias e falantes de 274 idiomas.

AUTODECLARAÇÃO: Indica uma mudança na percepção e na valorização da origem étnica.

ERRO 2: É TUDO ÍNDIO?

DIVERSIDADE: Não existe absoluto em termos culturais. Não existe o índio, o africano, o europeu, o asiático... Quando tratamos de indígenas estamos lidando com povos que, apesar de alguns traços culturais e históricos em comum, possuem grandes diferenças culturais. Cada povo tem a sua língua, sua religião, sua arte, sua ciência, sua dinâmica histórica própria.

ÍNDIO: O termo índio surgiu na época das navegações. Os europeus chamaram de “índios” a população nativa da América.

DIA DO ÍNDIO: O “Dia do Índio” (19 de Abril) no calendário escolar deveria ser renomeado como “Dia dos Povos Indígenas do Brasil”.

ERRO 3: ÍNDIO COM ROUPA E CELULAR NÃO É MAIS ÍNDIO?

Não existe ex-índio, “índio puro” ou “índio aculturado”. É tão absurdo acreditar nisso quanto pensar que um imigrante japonês perdeu sua ascendência étnica porque substituiu o hashi (pauzinhos) pelo garfo e faca. Da mesma maneira, se você vestir um cocar Kaiapó, isso não o torna um Kaiapó, e nem vira um gaúcho se tomar chimarrão.

INTERCULTURALIDADE: A cultura está em constante transformação, se inter-relacionando com o ambiente, as circunstâncias, outras culturas e consigo mesma. O resultado da relação entre culturas, da troca que se dá entre elas se chama interculturalidade.

ERRO 4: A CULTURA INDÍGENA É ATRASADA?

PRECONCEITO: Estamos tão viciados em medir os povos pela nossa régua, isto é, compará-los a partir de nosso mundo tecnológico e valores sociais que não reconhecemos a riqueza dos saberes indígenas.

DIVERSIDADE CULTURAL INDÍGENA: Os povos indígenas têm muito a ensinar sobre plantas medicinais, agricultura, reflorestamento, pesticidas e fertilizantes naturais, comportamento animal, manejo da pesca, astronomia etc.

ERRO 5: OS ÍNDIOS SÃO PREGUIÇOSOS E NÃO GOSTAM DE TRABALHAR?

RESISTÊNCIA: Os índios resistiram ao trabalho escravo e por isso foram considerados “preguiçosos”, “insolentes” e “selvagens” pelo colonizador. A difusão da mão de obra escrava africana reforçou o estereótipo do indígena incapaz, traiçoeiro, desordeiro e preguiçoso.

TRABALHO INDÍGENA: Os índios trabalham e muito, sem folgas semanais, sem férias.  Caçar, pescar, preparar o solo, plantar, colher, manejar, construir sua casa, derrubar a árvore e fabricar seu barco e instrumentos de trabalho etc. são tarefas de demandam muitas horas e dias de trabalho contínuo. A pesca e a caça exigem longos períodos de afastamento da residência por parte de um ou vários membros, o que sobrecarrega o trabalho dos que ficam na aldeia cuidando da roça, por exemplo.

OUTRO PARADIGMA: A ética do trabalho dos indígenas é diferente daquela da “sociedade dos brancos”. Para os indígenas, a finalidade do trabalho é prover o sustento da comunidade, transmitir e elaborar a tradição. A lógica indígena tradicional não se interessa em acumular e auferir lucro, como é a lógica da sociedade capitalista. 

5 (CINCO) ERROS MAIS COMUNS SOBRE A CULTURA INDÍGENA


10 ERROS COMUNS SOBRE AS CULTURAS INDÍGENAS DO BRASIL - II

ERRO 6: “O ÍNDIO SÓ FEZ A EXTRAÇÃO DO PAU-BRASIL”

De fato, os indígenas foram a mão de obra para o escambo do pau-brasil no chamado período pré-colonial. Mas não se limitaram a isso. Eles trabalharam na lavoura canavieira como escravos, ensinaram os caminhos dos sertões aos bandeirantes, coletaram as drogas do sertão (cacau, castanha-do-pará, guaraná, pau-cravo, urucum etc)  para as missões jesuíticas, ajudaram os portugueses a expulsar os franceses da Baia da Guanabara e os holandeses de Pernambuco, lutaram na Cabanagem, na Guerra do Paraguai e na Guerra do Contestado ao lado de brancos e mestiços.

Acima de tudo, os indígenas resistiram à ocupação de suas terras (Aimoré, Potiguara, Tupinambá, Cariri, Manau, foram, por exemplo, grupos indígenas que abriram guerras contra os portugueses), pegaram em armas na Guerra Guaranítica, enfrentaram a expansão da cafeicultura e das ferrovias – enfim, eles foram partícipes na história brasileira.

A presença indígena na história e na formação da sociedade brasileira é marcante. A cultura indígena faz parte de diversos aspectos de nossa vida:

1.    Nomes de lugares: Paraná, Maracanã, Ipanema, Ibirapuera, Goiás, Piauí, Curitiba, Tocantins, Iguaçu etc.

2.    Vocabulário: sapé, cipó, caiçara, pipoca, caipira, jacaré, biboca, arapuca, cacimba, jabá, tatu etc.

3.    Expressões: chorar as pitangas, estar jururu, ficar na pindaíba, nhenhenhém etc.

4.    Costumes: dormir na rede, banho diário, andar descalço etc.

5.    Técnicas: a pesca por tarrafa, a coivara dos campos, o mutirão, a tecelagem do algodão, a navegação fluvial em pirogas e no mar jangada etc.

Os indígenas apresentaram aos colonizadores os frutos da terra, desconhecidos, então por eles: mandioca, milho, batata-doce, amendoim, abóbora, abacaxi, caju, pimenta, mamão. Ensinaram os portugueses a manipularem alimentos e preparem iguarias como pirão de peixe, tapioca, beiju, mingau de fubá, angu, paçoca, canjica, bebidas como o guaraná e o mate.

A medicina indígena salvou a vida de muitos colonizadores: quinina para febre e a malária, a copaíba para curar feridas, o curare usado como anestésico, a catuaba como tônico e fortificante, a semente de sucupira para inflamação das articulações etc. O conhecimento indígena tem despertado o interesse de pesquisadores nacionais e estrangeiros para fabricação de remédios e cosméticos.

ERRO 7: “TEM MUITA TERRA PARA POUCO ÍNDIO”

A Constituição de 1988 reconheceu aos índios os “direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens” (Art. 231), e estabeleceu o prazo de cinco anos para a demarcação de todas as Terras Indígenas.

O termo “direitos originários” significa que eles antecedem à própria Constituição. A demarcação é apenas o reconhecimento desse direito pré-existente e seu objetivo é garantir materialmente o direito indígena à terra. A noção de território é o fundamento da existência do povo, pois somente em seu território é possível a prática plena de sua cultura.

As Terras Indígenas são aquelas tradicionalmente ocupadas pelos povos indígenas do Brasil, “habitadas em caráter permanente, utilizadas para as suas atividades produtivas, e imprescindíveis à preservação dos recursos naturais necessários para o seu bem-estar e sua reprodução física e cultural, de acordo com seus usos, costumes e tradições”. São consideradas sagradas, nelas estão sepultados seus ancestrais, nelas se originam seus mitos, e elas sustentam toda sua cultura e o seu modo de vida, que são a marca da identidade singular de cada povo.

As Terras Indígenas são bens da União, inalienáveis e indisponíveis, ou seja, os indígenas têm o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes, mas não podem efetuar nenhum negócio jurídico que acarrete a transferência da titularidade de direitos sobre estas terras, e nem permitir a exploração dos recursos naturais.

Os que contestam o reconhecimento das Terras Indígenas argumentam que elas ocupam 13% do território e onde vivem 700 mil pessoas (ISA, 2018) – é “muita terra para pouco índio”, dizem eles. Na Amazônia Legal (área que engloba nove estados na bacia amazônica) situam-se 98% das terras indígenas do país em mais de 400 áreas, ocupando cerca de 21% da Amazônia.

Examinando mais de perto essa questão nas diversas regiões do país, chegamos a outras conclusões.  No Mato Grosso do Sul, onde o conflito entre indígenas e produtores rurais tem se exacerbado, as 56 terras indígenas onde vivem cerca de 90 mil indígenas corresponde apenas 2,28% de seu território.  Em contrapartida, 17% dos imóveis rurais do Mato Grosso do Sul ocupam 80% de toda área rural do estado, o que mostra a grande concentração de terras nas mãos de poucos proprietários.

Os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul têm atualmente 141 terras indígenas, que ocupam 400 mil hectares da região, o equivalente a 0,7% da área somada dos três estados – uma porcentagem de terras insignificante, mas onde vivem, aproximadamente, 60 mil pessoas, segundo dados do ISA.

O Brasil tem uma área de cerca de 851 milhões de hectares. Destes, 230 milhões de hectares são ocupados pela pecuária e 64 milhões por agricultura intensiva, totalizando 34,5% do território ocupado com agropecuária. Há, ainda os milhões de hectares de terra improdutiva. Vê-se, portanto, que os 13% de terras demarcadas como Terras Indígenas estão longe de prejudicar o agronegócio, as empreiteiras e indústrias.

No entanto, grande parte das Terras Indígenas são cortadas por estradas, ferrovias, linhas de transmissão ou têm porções inundadas por usinas hidrelétricas. São invadidas por garimpeiros, madeireiros, grileiros, fazendeiros, pecuaristas etc. Frequentemente, os índios colhem resultados perversos do que acontece mesmo fora de suas terras, nas regiões que as cercam: poluição de rios por agrotóxicos, desmatamentos etc.

ERRO 8: “OS ÍNDIOS SÃO SUSTENTADOS PELO GOVERNO”

Existe uma crença antiga de que índio recebe um salário do governo para se sustentar.  Isso é mentira.

Os indígenas são cidadãos plenos, e têm direitos aos benefícios sociais e previdenciários do Estado Brasileiro como aposentadoria por idade ou por invalidez, salário maternidade por 120 dias, auxílio doença, pensão por morte, benefício de prestação continuada ao idoso ou pessoa com deficiência, e Bolsa Família.

Quanto aos benefícios sociais, indígenas são considerados pelo INSS “segurados especiais” para fins de acesso ao salário maternidade, aposentadoria por idade, auxílio doença, auxílio acidente, aposentadoria por invalidez, pensão por morte e auxílio reclusão.

São considerados pelo INSS “segurados especiais” por serem trabalhadores rurais que produzem em regime de economia familiar, sem utilização de mão de obra assalariada da mesma maneira que os agricultores “brancos”, os seringueiros e os pescadores artesanais.

Na área da educação, os indígenas têm direito a uma educação diferenciada, intercultural e bilíngue que assegure a aprendizagem aos conhecimentos indígenas. Os indígenas podem elaborar seus próprios currículos e rotinas escolares com gestão indígena. Ainda faltam professores indígenas assim como materiais didáticos específicos, alimentação (sendo que poucas vezes esta é, de fato, diferenciada) e infra-estrutura adequada às escolas.

Em relação à saúde, os indígenas são atendidos pela Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena), que é parte do SUS que atende aos não indígenas. Essa distinção tem o objetivo de respeitar questões culturais a fim de que os profissionais da saúde atuem em consonância com as práticas tradicionais indígenas. No entanto, poucos postos funcionam bem. Faltam profissionais especializados, equipamentos e até remédios.

Outra crença é que índio não pode ser preso e está proibido de comprar bebidas alcoólicas constituindo crime propiciar o uso e a disseminação de bebidas alcoólicas entre índios. Isso está estabelecido pelo Estatuto do Índio (Lei 6.001/73) que ainda está em vigor. Entretanto, no entendimento da Funai, a Constituição de 1988, a lei máxima, revoga o Estatuto, e reconhece o direito dos indígenas à cidade plena. Mas muitos juristas ainda embasam suas decisões no Estatuto do Índio.

Em relação aos delitos, a lei para os indígenas é a mesma que a nossa. Índios podem ser e são presos quando roubam, praticam atos de violência, cometem assassinatos etc.

ERRO 9: “LUGAR DE ÍNDIO É NO MATO”

Lugar de índio é onde ele quiser viver: na aldeia ou em um condomínio na cidade.

A maioria dos indígenas vive na zona rural, mas há um número significativo vivendo nas cidades e esse número tende a aumentar. Segundo o IBGE, em 2010, do total da população indígena, 817.963 indígenas, viviam na zona rural 502.783 (61,4%) e, nas zonas urbanas, 315.180 (38,5%). A Funai também registra 69 referências de índios ainda não contatados, além de existirem grupos que estão requerendo o reconhecimento de sua condição indígena junto ao órgão federal indigenista.

A vida nas cidades é precária para os indígenas: moram na periferia e em favelas, longe de rios onde possam se banhar sem roupas e de locais para fazerem seus rituais e danças. Trabalham como pedreiros, seguranças, empregadas domésticas, catadores de material reciclável.  Ainda sofrem o preconceito e a discriminação da população urbana.

Em Manaus (AM), há cerca de 18 mil indígenas morando na periferia da cidade como os sateré-mawé, apurinã, kokama, miraña, dessana, tukano e piratapuia. Em Boa Vista (RR), são uns 10 mil índios ou descendentes, muitos deles morando no lixão da cidade. Os exemplos estão por todo país: em Porto Alegre (RS) e Chapecó (SC), são os caingangues; em Rio Branco (AC), apurinãs, kaxinawás e manchineris; em Belém (PA), jurunas e mundurukus; na cidade do Rio de Janeiro, tem a aldeia Maracanã; em São Paulo, capital, há cerca de 13 mil guaranis. A aldeia de Dourados (MS), que fica na área urbana, concentra etnias guarani-kaiowá e terena, e foi ameaçada de despejo, em 2017, por cinco mandados de reintegração de posse.

Apesar de buscar melhores condições de vida na cidade, a maioria dos indígenas vive em situação de pobreza, tem dificuldade de conseguir emprego e a principal renda vem do artesanato. Os indígenas que migram da aldeia para as áreas urbanas enfrentam problemas com documentação. Sua carteira de identidade indígena – muitas vezes o único tipo de identificação que possuem – não é aceita na hora de abrir contas em bancos, fazer compras ou mesmo acessar serviços públicos.

Mesmo com todas as dificuldades, há um número crescente de indígenas ingressando em universidades públicas e privadas. Em 2018, havia 48 instituições do ensino superior em diversos estados do país que reservavam vagas para indígenas.

As eleições de 2018 tiveram 124 candidatos de origem indígena para cargos eletivos variados: 2 à vice-presidência (General Mourão, do PRTB, e de Sonia Guajajara, do Psol),2 a governador, 1 a vice-governador, 2 ao Senado, 39 à Câmara de Deputados e 78 às Assembleias Legislativas estaduais.

Segundo a Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), é preciso uma maior representação destes povos na política:

“O foco é que os nossos povos não atuem mais como meros coadjuvantes nesse processo de eleição. Por isso, conclamamos a todos os povos indígenas do Brasil para que a partir de agora, iniciem suas discussões no âmbito local e regional sobre a necessidade de lançarmos cada vez mais indígenas candidatos”.

ERRO 10: “OS ÍNDIOS NÃO CONSTRUÍRAM NENHUMA OBRA ADMIRÁVEL”

Não reconhecer o patrimônio cultural indígena é condenar estes povos ao esquecimento. Os povos indígenas deixaram um grande e diversificado legado cultural. São práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas – incluindo os instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são associados – que as comunidades indígenas reconhecem como parte integrante de suas identidades e culturas.

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) destaca como Patrimônio Cultural do Brasil os seguintes bens culturais dos povos indígenas:

– Modo de fazer Bonecas Karajá (ritxòkò): os saberes e práticas do povo Karajá para a confecção das ritxòkò,  bonecas de cerâmica que, mais do que objetos lúdicos, são meios de socialização das crianças e de representações culturais.

– Pintura e decoração das ritxòkò: a pintura e a decoração das cerâmicas Karajá estão associadas à pintura corporal desse povo e são indicativos de gênero, idade e estatuto social. Trata-se, portanto, de formas de expressão artística e cosmológica.

– Sistema agrícola tradicional do rio Negro:  abrange as plantas cultivadas, os espaços, as redes de circulação, a cultura material, os sistemas alimentares, os saberes e a sustentabilidade do modo de produzir que garante a conservação da floresta.

– Ritual Yaokwa do povo indígena Enawene Nawe: é a principal cerimônia do calendário desse povo que habita a Terra Indígena localizada na região noroeste do Mato Grosso. Parte do ritual acontece na saída dos homens para a pesca coletiva de barragem. O ritual Yaokwa foi incluído pela Unesco, em 2011, na Lista do Patrimônio Cultural Imaterial que Requer Medidas Urgentes de Salvaguarda.

– Tava, lugar de referência do povo Guarani-Mbyá: Tava é como os guaranis chamam o sítio de São Miguel Arcanjo, no Rio Grande do Sul, patrimônio cultural brasileiro pelo Iphan e da humanidade pela Unesco. Para os indígenas, este é o local onde viveram seus antepassados que construíram as estruturas de pedra a pedido de Nhanderu. As estruturas de pedra são importantes para ensinar os jovens sobre seus antepassados, a trajetória dos Guarani e sobre a possibilidade de se tornar imortal e alcançar Yvy Mara Ey (a Terra sem Mal).

– Cachoeira de Iauaretê: a “cachoeira das onças”, em nheengatu, é lugar sagrado dos povos indígenas que habitam a região banhada pelos rios Uuapés e Papuri, afluentes do rio Negro, no estado do Amazonas. As pedras, lajes e paranás da cachoeira simbolizam episódios de guerras, perseguições, mortes e alianças descritos nos mitos de origem e nas narrativas históricas destes povos. Locais onde ocorreram fatos marcantes relacionados à criação da humanidade, das plantas, dos animais e das etnias.

– Arte Kusiwa do povo indígena Wajãpi: trata-se da pintura corporal e da arte gráfica dos Wajâpi, do Amapá, um sistema de representação que sintetiza seu modo de conhecer, conceber e agir sobre o universo. Em 2003, a arte Kusiwa recebeu da Unesco o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.

OUTROS 5 (CINCO) ERROS MAIS COMUNS SOBRE A CULTURA INDÍGENA


FORMULÁRIO DE QUESTÕES

Ao terminar sua leitura e análise do filme, clique no formulário (abaixo) e responda às questões propostas. Lembre-se que o formulário será encaminhado, uma única vez, diretamente para o professor assim que você clicar em “enviar”.

ATIVIDADE 6: ERROS COMUNS SOBRE CULTURAS INDÍGENAS

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