Olá Galera. Continuando nossa série de estudos da Pré-história do Brasil, estudaremos alguns sítios arqueológicos do Brasil. Vamos conhecer as misteriosas itacoatiaras, as pedras pintadas do sertão nordestino: e os sambaquis, monumentos feitos com conchas e mariscos no litoral sul do país.
ITACOATIARAS E SAMBAQUIS
Para aprofundarmos esse debate, preparamos uma síntese de um artigo da historiadora Joelza Ester Domingues, do blog Ensinar História. O texto original pode ser lido em https://ensinarhistoriajoelza.com.br/pre-historia-parte-3-serido-e-inga/ - Blog: Ensinar História - Joelza Ester Domingues.
Essa síntese está dividida em 2 (duas) partes: a primeira sobre os sítios arqueológicos do sertão do Seridó; e a segunda, sobre os sambaquis do litoral sul do país. Ao final de cada parte, indicamos um pequeno vídeo didático com informações a respeito daqueles sítios.
ITACOATIARAS DO SERIDÓ
Entre o sertão do Rio Grande do Norte e da Paraíba há uma
região chamada Seridó. Ali se localizam alguns importantes sítios arqueológicos.
As pinturas rupestres do Seridó datam de cerca de 9 mil anos.
As pinturas se assemelham às da Serra da Capivara com
traços finos e figuras pequenas. Mas trazem temas novos: há muitas imagens de pirogas,
um tipo de embarcação rústica feita de um só tronco de árvore cavado, muito
comuns pelo interior do Brasil.
Nas pinturas rupestres do Seridó há cenas de caça e dança, representações
de pessoas usando cocares, desenhos de cestas e bastões, cenas de luta e rituais.
Algumas cenas sugerem o uso da perspectiva que dão impressão de profundidade.
Foram encontrados 50 sítios arqueológicos com gravações na
pedra, os petróglifos, ou itacoatiaras, palavra
indígena que significa “pedra pintada”. Existem itacoatiaras em todo país, do
Amazonas ao Rio Grande do Sul, sempre localizadas junto aos rios. A Itacoatiara
mais conhecida fica no interior da Paraíba: a Pedra do Ingá, uma
enorme rocha de 24m, coberta de inscrições de grande complexidade.
A falta de estudos de arqueólogos profissionais gerou
especulações de que as itacoatiaras eram inscrições de fenícios, gregos,
vikings ou de povos vindos da ilha da Páscoa. Há quem afirme que as inscrições
são um calendário, um mapa astronômico ou sinais deixados por uma civilização
desaparecida ou até de “seres extraterrestres”. Os grafismos da Pedra do Ingá são
um mistério, o que significa que o poder da pedra está no mistério que a
envolve.
SAMBAQUIS DO LITORAL
Sambaqui é um sítio arqueológico muito comum no Brasil,
encontrados da costa do Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul. É um depósito de
restos de mariscos, ostras, caranguejos, ossos de peixes e de mamíferos
marinhos acumulados por populações pré-históricas no litoral.
A palavra de origem tupi, tambá-ki, significa
monte de conchas. A
população local conhece como concheira, casqueiro, berbigueira ou
ostreira. O formato dos sambaquis pode ser cônico ou semiesférico, sua
altura varia de menos de um metro até 30 metros de altura, estendendo-se de 40
metros até 400 metros de comprimento.
Os sambaquis são fontes de informações sobre antigos grupos
de coletores e pescadores que viveram na costa brasileira entre 8 mil e
2 mil anos. Eram povos anteriores aos tupis-guaranis que ocuparam a região mais
tarde.
Muitos sambaquis foram destruídos desde o período colonial
transformados em cal para a construção de engenhos de açúcar e edifícios
públicos. O maior pesquisador dos sambaquis foi o jesuíta João Alfredo Rohr
(1908-1984), um arqueólogo autodidata que catalogou mais de 400 sítios
arqueológicos em Santa Catarina e criou o Museu do Homem do Sambaqui
(1963-1964) cuja coleção possui cerca de 8 mil objetos descobertos em
sambaquis.
Os sítios mais importantes estão localizados no litoral sul
de Santa Catarina. As cidades de Laguna e Jaguaruna abrigam 42 sambaquis.
Cada comunidade construía os seus sambaquis para atender
finalidades específicas, como demarcação de território, mirante, cemitério,
etc. Os mortos eram enfeitados com colares de conchas e enterrados com objetos
como pontas de osso, lâminas de machado de pedra. É comum encontrar entre os
esqueletos, dentes e vértebras de tubarões, macacos, porcos-do-mato e outros
animais.
Foram encontrados nos sambaquis vários objetos utilizados
pelos moradores como raspadores de conchas, batedores de osso e facas de pedra.
Em meio ao material fossilizado há marcas de fogueira e potes de cerâmica.
Nos sambaquis de Santa Catarina, foram descobertas
estatuetas de pedra polida: são os zoólitos, figuras de animais
representadas de maneira estilizada representando em geral baleias, peixes e
pássaros. Os zoólitos são peças refinadas, de grande beleza. Alguns deles tem
uma cavidade rasa no centro da peça que pode ter servido para colocar corantes
ou alguma substância usada em rituais.
FORMULÁRIO DE QUESTÕES
Ao terminar sua leitura e análise do filme, clique no formulário (abaixo) e responda às questões propostas. Lembre-se que o formulário será encaminhado, uma única vez, diretamente para o professor assim que você clicar em “enviar”.
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