ATIVIDADE 9: OS SUMÉRIOS E A INVENÇÃO DA ESCRITA

OLÁ GALERA, 

Como sabemos, a escrita tem papel predominante na Historiografia Tradicional. Os historiadores antigamente chamavam de Pré-História - aquele período que precede o surgimento das Civilizações Ágrafas. Mais que isso, a própria ideia de "Civilização" pressupõe uma cultura "superior" (como se fosse possível classificar a humanidade de uma época como "avançada", e a de outra, como "atrasada")

De qualquer forma, gostemos ou não dessa categorização, o fato é que ela serviu para revelar um tipo de sociedade que surgiu num determinado momento da História: as Sociedades Urbanas. É nesses primeiros assentamentos sedentários, os núcleos urbanos, que vão surgir sociedades com características muito particulares: 

1) Núcleos Urbanos onde vivem aglomerados de pessoas com atividades especializadas (pedreiros, ferreiros, pescadores, agricultores, comerciantes...);

2) Grandes obras públicas, como muros de contenção e represas, palácios, templos e, em algumas sociedades, em particular, como o Egito e Mesopotâmia - Pirâmides e Zigurates (um tipo de pirâmide da Mesopotâmia);

3) Divisão social do trabalho, com uma hierarquia entre os segmentos da sociedade; e o surgimento da escravização de parte da humanidade como mão-de-obra;

4) Invenção e utilização dos códigos escritos em algumas dessas sociedades mais antigas (Mesopotâmia, Egito, China...) 

Para uma visão geral sobre a Mesopotâmia, assista um pequeno vídeo que selecionei para Você:

MESOPOTÂMIA

Foi na Mesopotâmia provavelmente que surgiu a primeira sociedade urbana que se utilizou da ESCRITA (e da matemática, diga-se de passagem) como tecnologias fundamentais para o desenvolvimento cultural e a resolução dos problemas do cotidiano, a Suméria. Os sumérios foram uma das civilizações mais antigas que se desenvolveram na região que fica entre os rios Tigre e Eufrates, no atual Iraque.


SUMÉRIOS, OS MESOPOTÂMIOS 

QUE INVENTARAM A ESCRITA

IRAQUE, UMA TERRA DE CONFLITOS 

Há quase 30 anos era um dos piores lugares do mundo pra se viver. A guerra e o embargo econômico assolava o país. O Iraque foi invadido, suas cidades foram destruídas e qua­se 15 mil pessoas foram mortas, além de milhares de vítimas feridas na guerra.

Nessa mesma terra que recebeu as bombas americanas se assentam os restos de uma das civilizações mais antigas da humanidade. O povo que criou a escrita, o primeiro código de leis e as primeiras técnicas de engenharia, cujas lendas e mitos estão re­petidas em várias culturas posteriores, co­mo a babilônica e hebreia, surgiu ali, na Mesopotâmia.

Foi lá, que os sumérios cravaram um fim nos 150 mil anos de Pré-História com a invenção da escrita cuneiforme. Eles também inventaram a cidade, em um território que começava próximo ao centro e seguia em direção do sul até mar, onde hoje é Bagdá. Foi uma espécie de primeira revolução urbana da his­tória.

A PRIMEIRA CIVILIZAÇÃO

A escrita surge entre 3.300 a.C. e 1.600 a.C, na Mesopo­tâmia, a região entre os rios Tigre e Eufra­tes, onde surgiram os primeiros assentamentos sedentários da humanidade, os Sumérios. 

A passagem para a agricultura foi o passo fundamental para a sedentarização; e as cidades surgem como aglomerados de comunidades agrí­colas. De um povo originariamente agrícola que precisava lutar contra a fúria da natureza, surgiu uma civilização urba­na, com comércio desenvolvido e que primava pelos registros escritos.

Sua estrutura social gerou uma elite cercada por lu­xos e prestadores de serviço. As palavras dos membros dessa elite tinham tanta força que eles legitimavam seus documentos por meio de um objeto usado até hoje: os selos. Cilíndricos, eles eram cunhados em pedra e rolados em tabletes de argila.

Como bons comerciantes, os su­mérios foram bastante dedicados à matemática. Há registros de transações comerciais envolvendo crédito, empréstimo e pagamento de juros. Eles criaram a raiz quadrada, faziam divisões com frações e desenvolveram um sistema sexagesimal semelhante ao das horas de 60 minutos do relógio que deu origem ao ângulo de 360 graus.

Toda essa matemática era usada para controlar as águas dos rios Tigre e Eufrates, canais e barreiras eram construídos para controlar as cheias, o que também ajudava a facilitar a na­vegação e o abastecimento das cida­des.



DOIS MODOS DE VER O MUNDO

Mas, ao con­trário dos egípcios que viam nas cheias do Nilo um benefício para o cultivo, os sumérios encaravam as inundações como uma maldição divina. É possível que esteja aí a origem da lenda bíblica do dilúvio. Diferente do Egito, onde as cheias do Nilo acon­teciam na época de germinação das se­mentes ajudando a fertilidade do so­lo; Na Suméria, elas ocorriam sem data prevista e quase sempre per­to da época da colheita.

Os sumérios também gostavam de uma boa briga. Guerras eram travadas não somente contra nações vizinhas, mas entre eles próprios. As cidades sumérias eram sedes de reinos, cada qual com sua dinastia. Durante as guerras, os cidadãos de cada local aproveitavam para saquear o que havia de matéria-prima nas cidades vizinhas. Por isso, um costume muito co­mum das cidades era o de erguer enor­mes muralhas de barro para proteger o núcleo urbano.

As ba­talhas entre as cidades também acen­tuaram a escravidão. Viravam escra­vos os soldados e os moradores das ci­dades dominadas, bem como devedo­res e suas famílias e até mesmo filhos mal-educados. Para "aquietar" a rebel­dia excessiva da prole, os pais podiam "alugar" seus rebentos como escravos durante um determinado período.

Outro motivo para a guerra era o religioso. Os sumé­rios acreditavam em uma grande quantidade de espíritos do mal ligados aos fenômenos da natureza. Tempestades de areia eram vinganças dos deuses. Inundações também. Guerras só po­deriam ser movidas pelos deuses. A eles também era atribuída a nomea­ção do líder das cidades-Estado. O monarca sumério mais famoso foi o acádio Sargão, que se aproveitou da fra­gilidade dos sumérios, gerada pelas guerras internas e por problemas na agricultura devido à salinização do so­lo, e tomou conta do território que se estende do Mediterrâneo ao mar da Arábia. Ele instalou sua capital em Agade, que pode ser a atual Bagdá, e organizou um exército com modernas estratégias militares. Sargão era como um “Saddam Hussein” que se orgulhava de não conceder perdão a ninguém.

Muito do modo sumério de pensar foi adquirido pelos hebreus e, a partir deles, foi parar na Bíblia. Um dos principais legados hebreus para a eternidade foi o pecado: a culpa era um conceito que não saía da cabeça dos sumérios. Uma mulher que morresse virgem ou de parto virava demônio. Essa noção atrapalhou até a medicina, um ponto fraco da civilização. Muitas doenças eram vistas como punição em relação a desvios de conduta ou más ações, e diagnos­ticadas a partir da confissão dos pecados.

Para os sumérios, a existência humana é uma decisão divina. Os homens são criados para o trabalho e têm como função pri­mordial servir e sustentar os deuses. Pena que, nos bombardeios às terras dos sumérios na guerra do Iraque, o temor a Deus legado por eles não foi levado em conta.

                                                                        Fonte: Revista Aventuras na História. Janeiro, 2004.                                                                                               Adaptado por Celso Ap. Cerqueira Barreiro.


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