ATIVIDADES DE QUARENTENA- ATIVIDADE 15 – 23 de novembro de 2020

9º ano- prof. ª Andrea Fusco

PARTE 1: O QUE É PARA FAZER NESTA ATIVIDADE?

Nesta atividade, vamos refletir sobre as relações entre felicidade e consumo de bens materiais. Depois de ler todas as instruções e os textos motivadores, você deverá escrever um texto dissertativo-argumentativo em terceira pessoa (ou na primeira do plural) sobre o tema: “É preciso ter bens para ser feliz?”

§  QUAL É O TEMA?

Atualmente, tatuar no corpo fórmulas químicas estruturais de hormônios relacionados à felicidade e ao prazer (imagem acima) já é uma tendência. Como você pôde ver na atividade anterior (atividade 14, de 09/11/20), há importantes relações entre hormônios e emoções. Nossas emoções desencadeiam reações químicas e fisiológicas em nosso organismo, como a produção de endorfina, serotonina, dopamina, oxitocina. Quando nos sentimos alegres e felizes, essas substâncias inundam nosso cérebro por alguns minutos e isso gera intensas sensações de prazer e bem-estar. Portanto, é compreensível que estejamos sempre em busca de momentos felizes. O problema é que ser feliz tornou-se uma obrigatoriedade do nosso tempo. As pessoas querem parecer felizes o tempo todo. Ser feliz associa-se a um modelo de vida e a estereótipos de pessoa “que curte a vida intensamente” em suas postagens nas redes sociais.

A felicidade está vinculada a bens materiais, a padrões de consumo divulgados pela publicidade e valorizados nas redes sociais. Pessoas felizes são aquelas que consomem roupas e acessórios descolados e smartphones de última geração, que frequentam os lugares mais badalados, que trocam de carro e viajam para o exterior.

Nesta atividade, vamos refletir sobre essa tal felicidade e suas relações com o consumo de bens materiais. Depois de ler os textos, você deverá escrever um texto dissertativo-argumentativo em terceira pessoa sobre o tema: “É preciso ter (bens) para ser (feliz)?”

 

§  O QUE É UM TEXTO DISSERTATIVO ARGUMENTATIVO?

Dissertar é expor, apresentar um tema, uma ideia. E argumentar é defender um ponto de vista. Portanto, ao escrever um texto dissertativo-argumentativo, você deverá apresentar o tema e defender seu ponto de vista sobre o assunto.

§  COMO ORGANIZAR OS PARÁGRAFOS DO TEXTO?

1º PARÁGRAFO: introdução – apresentação da ideia central de seu texto, de sua tese sobre o tema;

2º e 3º PARÁGRAFOS: argumentação – defesa de seu ponto de vista; apresentação de fatos, informações, observações que comprovem o ponto de vista defendido. (Caso tenha mais argumentos, você poderá escrever mais de dois parágrafos argumentativos)

4º PARÁGRAFO: conclusão – para finalizar seu texto, você poderá reafirmar sua ideia central ou tese, sugerir solução, enfim, “amarrar” as ideias que construíram seu ponto de vista.

 

§  QUE TIPO DE LINGUAGEM USAR?

*Norma-padrão: com atenção especial para pontuação, ortografia e acentuação. Nada de gírias e coloquialismos, pois essa é uma produção textual formal.

*Uso da terceira pessoa ou da primeira pessoa do plural – você não deverá se colocar diretamente no texto com o uso da primeira pessoa do singular (eu). Nada de usar expressões como “na minha opinião”, “no meu ponto de vista” ou qualquer outra em que os verbos concordem com o pronome “eu”.

*Uso do pronome “você” - Não converse diretamente com o leitor, não use o pronome “você”.  

*IMPORTANTE: Depois de escrever, leia seu texto para eliminar erros de pontuação, ortografia, concordância (singular e plural), usos de “eu” ou “você”.

 

PARTE 2 – TEXTOS MOTIVADORES – LEIA OS TEXTOS A SEGUIR PARA ENTENDER MELHOR O TEMA DE SUA PRODUÇÃO TEXTUAL

A FELICIDADE NOS ANÚNCIOS PUBLICITÁRIOS

TEXTOS 1 e 2: Anúncios Coca-Cola




TEXTO 3: HABIB’S


TEXTO 4: Anúncio Magazine Luiza

TEXTO 5: Anúncio Pão de Açúcar


TEXTO 6: HAPPINESS, de Steven Cutts

Acesse o link abaixo para assistir ao curta-metragem de Steven Cutts e refletir sobre a busca pela felicidade (happiness, em inglês) no mundo atual

https://www.youtube.com/watch?v=e9dZQelULDk

      TEXTO 7

A Felicidade

Promoções e a sensação de prazer ao comprar “umas blusinhas”, um carro novo, os shots de tequila ou os remédios que tomamos para preencher algum vazio interior.

Essa cega e incessante busca pela felicidade é muito cruel, e foi justamente o que o famoso animador e ilustrador britânico Steve Cutts, famoso por seu trabalho polêmico e reflexivo, quis retratar.

Na animação de Cutts, humanos são retratados como ratos. A escolha por esse animal certamente não foi mera coincidência. Já ouviu falar na Corrida de Ratos?

Segundo a Wikipédia: “É um termo usado para um exercício sem fim, autodestrutivo ou inútil. Evoca a imagem dos esforços inúteis de um rato de laboratório tentando escapar correndo em uma roda ou em volta de um labirinto. Em uma analogia com a cidade moderna, muitos ratos em um mesmo labirinto despendem um esforço intenso correndo aleatoriamente, para ao fim não atingirem nenhum objetivo coletivo ou individual.” 

Sempre apressados e bombardeados com informações a todo instante, anúncios de “beba”, “coma”, “veja”, “seja”, “use”, “compre”, os ratos acabam se perdendo na multidão. Estimulados por essas ordens fantasiadas de sugestões, acreditam que encontrarão algum sentido para suas vidas. Uma vida inteira baseada em consumo e na busca por coisas. E enquanto se matam para chegar lá, o sistema continua lucrando, tornando-se cada vez mais poderoso.

Após uma compra, quem não sentiu arrependimento depois de perceber que aquele bem material, na realidade, não trouxe felicidade? Ou voltou da balada, depois de vários drinques e beijos na boca, notou que mesmo assim continuou vazio? Em um trecho da animação, o ratinho finalmente consegue comprar um conversível. Sente-se bem, poderoso, feliz com a nova aquisição, até ficar preso no trânsito, ser multado, assaltado, violentado. Para coroar, começa a chover.

Seguindo mais uma vez a “sugestão” do sistema, das corporações, ele procura a felicidade em prazeres instantâneos, no caso, bebidas e comprimidos. Drogas fáceis e lucrativas, que podem alterar a percepção de realidade dos ratinhos.

Mas como não existe tempo para reflexão nesse processo, o mau uso das substâncias leva a mais problemas.

Quando o efeito passa, além da possibilidade do vício, mais uma vez a realidade cruel bate na porta. Ao invés de se rebelar, os ratos entendem que a única solução para todos esses problemas é ter mais dinheiro.

Trabalhar para gerar lucro é a única coisa que traz o sentido para a existência dos ratos, assim eles continuam aprisionados nas mesmas ratoeiras do sistema.

(Disponível em https://www.almanaquesos.com/happiness-corrida-dos-ratos-animacao-nova-steve-cutts/ Acesso em 20 de novembro de 2020)

 

TEXTO 8

A OBRIGAÇÃO DE SER FELIZ NOS ENTRISTECE

Vivemos num tempo onde a tristeza não é tolerada. Até mesmo quando perdemos um ente querido, passados alguns dias, há uma cobrança a nossa volta para voltarmos a sorrir. O tempo de elaboração do luto, necessário a todo ser humano, não pode ser vivido. Além disso, precisamos estar prontos para produzir e consumir. Muito. É preciso ainda ter sucesso pessoal e profissional num modelo perfeito de comportamento. E, claro, sempre com muito bom humor. Caso contrário, tem alguma coisa errada com você.

A obrigação de ser feliz - ou pelo menos aparentar - é uma das principais imposições da sociedade pós-moderna. O pior é que buscamos cumprir este mandamento sem nos questionar se é adequado e, claro, saudável.

O fato é que a vida não é o reino da fantasia, como parecem demonstrar as fotos publicadas nas redes sociais. Não somos felizes o tempo inteiro. Há períodos em que sentimos medo, insegurança, tristeza, ansiedade e outras emoções que não nos trazem bem-estar. E não há nada de errado nisso. É humano. Só que, no fundo, mesmo sabendo disso, seguimos obedecendo a norma, deixando pouco espaço psíquico para elaborarmos angústias e perdas, seja de oportunidades, de relacionamentos etc.

Esta necessidade de sempre se mostrar bem em tudo exacerba a ansiedade e pode trazer a depressão, caracterizada por uma tristeza duradoura e profunda que prejudica significativamente o funcionamento familiar, social e profissional do indivíduo. O depressivo não vê nada de positivo a sua volta.

Embora na depressão os sintomas possam aparecer em vários níveis, alguns são comuns a quase todas as pessoas como alterações do sono; diminuição da energia, que pode ser confundida com cansaço; isolamento social; perda do apetite e do desejo sexual ou ainda pensamentos recorrentes sobre morte.

Felizmente, a ciência nos apresenta várias intervenções que proporcionam combater os efeitos da depressão. Mas não pense que existe fórmula mágica. A melhora não é de fora para dentro. O movimento é interno, num processo subjetivo, de reflexão sobre si, que exige espaço psíquico para reavaliar o funcionamento dinâmico das próprias emoções e, claro, permitir que elas se manifestem.

Quem busca ideais, na maioria das vezes, inatingíveis, se frustra e se perde de si mesmo ao tentar se encaixar em padrões pré-estabelecidos culturalmente. Todos nós temos limites. É da condição humana. Reconhecê-los e aceitá-los é libertador, uma vez que possibilita, além do autorrespeito, escolhas mais adequadas para si e não que atendam ao padrão social.

É a autonomia do próprio bem-querer nos lembrando de que somos protagonistas da nossa vida.

Joselene L. Alvim- psicóloga/neuropsicóloga

(Disponível em http://g1.globo.com/sp/presidente-prudente-regiao/blog/psicoblog/post/obrigacao-de-ser-feliz-nos-entristece.html Acesso em 20 de novembro de 2020)



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