ATIVIDADES DE QUARENTENA- ATIVIDADE 9
14 a 21 de setembro de 2020
9º ano- prof. ª Andrea Fusco
COLOQUE A DATA, COPIE
e RESPONDA A TODAS AS PERGUNTAS
EM SEU CADERNO DE
LÍNGUA PORTUGUESA.
Texto 1
NORMA-PADRÃO E
PRECONCEITO LINGUÍSTICO
Memes como este acima são apenas uma forma bem humorada de se tratar de um
assunto polêmico: o preconceito linguístico. O jeito de falar de alguém, o modo
como uma pessoa se apropria da língua que fala, diz muito a respeito dessa
pessoa. Pelo jeito de falar pode-se deduzir a origem geográfica de uma pessoa,
a faixa etária, o grau de escolaridade e até o nível socioeconômico de alguém. Para
muitos, tais características servem de argumento para desvalorizar socialmente
e até humilhar uma pessoa.
Esse tipo de comportamento social não é novo e
já se reproduz há séculos no mundo inteiro, entretanto, a popularização das
redes sociais contribuiu para torná-lo ainda mais presente no cotidiano. Por
meio dessas redes, as pessoas passaram a se comunicar mais por meio da escrita
e, a partir de então, os erros de ortografia, acentuação, concordância entre
outros ficaram mais evidentes e se tornaram objeto de discussão e julgamentos
sobre a capacidade intelectual de uma pessoa.
Vivendo em um mundo dividido e polarizado, muitos tendem
a acharem-se superiores aos outros por compartilharem de ideias e valores
cultivados pela parte mais bem-sucedida da sociedade, a chamada elite intelectual.
Dentre esses valores compartilhados socialmente, está a língua falada e escrita
em sua modalidade oficial: a norma-padrão.
Assim sendo, para muitas pessoas, falar e escrever
“corretamente” fazem parte do jeito de ser e pensar de pessoas que desfrutam de
prestígio social. Do mesmo modo, em sentido contrário, falar e escrever
“errado” fazem parte do jeito de ser de pessoas que desfrutam de pouco ou
nenhum prestígio social.
Norma-padrão
ou norma-culta?
Muitos são os termos usados para nos referirmos ao
“português correto”, que está de acordo com todas as regras da chamada
gramática normativa. Podemos dizer “norma-padrão”, norma culta”, “variante
padrão”, “variante culta”. Entretanto, a escolha dos termos “padrão” ou “culta”
pode produzir diferentes efeitos de sentido em diferentes contextos.
“Padrão” significa modelo a ser seguido, portanto,
ao usarmos o termo norma-padrão estamos considerando que se trata de um português
modelo para ser seguido em situações formais, acadêmicas ou nas quais não haja
intimidade entre os interlocutores. Por outro lado, a expressão “norma culta”
pode causar a impressão de que somente as pessoas cultas, as pessoas que
compartilham dos valores culturais das elites intelectuais, falam corretamente.
Surge aí, um outro problema: o conceito de cultura. Ao considerarmos como culta
apenas uma forma de se usar a língua portuguesa, estamos considerando também
que existe uma só cultura a ser reconhecida, uma cultura melhor do que as
outras. Entretanto, essa é uma visão limitada sobre cultura, pois a pluralidade
cultural faz parte do nosso dia-a-dia.
Há diferentes culturas, diferentes formas de ser e
estar no mundo. Consequentemente, há diferentes formas de se usar a língua
portuguesa. A norma-padrão é apenas uma delas, indicada para situações formais
e acadêmicas, situações públicas e todas as vezes em que não há intimidade
entre os falantes. A linguagem coloquial usada no cotidiano também está
correta, mas deve ser usada, preferencialmente, em situações mais íntimas e
particulares entre os falantes.
(Texto: professora
Andrea Fusco, especialmente para esta atividade)
QUESTÕES - TEXTO 1
1. De acordo com o texto 1, o que é preconceito
linguístico?
2. Em seu dia-a-dia, como
você lida com o preconceito linguístico?
3. Qual a diferença de
sentido entre os termos “norma-padrão” e “norma culta” apresentada no texto
1?
TEXTO 2
ORIGENS DA LÍNGUA
PORTUGUESA
A língua portuguesa originou-se do Latim, a língua falada pelos romanos. Inicialmente, o latim era uma língua pouco conhecida, falada apenas numa pequena região da Península Itálica chamada LÁCIO. Entretanto, logo se espalhou pelo mundo. Isso ocorreu porque os romanos foram grandes conquistadores de territórios e durante muito tempo o Império Romano dominou boa parte da Europa, do norte da África e do Oriente Médio. Ao dominarem novos territórios, os romanos impunham suas leis, seus costumes, e, é claro, sua língua. O Latim foi, assim, se misturando às línguas dos povos que habitavam as terras conquistadas, influenciando-as e por elas sendo influenciado.
Desta forma, do Latim originaram-se muitos idiomas ainda falados na atualidade, como o Português, o Italiano, o Francês, o Espanhol, o Romeno. Vale ressaltar que essas línguas não se formaram a partir do Latim culto, cultivado pela elite e pelos escritores romanos, mas, sim, do Latim vulgar falado pelas pessoas comuns, no dia-a-dia, e cheio de influências de outras línguas nos diferentes lugares dominados pelos romanos.
Portugal é o lugar de origem da nossa língua. Como
você sabe, esse pequeno país fica logo na entrada na Europa, numa região
chamada Península Ibérica. Por causa de sua posição geográfica, essa região
sofreu muitas invasões de povos que desejavam conquistar terras europeias.
Somente com o passar dos séculos, depois de muita guerra, é que se formaram os
Estados Nacionais, que correspondem mais ou menos ao que chamamos hoje
popularmente de países. Para garantir o espaço territorial e uma (pelo menos
aparente) unidade linguística, os reis trataram de fortalecer seus exércitos e
garantir a difusão de uma língua oficial (norma-padrão), que deveria ser
aprendida, falada e escrita por todos.
(Texto: professora Andrea Fusco, especialmente para esta atividade)
VOCABULÁRIO PARA O TEXTO 3
1.GANGA: Restos de minério não aproveitáveis no processo de mineração.
2. CLANGOR: Som forte e estridente, como o da trombeta.
3. TROM: O som do canhão.
4. SILVO: Apito, som prolongado.
5. PROCELA: Tempestade marítima, tormenta.
6. AGRESTE: No sentido figurado: rústico, rude.
7. EXÍLIO: Isolamento, distanciamento da pátria. Camões foi exilado de Portugal por alguns anos.
Para responder às próximas perguntas, você deverá ler os textos 2 e 3.
4. De acordo com o texto 2, onde fica a região do Lácio? O que essa região tem a ver com a língua portuguesa?
5.O texto 3 é um soneto feito pelo poeta Olavo Bilac em homenagem à língua portuguesa. O que é um soneto?
6. No soneto, Bilac usa a expressão “última flor do Lácio, inculta e bela” para se referir a nossa língua. Considerando a origem da língua portuguesa apresentada no texto 2, explique o que ele quis dizer com esse verso. Justifique sua resposta com frases do texto 2.
TEXTO 4 : A IMPORTÂNCIA DA NORMA-PADRÃO NO DIA-A-DIA
Português é a principal barreira em procura por estágio
50% dos
candidatos reprovados em processos seletivos são desclassificados por causa de
erros ortográficos ou de vocabulário
No link abaixo, você vai assistir a uma reportagem da Jovem Pan, publicada em janeiro deste ano, que mostra que o domínio da norma-padrão faz diferença ao buscar por uma vaga no mercado de trabalho
https://www.youtube.com/watch?time_continue=36&v=uGNyMlf8nmQ&feature=emb_logo
PARTE 2 – PESQUISA
PESQUISE PARA RESPONDE ÀS PERGUNTAS A SEGUIR
7. Explique quando devemos
usar: por que, porque, por quê e porquê.
8. Explique qual a diferença
de sentido entre as formas: mas, mais e más. Dê exemplos.
9. Explique, por meio de
exemplos, quando usamos há e ah.
10. Qual a diferença entre mal
e mau? Dê exemplos.
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