ATIVIDADES
DE QUARENTENA- ATIVIDADE 9 – 14 a 21 de setembro de 2020-
8º
ano-prof. ª Andrea Fusco
Coloque data e cabeçalho e COPIE as QUESTÕES em seu CADERNO!
Parte 1:
videoaula
O QUE É CRÔNICA?
Para conhecer ou relembrar as características de uma
crônica, acesse o link abaixo
https://www.youtube.com/watch?v=izpu88DEa1I&t=25s
Leia o
texto 1 a seguir para depois responder às questões 1 a 8.
TEXTO 1
Crônica da Cidade do Rio de Janeiro
Eduardo Galeano
No alto da noite do Rio de Janeiro, luminoso, generoso, o Cristo Redentor
estende os braços. Debaixo
desses braços os netos dos escravos encontram amparo.
Uma mulher descalça olha o Cristo, lá de baixo, e apontando seu fulgor, diz, muito
tristemente:
—Daqui a pouco, já não estará mais aí. Ouvi dizer que vão
tirar Ele daí.
—Não se preocupe — tranquiliza uma vizinha —. Não se
preocupe: Ele volta.
A polícia mata muitos, e mais ainda mata a economia. Na cidade
violenta soam tiros e também tambores: os
atabaques, ansiosos de consolo e de vingança, chamam os deuses africanos. Cristo sozinho não basta.
(GALEANO. Eduardo. O livro dos
abraços. Tradução de Eric Nepomuceno. 9. ed. - Porto
Alegre: L&PM, 2002)
QUESTÕES DO TEXTO 1
- Qual o título da crônica? Quem escreveu essa crônica?
- Que tipo de narrador conta os fatos: narrador observador ou narrador personagem?
- Quais os personagens dessa crônica? Caracterize-os.
- Qual o cenário dessa crônica?
- As crônicas sempre surgem de uma situação comum do dia-a-dia. Assim sendo, qual foi a situação que deu origem a essa crônica?
- Qual o tema dessa crônica? (Para ajudar você a perceber o tema, algumas palavras foram grifadas no texto).
- Considerando a situação apresentada na crônica, explique quem seriam os “netos dos escravos”.
- Copie um trecho do texto que apresente discurso direto.
- “A polícia mata muitos, e mais ainda mata a economia”. Sobre essa ideia apresentada no texto, responda: como e por que a economia mata as pessoas?
- Qual o tom dessa crônica? (Na videoaula sobre crônica há uma explicação sobre isso).
O lixo
Luís
Fernando Veríssimo
Encontram-se na área de serviço. Cada um com seu
pacote de lixo. É a primeira vez que se falam.
- Bom dia...
- Bom dia.
- A senhora é do 610.
- E o senhor do 612
- É.
- Eu ainda não lhe conhecia pessoalmente...
- Pois é...
- Desculpe a minha indiscrição, mas tenho visto o seu lixo...
- O meu quê?
- O seu lixo.
- Ah...
- Reparei que nunca é muito. Sua família deve ser pequena...
- Na verdade sou só eu.
- Mmmm. Notei também que o senhor usa muito comida em lata.
- É que eu tenho que fazer minha própria comida. E como não sei cozinhar...
- Entendo.
- A senhora também...
- Me chame de você.
- Você também perdoe a minha indiscrição, mas tenho visto alguns restos de
comida em seu lixo. Champignons, coisas assim...
- É que eu gosto muito de cozinhar. Fazer pratos diferentes. Mas, como moro
sozinha, às vezes sobra...
- A senhora... Você não tem família?
- Tenho, mas não aqui.
- No Espírito Santo.
- Como é que você sabe?
- Vejo uns envelopes no seu lixo. Do Espírito Santo.
- É. Mamãe escreve todas as semanas.
- Ela é professora?
- Isso é incrível! Como foi que você adivinhou?
- Pela letra no envelope. Achei que era letra de professora.
- O senhor não recebe muitas cartas. A julgar pelo seu lixo.
- Pois é...
- No outro dia tinha um envelope de telegrama amassado.
- É.
- Más notícias?
- Meu pai. Morreu.
- Sinto muito.
- Ele já estava bem velhinho. Lá no Sul. Há tempos não nos víamos.
- Foi por isso que você recomeçou a fumar?
- Como é que você sabe?
- De um dia para o outro começaram a aparecer carteiras de cigarro amassadas no
seu lixo.
- É verdade. Mas consegui parar outra vez.
- Eu, graças a Deus, nunca fumei.
- Eu sei. Mas tenho visto uns vidrinhos de comprimido no seu lixo...
- Tranquilizantes. Foi uma fase. Já passou.
- Você brigou com o namorado, certo?
- Isso você também descobriu no lixo?
- Primeiro o buquê de flores, com o cartãozinho, jogado fora. Depois, muito
lenço de papel.
- É, chorei bastante, mas já passou.
- Mas hoje ainda tem uns lencinhos...
- É que eu estou com um pouco de coriza.
- Ah.
- Vejo muita revista de palavras cruzadas no seu lixo.
- É. Sim. Bem. Eu fico muito em casa. Não saio muito. Sabe como é.
- Namorada?
- Não.
- Mas há uns dias tinha uma fotografia de mulher no seu lixo. Até bonitinha.
- Eu estava limpando umas gavetas. Coisa antiga.
- Você não rasgou a fotografia. Isso significa que, no fundo, você quer que ela
volte.
- Você já está analisando o meu lixo!
- Não posso negar que o seu lixo me interessou.
- Engraçado. Quando examinei o seu lixo, decidi que gostaria de conhecê-la. Acho
que foi a poesia.
- Não! Você viu meus poemas?
- Vi e gostei muito.
- Mas são muito ruins!
- Se você achasse eles ruins mesmo, teria rasgado. Eles só estavam dobrados.
- Se eu soubesse que você ia ler...
- Só não fiquei com eles porque, afinal, estaria roubando. Se bem que, não sei:
o lixo da pessoa ainda é propriedade dela?
- Acho que não. Lixo é domínio público.
- Você tem razão. Através do lixo, o particular se torna público. O que sobra
da nossa vida privada se integra com a sobra dos outros. O lixo é comunitário.
É a nossa parte mais social. Será isso?
- Bom, aí você já está indo fundo demais no lixo. Acho que...
- Ontem, no seu lixo...
- O quê?
- Me enganei, ou eram cascas de camarão?
- Acertou. Comprei uns camarões graúdos e descasquei.
- Eu adoro camarão.
- Descasquei, mas ainda não comi. Quem sabe a gente pode...
- Jantar juntos?
- É.
- Não quero dar trabalho.
- Trabalho nenhum.
- Vai sujar a sua cozinha?
- Nada. Num instante se limpa tudo e põe os restos fora.
- No seu lixo ou no meu?
(Disponível em https://www.recantodasletras.com.br/contoscotidianos/3773906
Acesso em 09 de setembro de 2020)
QUESTÕES - TEXTO 2
11. Qual o título da crônica? Quem escreveu essa crônica?
12. Que tipo de narrador conta os fatos: narrador observador ou narrador personagem? Copie uma frase do texto que justifique sua resposta.
13. Quais os personagens dessa crônica? Caracterize-os.
14. Qual o cenário dessa crônica?
15. As crônicas sempre surgem de uma situação comum do dia-a-dia. Assim sendo, qual foi a situação que deu origem a essa crônica?
16. Qual o tom dessa crônica? (Na videoaula sobre crônica há uma explicação sobre isso).
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