Nos dias de hoje, concordar ou discordar
da opinião de alguém é algo “natural”. Observe que eu destaquei a palavra
natural entre aspas para chamar atenção para o fato de que ela só pode ser
considerada válida em sentido figurado. De fato, as ideias que temos “não
brotam naturalmente da nossa cabeça”, elas são produto da cultura, e portanto,
da História.
No final do século XVII não era
bem assim... Por exemplo, a palavra do Rei era Lei e não podia ser contestada
sob pena de severas punições do Estado. Foi contra esse tipo de mentalidade que
surgiu em meados do século XVII na Inglaterra, e no Início do século XVIII na
França, a filosofia das Luzes, ou Iluminismo.
Os iluministas acreditavam que
as pessoas seriam capazes de resolver seus problemas de forma racional se
fossem desafiadas pela razão e pela experiência concreta. Eles criticavam o Antigo
Regime em todas as suas dimensões: o absolutismo monárquico, os privilégios da
nobreza, a interferência do Estado na economia, a divisão estamental da
sociedade e o controle que a igreja exercia sobre a sociedade por meio das
crenças religiosas.
Eles defendiam teses estranhas
à época, como: a liberdade de expressão, a igualdade jurídica, a divisão do
poder, diminuição dos poderes do monarca, a educação pública e o
desenvolvimento da ciência e da tecnologia.
Defendiam, ainda, a liberdade
de mercado na economia, a tolerância religiosa e o papel do Estado como garantidor
dos direitos à vida, à liberdade e à propriedade privada.
O século das luzes deixou
marcas profundas na sociedade que permanecem até os dias de hoje nas
constituições dos Estados modernos. A Constituição do Brasil contém alguns desses
princípios, como a limitação do poder do governante, a divisão de poderes, a
igualdade jurídica, a liberdade de expressão, a tolerância religiosa, o
respeito à dignidade do indivíduo e o direito à educação, saúde e assistência
social, a tolerância religiosa, entre outros.
Os iluministas acreditavam
poder reunir o conhecimento humano em um único lugar que fosse de acesso livre
à todas as pessoas, a enciclopédia; e divulgar esses saberes por meio da
escolarização pública das nações comandadas por dirigentes iluminados, os
déspotas esclarecidos.
Ironicamente, com o advento da
internet em nossos dias ainda vemos iniciativas nesse sentido, com a Wikipédia,
uma espécie de enciclopédia virtual onde o conhecimento disponibilizado seja de
livre acesso. embora circunscritas a áreas específicas do conhecimento.
Com o tempo, esse projeto
educativo pautado na lógica de que seja possível acumular todo o conhecimento
humano em um lugar foi sendo superado por novas tendências educacionais que
criticam essa concepção porque ela pressupõe que o ser humano é uma “tábua
rasa” onde se podem “depositar” conhecimentos.
O Brasil viveu, também, um amplo leque de reformas conduzidas pelo Marquês de Pombal, primeiro ministro português na época da colonização, inspiradas nos ideais iluministas dos déspotas esclarecidos, como a transferência da capital brasileira de Salvador para o Rio de janeiro, a expulsão dos jesuítas, o aumento da exploração colonial para fortalecer os negócios na metrópole e a criação de empresas para facilitar o tráfico transatlântico de negros escravizados para o Brasil.
FORMULÁRIO DE QUESTÕES
Para concluir seu estudo, clique no formulário (abaixo) e responda às questões propostas. Lembre-se que o formulário será encaminhado uma única vez diretamente para o professor assim que você clicar em “enviar”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário