ATIVIDADE 14: GRÉCIA - O NASCIMENTO DA CIVILIZAÇÃO OCIDENTAL

OLÁ GALERA,

Você conhece a história de uma criatura monstruosa, com a cabeça e a cauda de touro e o corpo de homem que vivia num labirinto e cuja ira era aplacada pelo sacrifício dos adolescentes? Você sabe como essa história terminou pela intervenção de um jovem príncipe chamado Teseu?

Pois bem. O mito do Minotauro atravessou os tempos e está contido nos poemas clássicos, nos mosaicos greco-romanos, na arte da Renascença e é tema de videogames como Theseus (2017) e Assassin’s Creed: Odyssey (2018).

O que talvez você não saiba é que essa história chegou até os nossos dias por que a Grécia é o berço da civilização ocidental. Esse mito é, portanto, um daqueles mitos gregos de que falamos na atividade anterior.

O mito do Minotauro tem a ver com os primórdios, o “comecinho” da história da Grécia antiga. É verdade. É o que você verá nessa atividade sobre a Formação da Grécia. 


O MÉTODO

Na história aí, Teseu precisou de um método para escapar do monstro e sair do labirinto com vida. Foi a princesa Ariadne quem deu a fita para Teseu... Você vai desenrolando esse fio pelo caminho, e quando terminar volte seguindo o fio e fazendo o caminho contrário.

O “fio de Ariadne”, o método que utilizaremos para que você aprenda ao final dessa atividade será o seguinte:

1.   Leia a sinopse que preparei para você da videoaula do Professor Waltinho no Canal “Se liga no Enem”. Depois, clique no link e assista o vídeo “Formação da Grécia” na íntegra;

2.  Leia o texto “O mito do Minotauro e a Civilização Cretense” (abaixo); e escreva um pequeno resumo do que entendeu em seu caderno de História (observe que o texto é composto de 3 (três) partes e, portanto, seu resumo deverá compor, também, 3 (três) partes;

3.   Responda o Formulário de questões (Google forms) de História.

 

A FORMAÇÃO DA GRÉCIA

O território grego é composto por uma península e algumas ilhas bastante recortadas por montanhas. Com um solo pobre para vegetação e devido a proximidade do mar, os gregos sempre se ocuparam da pesca e da navegação comercial para sobreviver. Ilhados entre a montanha e o mar, os gregos criarão tribos isoladas com identidade própria. Daí que se possa falar em mundo grego, mas não em Estado ou país grego. Ou seja, embora a língua, a cultura e os costumes sejam comuns aos povos que vivem na região, cada grupo forma sua própria comunidade de pertença, independentes e isolados de outros grupos.

O primeiro grupo a ocupar a Grécia foram os aqueus, também chamados de micênicos. Eles conheceram e se fundiram com os habitantes da ilha de Creta, a civilização minoica. É de Creta que vem a lenda do Minotauro que representa o domínio cretense. A cultura nascida dessa fusão ficou conhecida como cultura creto-micênica.

Mais tarde chegam outros 2 (dois) grupos: os eólios e os jônios. Conta a lenda que os micênicos, eólios e jônios se unem e enfrentam os troianos. É nesse contexto, que esses grupos de idioma e cultura comuns, vindos da Hélade (como eles chamavam a região na época), passam a se autodenominar “Helenos” (hoje nós os chamamos de gregos).

Por volta de 1200, chegaram os “dórios” trazendo armas de ferro e uma cultura guerreira. A invasão dos dórios foi pesada e modificou alguns costumes dos antigos gregos. O que promoverá a dispersão de gregos em outras regiões, colonizando outras terras.

Como resultado desse processo, surgem pequenas comunidades de pertença, famílias extensas que vivem da partilha de seus bens e produtos, os genos. Essas sociedades serão chamadas de sociedades gentílicas. Essas comunidades viviam, de certa forma, em harmonia (o curioso é que harmonia na mitologia grega é a filha de Ares (o deus da guerra) e Afrodite (a deusa do amor).

Com o crescimento da população, surge a escassez de produtos e criam-se as distinções de classe. Daí em diante, o que era bem de uso coletivo passa a se constituir como propriedade privada distribuída de acordo com o status social de cada indivíduo da sociedade. Como resultado desse processo, ocorre a 2ª diáspora grega com a colonização de regiões mais distantes.

Com a colonização das terras à leste e oeste da península e das ilhas gregas, o comércio marítimo se desenvolve e, por consequência, as cidades antigas crescem rapidamente. As cidades passam a ser muradas e protegidas, surge a PÒLIS. O conceito de cidadania começa a se desenvolver nas cidades gregas. Nessas cidades, somente uma parte pequena da população vai ser, efetivamente, cidadãos.

Desenvolve-se, então, as ideias de público (aquilo que pertence e deverá ser governado pela comunidade) e privado (aquilo que pertence ao indivíduo e a esfera doméstica) e de Pólis (a Cidade-Estado), um organismo vivo, independente e autônomo. Nasce a cidade e com ela a Política. 

A FORMAÇÃO DA GRÉCIA ANTIGA E O SURGIMENTO DAS PÓLIS


O MITO DO MINOTAURO E A CIVILIZAÇÃO CRETENSE

Conta-se que Minos desejando ser rei de Creta rogou a Poseidon, o deus dos mares, que enviasse um sinal divino que mostrasse a todos que ele era o escolhido pelos deuses. Poseidon atendeu-o com uma condição: faria surgir um belo animal e Minos deveria sacrificá-lo imediatamente ao deus.

Minos concordou, e viu sair das águas um magnífico touro branco de chifres dourados.  O deus cumpriu sua parte no trato, porém Minos diante de um animal tão esplêndido, não cumpriu a promessa. Guardou o touro para si e sacrificou outro animal para o deus.

Poseidon ficou furioso em ter sido enganado e, por vingança, inspirou Pasífae a jovem esposa do rei, a se apaixonar loucamente pelo touro branco de chifres dourados. Dessa relação nasceu um ser monstruoso, meio humano meio animal, o Minotauro.

Horrorizado e cheio de vergonha, Minos encomendou ao artista ateniense Dédalo a construção de um imenso palácio, o Labirinto, tão cheio de corredores que se entrecruzavam e de aposentos dispostos de tal maneira que quem nele entrasse não conseguisse sair mais. O Minotauro foi deixado no Labirinto. O apetite voraz do monstro só era aplacado com vítimas humanas jovens.

Tempos depois, aconteceu de um filho de Minos ter sido morto em Atenas. Furioso, o rei de Creta exigiu que a cidade enviasse sete rapazes e sete moças, a cada sete anos para serem devorados pelo Minotauro.

Quando o terceiro sacrifício se aproximou, Teseu ofereceu-se para matar o monstro. Egeu, seu pai, mandou preparar o navio com velas pretas, em sinal de luto. Incluiu também um jogo de velas brancas recomendando a Teseu que, se voltasse vitorioso, mandasse hastear as velas brancas.

Chegando a Creta, Teseu conheceu a princesa Ariadne, filha de Minos que se apaixonou pelo jovem ateniense. Decidida a ajudá-lo a sair do Labirinto, ela lhe deu um novelo de lã que Teseu deveria amarrar na entrada e ir desenrolando à medida que caminhasse para o interior da complicada construção.

Ariadne impôs uma condição a Teseu: que ele a desposasse e a levasse consigo para Atenas.  Teseu matou o Minotauro com a espada de Egeu e, guiado pelo novelo de lã, levou os outros jovens para fora do labirinto. Embarcaram de volta à Atenas levando Ariadne com eles. No caminho, o navio parou em Naxos. Ariadne desceu e adormeceu na praia.  Quando acordou estava só. Teseu a havia abandonado.

Aproximando-se de Atenas, Teseu esqueceu de trocar as velas pretas pelas brancas. Egeu, em um ponto alto, avistou de longe o navio com a vela preta se aproximando. Presumindo que o filho estivesse morto, suicidou-se atirando-se ao mar que, desde então, recebeu o seu nome.


A CIVILIZAÇÃO MINOICA

O mito do Minotauro teria surgido à época em que Creta era a principal potência política e cultural do mar Egeu. Ali desenvolveu-se, a partir de 2600 a.C., a civilização minoica – nome derivado de Minos, o mítico rei de Creta.

Entre 2000 e 1450 a.C., a civilização minoica viveu seu período de maior prosperidade, dominando cidades gregas continentais de quem cobrava tributos. Objetos produzidos por artesãos cretenses foram encontrados no Egito, em Chipre, na costa fenícia (Biblos e Ugarit), na Grécia, nas costas da Ásia Menor (atual Turquia). Foi a primeira civilização do Mediterrâneo a se lançar às atividades marítimas (os fenícios foram seus sucessores).

Comercializavam vinhos, azeite e cerâmica produzidos na ilha e objetos de metais. Foram pioneiros na metalurgia do bronze e produziam joias e armas de luxo incrustadas com pérolas e pedras raras que eram vendidas no Mediterrâneo Oriental. Possuíam um sistema de pesos e medidas feitos por lingotes e discos de cobre.

Os cretenses construíram estradas pavimentadas que cruzavam a ilha de ponta a ponta. Suas moradias possuíam canalização para distribuição de água e coleta de esgoto.

Na sociedade cretense, a mulher ocupava uma posição de relevo e gozava de uma liberdade desconhecida em outras culturas da época. As pinturas mostram mulheres fora de casa, em praça pública, no teatro, na arena de acrobacias. As divindades mais representadas são femininas, cabendo às sacerdotisas o principal papel nas cerimônias. Segundo Arthur Evans, tratava-se de uma sociedade matriarcal – hipótese aceita por outros especialistas.

O fim da civilização minoica foi violento. Entre os anos 1450 e 1400 a.C., a ilha sofreu a invasão dos dórios, povo guerreiro da Grécia continental. Eles destruíram os palácios e submeteram a população minoica, impondo-se como seus governantes. Pouco depois, ocorreu uma violenta erupção vulcânica na ilha de Tera (atual Santorini), próxima a Creta. O terremoto e o maremoto que se seguiram atingiram Creta com tamanha força que as construções foram ao chão e seus barcos e o próprio porto foram para o fundo do mar.


A ARQUEOLOGIA À PROCURA DO MINOTAURO

A escrita minoica permanece indecifrada. As fontes escritas para se conhecer a civilização minoica são indiretas, sendo a maioria delas relatos deixados pelos antigos gregos, entre os quais, o mito do Minotauro.

O nome de Minos ainda é um mistério. Desconhece-se se era o nome de um governante, de uma dinastia de Cnossos ou um termo minoico para designar rei. De qualquer forma, Minotauro significa “o touro de Minos”, uma alusão à dominação exercida pelo governante de Cnossos, para quem os povos dominados deviam pagar pesados tributos. Nesse sentido, a decisão de Teseu de eliminar o Minotauro é uma oposição à dominação exercida por Minos sobre os atenienses.

As escavações realizadas em Creta durante 30 anos por Arthur Evans (1851-1941) revelaram muitas evidências que remetem ao mito do Minotauro. O gigantesco Palácio de Cnossos, com seu intrincado desenho arquitetônico repleto de corredores e milhares de salas, sugere tratar-se de um labirinto do Minotauro.

O símbolo sagrado minoico, um machado de dois gumes que decorava as colunas e nas paredes do palácio, era chamado de labyrs, palavra que identificava o palácio de Cnossos como o “palácio do labyrs” o que acabou por associá-lo a “labirinto”.

Outra referência ao mito são as numerosas pinturas e esculturas de touros e touradas encontrada nas escavações. O touro era considerado um animal sagrado e a tauromaquia (“jogo do touro”) representada nos afrescos, devia fazer parte de uma festividade religiosa. Neste jogo, uma espécie de tourada sem que o animal fosse morto, consistia em perigosas acrobacias feitas por homens e mulheres. Os participantes deviam agarrar-se nos chifres do touro, dar um impulso e saltar sobre as costas do animal, caindo de pé atrás dele.

‘                                              Fonte: https://ensinarhistoria.com.br/minotauro-o-mito-e-suas-multiplas-leituras/ - Blog: Ensinar História - Joelza Ester Domingues.

 


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