ATIVIDADES DE QUARENTENA- ATIVIDADE 5 – 03 a 10 de agosto de 2020
9º ano- prof. ª Andrea Fusco
COLOQUE A DATA E COPIE TODAS
AS PERGUNTAS EM SEU
CADERNO DE
LÍNGUA PORTUGUESA.
Bons estudos! J
TEXTO 1
Como 'comportamento de manada' permite manipulação
da opinião pública por fakes
Juliana
Gragnani
Da
BBC Brasil em Londres
O
conceito faz referência ao comportamento de animais que se juntam para se
proteger ou fugir de um predador. Aplicado aos seres humanos, refere-se à
tendência das pessoas de seguirem um grande influenciador ou mesmo um
determinado grupo, sem que a decisão passe, necessariamente, por uma reflexão
individual.
"Se
muitas pessoas compartilham uma ideia, outras tendem a segui-la. É semelhante à
escolha de um restaurante quando você não tem informação. Você vê que um está
vazio e que outro tem três casais. Escolhe qual? O que tem gente. Você escolhe
porque acredita que, se outros já escolheram, deve ter algum fundamento
nisso", diz Fabrício Benevenuto, professor da Universidade Federal de
Minas Gerais (UFMG), sobre a atuação de usuários nas redes sociais. Ele estuda
desinformação nas redes e testou sua teoria com um experimento: controlou quais
comentários apareciam em um vídeo do YouTube e monitorou a reação de diferentes
pessoas.
Quanto mais elas eram expostas só a comentários negativos, mais tendiam a ter uma reação negativa em relação àquele vídeo, e vice-versa. "Um vai com a opinião do outro", conclui Benevenuto. Em seu experimento, os pesquisadores chegaram à conclusão de que a influência estava também ligada a níveis de escolaridade: quanto menor o nível, mais fácil era ser influenciado.
A estratégia de influenciar usuários nas redes incluía ação
conjunta para tentar "bombar" uma hashtag (símbolo que agrupa um
assunto que está sendo falado nas redes sociais), retuítes de políticos,
curtidas em suas postagens, comentários elogiosos, ataques coordenados a
adversários e até mesmo falsos "debates" entre os fakes.
Alguns
dos usuários identificados como fakes
tinham mais de 2 mil amigos no Facebook.
Os perfis publicavam constantemente mensagens a favor de políticos como Aécio
Neves (PSDB) e o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB), além de outros
11 políticos brasileiros.
(Disponível na íntegra em https://www.bbc.com/portuguese/brasil-42243930 Acesso em 20 de julho de 2020)
Sobre o texto 1, responda:
1. Qual a fonte do texto, ou seja, onde esse texto foi publicado originalmente?
2. De acordo com o texto, o que seria o “comportamento de manada”?
3. Citação de autoridade, também chamada de argumento de autoridade, é um recurso próprio de reportagens e artigos que consiste na presença da voz de um ou mais especialistas que se destacam no tema apresentado pelo texto. Essa voz pode ser de um pesquisador, estudioso, professor ou profissional ligado à área de interesse do assunto sobre o qual se está escrevendo ou mesmo falando. Sobre isso, responda:
a) No texto analisado, de quem é essa voz?
b) Que sinal gráfico de pontuação nos permite reconhecer as citações de autoridade presentes no texto?
c) Analise no contexto do texto os usos de aspas nas palavras “bombar” e “debates”. Nesses dois casos, as aspas foram usadas por motivos diferentes, explique cada um deles.
TEXTO 2: ZÉ NINGUÉM
Se
quiser ver um clipe com a apresentação ao vivo da música, clique no link abaixo:
LEIA A LETRA DA CANÇÃO PARA RESPONDER ÀS PRÓXIMAS
QUESTÕES.
Zé
Ninguém
Quem foi
que disse que amar é sofrer?
Quem foi que disse que Deus é brasileiro?
Que existe ordem e progresso
Enquanto a zona corre solta no congresso
Quem foi que disse que a justiça tarda mas não falha?
Que se eu não for um bom menino, Deus vai castigar
Os dias
passam lentos
Aos meses seguem os aumentos
Cada dia eu levo um tiro
Que sai pela culatra
Eu não sou ministro, eu não sou magnata
Eu sou do
povo, eu sou um Zé Ninguém
Aqui embaixo as leis são diferentes
Eu sou do povo, eu sou um Zé Ninguém
Aqui embaixo as leis são diferentes
Quem foi
que disse que os homens nascem iguais?
Quem foi que disse que dinheiro não traz felicidade?
Se tudo aqui acaba em samba
No país da corda bamba, querem me derrubar!
Quem foi que disse que os homens não podem chorar?
Quem foi que disse que a vida começa aos quarenta?
A minha acabou faz tempo, agora entendo por que
Cada dia
eu levo um tiro
Que sai pela culatra
Eu não sou ministro, eu não sou magnata
Eu sou do
povo, eu sou um Zé Ninguém
Aqui embaixo as leis são diferentes
Eu sou do povo, eu sou um Zé Ninguém
Aqui embaixo as leis são diferentes
Eu sou do povo, eu sou um Zé Ninguém
Aqui embaixo as leis são diferentes
Eu sou do povo, eu sou um Zé Ninguém
Aqui embaixo as leis são diferentes
Os dias
passam lentos
Os dias passam lentos
Cada dia
eu levo um tiro
Cada dia eu levo um tiro
Eu não sou ministro, eu não sou magnata
Eu sou do
povo, eu sou um Zé Ninguém
Aqui embaixo as leis são diferentes
Eu sou do povo, eu sou um Zé Ninguém
Aqui embaixo as leis são diferentes
4. A expressão “quem foi que disse” usada no texto para retomar frases que são constantemente usadas no cotidiano dos brasileiros reforça o sentimento do eu lírico diante do contexto em que ele está inserido. Que sentimentos seriam esses? Justifique sua resposta.
5. O título Zé Ninguém retoma uma expressão comum do português brasileiro. Sobre essa expressão, responda: Por que “Zé” e por que “Ninguém”? Aponte possíveis efeitos de sentido para essa expressão.
6. Quem foi que disse? De onde saíram essas frases usadas no texto? Identifique entre as frases a seguir as que vieram no senso comum, as que vieram do sentimento de religiosidade e as que vieram do discurso jurídico, ou seja, das leis.
a) “Amar é sofrer”
b) “Deus é brasileiro”
c) “ordem e progresso”
d) “a justiça tarda, mas não falha”
e) “se eu não for um bom menino, Deus vai castigar”
f) “os homens nascem iguais”
g) “dinheiro não traz felicidade”
h) “os homens não podem chorar”
i) “a vida começa aos quarenta”
O texto a seguir está na apostila de atividades da
Secretaria Municipal de Educação do mês de maio. Se você fez as atividades,
você já conhece esse texto. Leia-o novamente para responder às questões.
TEXTO
3: QUEM SÃO ELES?
Eliana Jacob
Almeida
Desde criança, “eles” me
intrigam. No alpendre da casa de nossa vizinha, onde corria uma conversa boa
entre as amigas que por ali passavam, “eles” sempre apareciam: “Eles” falavam
isso..., “Eles” diziam aquilo. Minha mãe passava babosa no meu couro cabeludo;
“eles” falam que fortalece e dá brilho. Cortava as pontinhas dos cílios; “eles”
falam que crescem bastante e engrossam. Uma vez cortei demais e, na hora de
dormir, meus olhos não se fechavam.
Hoje “eles” se
multiplicaram, estão por toda parte. Minha mãe me liga logo cedo para saber se
estou tomando água com limão de manhã, porque “eles” falam que diminui o
colesterol. Mais tarde, uma amiga me manda uma mensagem: “Você tem gás de
cozinha? “Eles” falam que logo vai faltar. Meu neto hoje me disse que o
aparelho que mais transmite radiação é o micro-ondas; “eles” falam para a gente
ficar longe quando ele estiver funcionando.
Em alguns casos, até
supomos quem são “eles”; são os especialistas de cada área. Sobre isso, a
escritora e filósofa Marilena Chauí falou em um artigo chamado “Discurso
competente”. Segundo ela, acreditamos cegamente na autoridade que cada formação
confere e obedecemos aos conselhos que nos são dados, os comportamentos a
seguir, às tendências da moda e por aí vai. Raramente questionamos ou tiramos
uma segunda opinião.
Agora, vivemos o medo coronavírus. A máxima de
que, em tempos de Copa do mundo, somos todos técnicos da seleção hoje se
expande para todas as áreas. São centenas receitas e minha mãe continua me
ligando. “Eles” falam que tomar líquido quente mata o vírus alojado na
garganta. Chá de gengibre também faz bem e “eles” dizem que tomar complexo B
fortalece a imunidade. Ah, e “eles” dizem para tomarmos água de 15 em 15
minutos. É verdade que aposentado não pode sair de casa? “Eles” disseram que,
quem estiver na rua, não vai receber aposentadoria. “Eles”, sempre “eles”.
Chega uma hora que nem
sabemos mais o que fazer. É para usar álcool em gel; não, álcool em gel não
adianta. É para usar máscara quando sair de casa. Não, não se deve usar máscara
porque a gente transpira e fica pior. Fica em casa; evite aglomeração. Não,
vamos para rua, precisamos trabalhar. “Eles” falam que quando tudo isso passar,
o mundo não será mais o mesmo. Temos que nos adaptar ao home-office, ao
delivery, ao ensino a distância; “eles” dizem que daqui para frente só vai sobreviver
quem se adaptar. E abraço e beijo vão diminuir muito, “eles” falam que todo
mundo vai ficar com medo.
Nesses casos,
gramaticalmente, o “eles” assume características de sujeito indeterminado; fica
meio abstrato, embora estejam muito perto de nós, ora nos aconselhando ora nos
assustando. O problema é que já me flagrei diversas vezes falando “deles”; vira
e mexe, “eles” surgem na minha fala. Entretanto, continuo intrigada. Afinal,
quem são “eles”?
Fonte: Jornal Cidadão, 14 de abril de 2020. Fernandópolis,
SP
7. Leia e releia o texto e escreva uma resposta para a pergunta final da autora: “Afinal, quem são “eles”? Justifique sua resposta.
8. O que as situações apresentadas no texto 3 têm a ver com o comportamento de manada?
9. Você diria que os digital influencers contribuem para a formação de opiniões superficiais que incentivam com o comportamento de manada? Justifique sua resposta com pelo menos um argumento bem fundamentado.
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