Origem / Processo Histórico da Capoeira

  Redigir no caderno a atividade.

 

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES A SEREM CONTEMPLADAS

 

            Experimentar esportes, danças e manifestações da cultura afro-brasileira, utilizando de práticas técnico-combinatórios.

            Praticar uma ou mais modalidades esportivas, usando habilidades técnico-táticas básicas.

            Contribuir no enfrentamento de situações de injustiça e preconceito, geradas e/ou presentes no contexto das práticas corporais vivenciadas.

            Reconhecer as principais regras das modalidades praticadas.

            Compreender a origem de uma ou mais modalidades esportivas praticadas.

            Formular e utilizar estratégias básicas das lutas da cultura brasileira experimentadas.

            Identificar as características das lutas da cultura brasileira.

            Compreender as transformações históricas das lutas da cultura brasileira, bem como as possibilidades de recriá-las

            Identificar locais na comunidade onde são praticadas lutas da cultura brasileira.

 

 

PROCESSO HISTÓRICO / ORIGEM DA CAPOEIRA

            A capoeira ou capoeiragem é uma expressão cultural brasileira que mistura arte marcialesportecultura popular, dança e música. Desenvolvida no Brasil por descendentes de escravos africanos, é caracterizada por golpes e movimentos ágeis e complexos, utilizando primariamente chutes e rasteiras, além de cabeçadas, joelhadas, cotoveladas, acrobacias em solo ou aéreas.

            Uma característica que distingue a capoeira da maioria das outras artes marciais é a sua musicalidade. Praticantes desta arte marcial brasileira aprendem não apenas a lutar e a jogar, mas também a tocar os instrumentos típicos e a cantar. Um capoeirista que ignora a musicalidade é considerado incompleto.

            Considera-se que a capoeira tenha surgido em fins do século XVI no Quilombo dos Palmares, situado na então Capitania de Pernambuco.

            A Roda de Capoeira foi registrada como bem cultural pelo IPHAN no ano de 2008, com base em inventário realizado nos estados de Pernambuco, da Bahia e do Rio de Janeiro. E em novembro de 2014, recebeu o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO.

                A partir do século XVI, Portugal começou a enviar escravos para o Brasil, provenientes primariamente da África Ocidental. Os povos mais frequentemente vendidos no Brasil faziam parte dos povos iorubájeje e hauçá e do grupo banto (incluindo os congos, os quimbundos e os Kasanjes), provenientes dos territórios localizados atualmente em Angola e Congo.

No século XVII, era costume dos povos pastores do sul da atual Angola, na África, comemorar a iniciação dos jovens à vida adulta com uma cerimônia chamada n'golo (que significa "zebra" em quimbundo).

            Durante a cerimônia, os homens competiam numa luta animada pelo toque de atabaques em que ganhava quem conseguisse encostar o pé na cabeça do adversário.[carece de fontes] O vencedor tinha o direito de escolher, sem ter de pagar o dote, uma noiva entre as jovens que estavam sendo iniciadas à vida adulta.[carece de fontes] Com a chegada dos invasores portugueses e a escravização dos povos africanos, esta luta foi introduzida no Brasil.

            No Brasil, assim como no restante da América, os escravos africanos eram submetidos a um regime de trabalho forçado. Eram também forçados a adotar a língua portuguesa e a religião católica. Como expressão da revolta contra o tratamento violento a que eram submetidos, os escravos passaram a praticar as artes marciais de suas pátrias de origem nos terrenos de mata mais rala conhecidos como "capoeiras" (termo que vem do tupi kapu'era, que significa "mata que foi", se referindo aos trechos de mata que eram queimados ou cortados para abrir terreno para plantações dos índios). Essa prática levou gradualmente ao surgimento da arte marcial conhecida como capoeira.



"Jogar Capoeira" ou Danse de la Guerre, de Johann Moritz Rugendas, de 1835

 

            No século XVI, Portugal tinha um dos maiores impérios coloniais da Europa, mas carecia de mão de obra para efetivamente colonizá-lo. Para suprir este déficit, os colonos portugueses, no Brasil, tentaram, no início, capturar e escravizar os povos indígenas, algo que logo se demonstrou impraticável. A solução foi o tráfico de escravos africanos.

            A principal atividade econômica colonial do período era o cultivo da cana-de-açúcar. Os colonos portugueses estabeleciam grandes fazendas, cuja mão de obra era primariamente escrava. O escravo, vivendo em condições humilhantes e desumanas, era forçado a trabalhar à exaustão, frequentemente sofrendo castigos e punições físicas. Mesmo sendo em maior número, a falta de armas, a lei vigente, a discordância entre escravos de etnias rivais e o completo desconhecimento da terra em que se encontravam desencorajavam os escravos a rebelar-se. Neste meio, começou a nascer a capoeira. Mais do que uma técnica de combate, surgiu como uma esperança de liberdade e de sobrevivência, uma ferramenta para que o negro foragido, totalmente desequipado, pudesse sobreviver ao ambiente hostil e enfrentar a caça dos capitães do mato, sempre armados e montados a cavalo.

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