Em 16 de novembro de 1995, era publicada a Declaração Universal
sobre os princípios da TOLERÂNCIA. Não era uma data aleatória. Naquele ano de
1995, o mundo relembraria os 50 anos da mais cruel e sangrenta guerra que a
humanidade havia visto em sua História: A Segunda Guerra Mundial.
A
Segunda Grande Guerra havia deixado um saldo de 55 milhões de mortos, 35 milhões de
feridos e 190 milhões de refugiados. Além disso, a economia de países inteiros estava
em frangalhos e entre 6 e 9 de agosto, duas bombas atômicos haviam arrasado
Hiroshima e Nagasaki no Japão. Pouco mais de 3 (três) anos depois do final do
conflito, a assembleia geral das Nações Unidas aprovaria, por maioria absoluta
de seus Estados-membros, em 10 de dezembro de 1948, a Declaração Universal dos Direitos
Humanos.
A mais importante consequência
dessa aprovação foi a mudança substancial em diversas constituições dos países-membros
incorporando princípios e direitos da Declaração universal de 1948. Diversas legislações
e instituições de Estado passaram a assumir compromissos e rever sua atuação para
dar conta desses objetivos e diretrizes.
Não bastava, contudo, estabelecer
novos direitos e deveres por decreto. As sociedades da “grande mãe-terra” precisavam
se convencer da necessidade de incorporar novos hábitos em sua vida cotidiana
para que a universalidade desses princípios não se transformasse numa bela e
mera carta de intenções. Esse é o sentido da Declaração Universal sobre a Tolerância
publicada em 16 de novembro de 1995.
Desde então, o dia 16 de
novembro passou a ser considerado pela ONU como o Dia Mundial da Tolerância com
o objetivo de divulgar e incutir esses novos valores nas novas gerações.
Hoje, diante do
crescimento da violência e do ódio, que caracteriza a ação de grupos paramilitares,
pessoas intolerantes e Estados de exceção, é mais do que necessário fazer
memória da tragédia em que o mundo mergulhou na Segunda Guerra Mundial e
cultivar a Tolerância em nossos lares, escolas e cidades.
DECLARAÇÃO UNIVERSAL
DE PRINCÍPIOS SOBRE A TOLERÂNCIA
ORGANIZAÇÃO
DAS NAÇÕES UNIDAS, 16 DE NOVEMBRO DE 1995
A tolerância é o respeito pela
diversidade das culturas de nosso mundo, o reconhecimento de nossas diferentes
maneiras de ser e de se expressar, a harmonia na diferença!
A tolerância é uma virtude que torna a paz possível. Ela contribui para substituir uma cultura de guerra por uma
cultura de Paz!
A tolerância é, antes de tudo,
uma atitude ativa, fundada no reconhecimento dos direitos universais da pessoa
humana e das liberdades fundamentais do Outro!
A tolerância deve ser
praticada por todos. Sem tolerância não há lugar para os direitos humanos!
Praticar a
tolerância não significa tolerar a injustiça social, nem renunciar às próprias
convicções ou fazer concessões à intolerância!
A prática da
tolerância significa que toda pessoa tem a livre escolha de suas convicções e
aceita que o outro desfrute da mesma liberdade. A prática da tolerância significa aceitar o fato de
que os seres humanos são diferentes!
Tolerância significa que todos têm o direito
de viver em paz e de ser como são. Significa também que ninguém deve impor suas
opiniões aos outros. É uma exigência para que todos possam desfrutar das
oportunidades da vida sem discriminação!
Os
indivíduos e as nações devem respeitar o caráter multicultural da família
humana.
Sem
tolerância não pode haver paz e sem paz não pode haver desenvolvimento, nem
democracia!
A
tolerância é mais necessária do que nunca... A intolerância é uma ameaça
universal porque não existe uma única parte do mundo que não seja caracterizada
pela diversidade!
A educação é o meio mais eficaz
de prevenir a intolerância. A educação para a tolerância deve ser prioritária e
deve contrariar influências
que levam ao medo e à discriminação.
A educação deve nos ensinar a
pensar eticamente:
· É preciso aprender a ouvir o
outro.
· É preciso aprender a respeitar o
diferente.
· É preciso aprender o diálogo
sincero na escola!
· É preciso ensinar os indivíduos
quais são os seus direitos e suas liberdades
· É preciso proteger o direito e a
liberdade!
É
preciso aprender a ser um cidadão solidários e
responsável, capaz de apreciar a liberdade e a dignidade de todos os seres
humanos e resolver nossos conflitos por meios não violentos e de amar e de ser
amados.
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