COMO ERA O ESTADO ANTES DAS REVOLUÇÕES DO SÉCULO XVIII?

 

ESTADO

1.    Quando surgiu o Estado Nacional?

    Na idade moderna, quando os reis feudais europeus se aliaram à burguesia e fortaleceram seu poder fundando as monarquias nacionais. Com a centralização política, desenvolveu-se a noção de soberania que dá ao governante o poder de fazer valer suas decisões no território que governa.

2.    O que é Estado-Nação?

     O Estado-Nação é uma instituição que organiza e regula variados aspectos da vida em sociedade         num determinado território.

3.    Distinga: Estado, País e Nação

     Estado é uma instituição política na qual um poder soberano exerce sua autoridade sobre um povo em determinado território. País é o território habitado por um povo. Nação é a organização social e cultural de um povo que se manifesta por meio da língua, dos costumes e das tradições históricas.

ABSOLUTISMO

4.    Como funcionava o Estado na época do absolutismo monárquico?

    No absolutismo, o poder político estava concentrado nas mãos do Rei que tinha a última palavra. No entanto, é preciso entender que o monarca não governava sozinho e era auxiliado por um corpo burocrático composto por pessoas nomeadas para cuidar das finanças, elaborar as leis e trabalhar nos tribunais (burocracia civil) e comandar os exércitos profissionais (burocracia militar).

5.    Qual a justificativa teórico-filosófico para a existência do regime absolutista?

    Diversos pensadores desenvolveram teorias para dar sustentação e legitimidade ao poder dos soberanos na época absolutista:

    Maquiavel defendeu a tese de que era preciso um Estado forte, independente da igreja e dirigido de modo absoluto por um soberano (O Príncipe). Para Maquiavel, o resultado das ações do soberano é o que conta e não os meios utilizados por ele para alcançar seus objetivoS;

    Para Hobbes, o poder do soberano nascia do contrato social. Ou seja, as pessoas abririam mão de parte de sua liberdade em favor de um governo poderoso capaz de garantir a ordem e a segurança no convívio social. O poder absoluto do governante era necessário para haver paz e progresso.

       Bossuet defendia a tese da origem divina do poder absoluto do Rei. Para ele, o rei estava predestinado por Deus a governar, e por isso, estava acima de seus súditos, não precisando explicar suas decisões.  

ABSOLUTISMO INGLÊS

6.    Caracterize historicamente o absolutismo inglês.

    O absolutismo inglês foi marcado por 2 (duas) dinastias: os Tudor e os Stuart. O auge desse processo se deu com Henrique VIII (o segundo da família real) e Elizabeth I (sua filha). Henrique VIII rompeu com a igreja católica e criou a Igreja Anglicana sob seu comando. Desse modo, seu poder foi ampliado pela usurpação do poder espiritual (exercido pelo clero) criando uma forte estabilidade política na Inglaterra sob seu comando.

    Elizabeth I governou a Inglaterra por quase meio século mantendo boas relações com o parlamento e controlando as disputas entre católicos e protestantes na ilha. Nesse período, a Inglaterra se tornou uma potência marítima e comercial trazendo grande prosperidade econômica para o país.

    Com a morte de Elizabeth, seu primo Jaime (dinastia Stuart) assumiu o trono inglês. Mas os Stuart não teriam a mesma sorte e seus descendentes se viram diante de uma Revolução que limitou os seus poderes e pôs fim ao absolutismo inglês.  

7.    Por quê o Absolutismo Inglês entrou em crise no século XVII?

    Durante o governo de Elizabeth I, a dinastia Tudor chegou ao seu auge. A rainha soube conciliar os interesses das elites (representados no parlamento) com os objetivos do Estado, dirimindo os conflitos internos. Além disso, apesar da existência de uma igreja oficial (anglicana) na Inglaterra, Elizabeth I permitiu que os católicos continuassem a viver no reino e fez “vistas grossas” ao surgimento de outras correntes protestantes (como os puritanos) por fim, o período elizabetano foi marcado por grande prosperidade econômica beneficiando nobres e burgueses.

    No período governado pelos Stuart, contudo, o poder dos reis foi gradativamente se desgastando junto às elites e a população. O caldo entornou com a tentativa dos reis de criar  um arcabouço legal para legitimar o absolutismo - como predestinação divina (Bousset). A reação foi inevitável: o parlamento inglês fez aprovar uma “petição de direitos” com o objetivo de limitar o poder do Rei. Por essa petição, o rei não poderia criar impostos, convocar exércitos ou mandar prender adversários políticos. Como resposta, o rei fechou o parlamento e perseguiu duramente a oposição. Dali em diante, estava dada a senha para o início da Revolução Inglesa.

ABSOLUTISMO FRANCÊS

8.    Caracterize historicamente o absolutismo francês.

    Na França, o absolutismo atingiu seu grau máximo sob o governo de Luís XIV. O Rei tornou-se autoridade máxima para decretar leis, exercer a justiça e administrar o reino. O poder de Luís XIV era tão grande que ele mesmo se intitulou “O rei Sol” e chegou a proclamar: “O Estado sou Eu”. Com o apoio da burguesia, da nobreza e da corte, o governo reorganizou as atividades produtivas e as finanças do país, estimulou o comércio e fortaleceu o poderio militar.

9.    Por quê o absolutismo francês entrou em crise no século XVIII?

    Em 1789, às vésperas da Revolução, a França era o país mais populoso da Europa com 25 milhões de habitantes sendo governado por um rei absolutista. A sociedade francesa era formada por 3 (três) grandes estamentos sociais chamados de “estado”.

    O primeiro estado era o clero, composto por cerca de 120 mil pessoas, entre padres, bispos, abades e outras pessoas que exerciam funções na igreja. O segundo estado era a nobreza, um segmento de aproximadamente 350 mil pessoas que compunha o principal grupo da classe dominante francesa. O terceiro estado compreendia a maioria da população e representava mais de 24 milhões de pessoas subdivididas em diferentes segmentos sociais:

o   Havia os ricos da alta burguesia com interesses ligados aos bancos, às manufaturas e ao comércio exterior;

o   Havia, também, os pequenos comerciantes, artesãos e profissionais liberais (advogados, médicos...);

o   Outro grupo eram composto pelos camponeses (80% dos franceses);

o   Havia, ainda, os trabalhadores urbanos, sobretudo em Paris onde havia um grupo de cerca de 200 mil pessoas chamados “Suns Culottes”.

·         A situação econômica da França era grave: a agricultura não atendia as necessidades da população e os privilégios das elites criavam uma tensão crescente nas cidades. Isso se agravou com as secas e inundações de 1784. As manufaturas da França passaram por grandes dificuldades devido a concorrência dos produtos industrializados dos ingleses, o que trouxe um crescente número de desempregados. Por toda a França, aumentava a fome e a pobreza.

·         As tensões foram aumentando num cenário marcado por críticas crescentes inspiradas pelos ideais iluministas em alta nos círculos e cafés frequentados pela pequena burguesia e profissionais liberais da França. Quando a situação chegou a patamares insuportáveis, a população se revoltou. Era o início da Revolução Francesa.

ATIVIDADE 1: O ESTADO ANTES DAS REVOLUÇÕES BURGUESAS