quinta-feira, 22 de abril de 2021

UMA HISTÓRIA DE ENCOBRIMENTOS

 


Hoje, dia 22 de abril, faz 521 anos que a frota de Cabral, à serviço de Portugal, chegou ao Brasil. Esse acontecimento, marcado pelas mais diferentes interpretações, deu início à exploração colonial do território (ocupado há pelo menos 12000 anos pelos povos originários)e à implantação do capitalismo brasileiro.

A chegada dos portugueses ao Brasil está inserida no contexto das grandes navegações (expedições marítimas realizadas pelas nações europeias que resultaram na exploração dos oceanos, sobretudo o Atlântico).

Esse empreendimento deu inicio à globalização que, mais tarde, atingirá o estágio da financeirização no século XX e constituirá o capitalismo em sua forma atual, a do capitalismo neoliberal.

Mas aqui nos trópicos, a polêmica “descoberta” do Brasil não trouxe progresso e desenvolvimento para os povos, nem a integração senão a exploração sem precedentes da população nativa e dos negros sequestrados e escravizados nessa faixa do continente americano.

Não há, de fato, o que comemorar nesse 22 de abril. Mas esquecer não é uma alternativa para aqueles que acreditam na possibilidade de construirmos, um dia, nesse continente, um lugar de verdadeiro “encontro e diálogo” entre as diferentes culturas que aqui habitam.

Hoje, mais do que nunca, é preciso contar uma outra história dessa chegada, uma história que tenha os povos indígenas e africanos no centro da narrativa. Um verdadeiro descobrimento somente será possível se o olhar sobre essa população for despojado de preconceito e intolerância, e liberto da violência institucional imposta pelas classes dominantes brancas, que historicamente tem marcado essa relação.

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