20 DE NOVEMBRO: DIA NACIONAL DE ZUMBI E DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA
Hoje, 20 de novembro, é o DIA NACIONAL DA CONSCIÊNCIA NEGRA. É,
também, o último dia da Semana da Consciência Negra em nossa escola, no ano em
que a Lei
Federal 10.639/03, que estabelece o ensino da história e cultura africana e afro-brasileira
no currículo, completa 17 anos em vigor. Aprovada em 2003, a Lei 10.639/03 foi
encarada como um grande ganho na esfera educacional e uma poderosa ferramenta
no esforço de minimizar a dívida histórica-social que o Brasil tem com suas
matrizes africanas e afrodescendentes pelos movimentos e entidades negras
organizados do país.
A lei progressista prevê o reconhecimento da luta
histórica da população negra no Brasil e sua importância na formação da
sociedade nacional nas áreas social, econômica e política. A manutenção da
obrigatoriedade do cumprimento de suas determinações só foi possível, pois a
Lei foi criada gerando direta alteração na Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, mais especificamente no artigo 26-A da LDB.
Para comemorar (e nunca é demais lembrar que
“co-memorar” é “fazer memória junto” como sugere a etimologia da palavra) temos
2 (duas) propostas de intervenção pedagógica.
A primeira está contida nessa página de abertura do
Blog da Escola Municipal Luiz Jacob: um conjunto de textos e provocações para
se pensar nos personagens e nas narrativas sobre os heróis do panteão nacional.
ZUMBI DOS PALMARES E O 20 DE NOVEMBRO
Posto isso, para compreender esse dia é preciso
promover um debate sobre os fatos históricos que deram origem ao 20 de novembro.
E não é possível falar nesse dia sem resgatar o papel fundamental exercido pelo
Quilombo de Palmares e seu Líder Zumbi.
Assistam o vídeo de Eduardo Bueno sobre o personagem Zumbi de Palmares e leiam o artigo publicado pelo site da conceituada Biblioteca Nacional sobre Zumbi dos Palmares e a história da construção simbólica da consciência negra pelos historiadores da segunda metade do século XX.
ZUMBI - O LÍDER DO QUILOMBO DE PALMARES
HISTÓRIA DO 20 DE NOVEMBRO - BIBLIOTECA NACIONAL
DANDARA: A FACE FEMININA DE PALMARES
Todos nós, de
alguma forma já ouvimos falar de Zumbi, embora sua memória por muito tempo
esteve ocultada, mas, muitos personagens negros precisam ser lembrados como sua
esposa guerreira Dandara. Para conhecer melhor essa personagem e a polêmica que
existe em torno da personagem, selecionamos um artigo publicado no portal Geledés,
u m interessante site dedicado a luta das mulheres negras e uma divertida contação
de histórias poética sobre Dandara. Confira:
DANDARA DOS PALMARES - UMA HISTÓRIA CONTADA
DANDARA A FACE FEMININA DE PALMARES
POLÊMICA: DANDARA E LUÍSA MAHIN -
HEROÍNAS DA PÁTRIA OU SÍMBOLOS DE RESISTÊNCIA?
Recentemente,
tivemos uma polêmica por causa da inclusão de Luísa Mahin e Dandara de Palmares
no Panteão dos Heróis da Pátria”. Para aprofundar nossa leitura histórica
oferecemos a leitura de dois artigos com posições diferentes a respeito do
tema.
Companheira de
Zumbi dos Palmares, Dandara comandou um quilombo na luta contra a escravidão.
Quando foi presa, a guerreira cometeu suicídio ao se jogar de uma pedreira ao
abismo para não retornar à condição de escrava.
Já Luísa Mahin
nasceu na região da Costa Mina, na África, mas foi radicada no Brasil. A mãe do
advogado abolicionista Luís Gama coordenou a articulação dos levantes de negros
escravizados.
Para o
deputado federal Valmir Assunção (PT-BA), ter duas mulheres negras, de
histórias de luta, fundamentais para nossa ancestralidade no panteão é
importante para que as mulheres negras possam celebrar e mostrar a força da
mulher, da luta por terra e por liberdade, num período marcado pela conjuntura
política que temos no Brasil.
O problema é
que há poucas evidências de que essas duas mulheres tenham, de fato, existido.
Contudo, a questão não é tão simples por que traz dois outros problemas de
ordem teórica: o primeiro é que os nomes de ambas foi preservado pela tradição
oral, o que carrega uma questão para a ciência histórica: as fontes orais
somente serão válidas se corroboradas por documentos escritos? Além disso, há
um outro problema: até que ponto é importante de fato se elas existiram ou não?
Afinal, a história também é construída por “símbolos”!
Leia 2 (dois)
artigos que defendem posições diferentes sobre a questão publicados no
respeitado site do The Intercept Brasil:
O RACISMO DA ACADEMIA APAGOU A HISTÓRIA DE DANDARA E LUISA MAHIN
DANDARA E LUISA MAHIN SÃO CONSIDERADAS HEROÍNAS DO BRASIL – O PROBLEMA É QUE ELAS NUNCA EXISTIRAM
OUTRA HISTÓRIA
Por muito
tempo, as escolas cultuaram o 13 de maio, dia da abolição oficial da
escravatura no Brasil, como uma data importante para os negros e negras no
Brasil. Foram necessárias muitas gerações de lideranças dos movimentos negros
para promover uma revisão dessa data, bem como dos heróis negros no panteão nacional.
Foi necessário também que uma lei obrigasse o ensino oficial a rever seus
conceitos para que o 20 de março, Zumbi, Dandara e Luísa Mahin fossem
reconhecidos/as e a história fosse, finalmente, recontada. Que nossa escola
possa estar entre aqueles que tornaram possível uma outra História para as
crianças e adolescentes de nosso país.
“Eu quero uma
história nova
Não este conto
de fadas
brancas e
ordinárias
Donas de
nossas façanhas
Eu quero um
direito antigo
Engavetado em discursos
Contidos,
paliativos
(Cheios de
maçãs e pêras)
Bordados de
culpas e crimes
Eu quero de
volta, de pronto
As chaves
dessa gaveta
Por arquivos
trancafiados
Onde jazem
meus heróis
Uma “nova”
história velha
Cheia de fadas
beiçudas
Fazendo auê, algazarras
Com argolas
nas orelhas,
De cabelos
pixaim
Engasgando
príncipes brancos
Com talos de
abacaxi”.
(poeta desconhecido)
Nenhum comentário:
Postar um comentário