quinta-feira, 19 de novembro de 2020

20 DE NOVEMBRO: DIA NACIONAL DA CONSCIÊNCIA NEGRA

 20 DE NOVEMBRO: DIA NACIONAL DE ZUMBI E DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA

Hoje, 20 de novembro, é o DIA NACIONAL DA CONSCIÊNCIA NEGRA. É, também, o último dia da Semana da Consciência Negra em nossa escola, no ano em que a Lei Federal 10.639/03, que estabelece o ensino da história e cultura africana e afro-brasileira no currículo, completa 17 anos em vigor. Aprovada em 2003, a Lei 10.639/03 foi encarada como um grande ganho na esfera educacional e uma poderosa ferramenta no esforço de minimizar a dívida histórica-social que o Brasil tem com suas matrizes africanas e afrodescendentes pelos movimentos e entidades negras organizados do país.

A lei progressista prevê o reconhecimento da luta histórica da população negra no Brasil e sua importância na formação da sociedade nacional nas áreas social, econômica e política. A manutenção da obrigatoriedade do cumprimento de suas determinações só foi possível, pois a Lei foi criada gerando direta alteração na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, mais especificamente no artigo 26-A da LDB.

Para comemorar (e nunca é demais lembrar que “co-memorar” é “fazer memória junto” como sugere a etimologia da palavra) temos 2 (duas) propostas de intervenção pedagógica.

A primeira está contida nessa página de abertura do Blog da Escola Municipal Luiz Jacob: um conjunto de textos e provocações para se pensar nos personagens e nas narrativas sobre os heróis do panteão nacional.

E a segunda será uma Live (pelo zoom/facebook) com a comunidade escolar sobre algumas das temáticas referentes à semana com a Profª Ms Célia Alves, Célia, que é supervisora de ensino em Campo Grande/MS (um cargo que em Campo Grande equivale ao de Coordenadora Pedagógica em Rio Preto)pesquisou a importância de incluir os conteúdos previstos pela Lei 10.639/03 nos processos de formação dos professores da rede municipal de ensino.

ZUMBI DOS PALMARES E O 20 DE NOVEMBRO

Posto isso, para compreender esse dia é preciso promover um debate sobre os fatos históricos que deram origem ao 20 de novembro. E não é possível falar nesse dia sem resgatar o papel fundamental exercido pelo Quilombo de Palmares e seu Líder Zumbi.

Assistam o vídeo de Eduardo Bueno sobre o personagem Zumbi de Palmares e leiam o artigo publicado pelo site da conceituada Biblioteca Nacional sobre Zumbi dos Palmares e a história da construção simbólica da consciência negra pelos historiadores da segunda metade do século XX.

ZUMBI - O LÍDER DO QUILOMBO DE PALMARES

HISTÓRIA DO 20 DE NOVEMBRO - BIBLIOTECA NACIONAL

DANDARA: A FACE FEMININA DE PALMARES

Todos nós, de alguma forma já ouvimos falar de Zumbi, embora sua memória por muito tempo esteve ocultada, mas, muitos personagens negros precisam ser lembrados como sua esposa guerreira Dandara. Para conhecer melhor essa personagem e a polêmica que existe em torno da personagem, selecionamos um artigo publicado no portal Geledés, u m interessante site dedicado a luta das mulheres negras e uma divertida contação de histórias poética sobre Dandara. Confira:  

DANDARA DOS PALMARES - UMA HISTÓRIA CONTADA

DANDARA A FACE FEMININA DE PALMARES

POLÊMICA: DANDARA E LUÍSA MAHIN - 

HEROÍNAS DA PÁTRIA OU SÍMBOLOS DE RESISTÊNCIA?

Recentemente, tivemos uma polêmica por causa da inclusão de Luísa Mahin e Dandara de Palmares no Panteão dos Heróis da Pátria”. Para aprofundar nossa leitura histórica oferecemos a leitura de dois artigos com posições diferentes a respeito do tema.

Companheira de Zumbi dos Palmares, Dandara comandou um quilombo na luta contra a escravidão. Quando foi presa, a guerreira cometeu suicídio ao se jogar de uma pedreira ao abismo para não retornar à condição de escrava.

Já Luísa Mahin nasceu na região da Costa Mina, na África, mas foi radicada no Brasil. A mãe do advogado abolicionista Luís Gama coordenou a articulação dos levantes de negros escravizados.

Para o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA), ter duas mulheres negras, de histórias de luta, fundamentais para nossa ancestralidade no panteão é importante para que as mulheres negras possam celebrar e mostrar a força da mulher, da luta por terra e por liberdade, num período marcado pela conjuntura política que temos no Brasil.

O problema é que há poucas evidências de que essas duas mulheres tenham, de fato, existido. Contudo, a questão não é tão simples por que traz dois outros problemas de ordem teórica: o primeiro é que os nomes de ambas foi preservado pela tradição oral, o que carrega uma questão para a ciência histórica: as fontes orais somente serão válidas se corroboradas por documentos escritos? Além disso, há um outro problema: até que ponto é importante de fato se elas existiram ou não? Afinal, a história também é construída por “símbolos”!

Leia 2 (dois) artigos que defendem posições diferentes sobre a questão publicados no respeitado site do The Intercept Brasil:

O RACISMO DA ACADEMIA APAGOU A HISTÓRIA DE DANDARA E LUISA MAHIN

DANDARA E LUISA MAHIN SÃO CONSIDERADAS HEROÍNAS DO BRASIL – O PROBLEMA É QUE ELAS NUNCA EXISTIRAM


OUTRA HISTÓRIA

Por   muito tempo, as escolas cultuaram o 13 de maio, dia da abolição oficial da escravatura no Brasil, como uma data importante para os negros e negras no Brasil. Foram necessárias muitas gerações de lideranças dos movimentos negros para promover uma revisão dessa data, bem como dos heróis negros no panteão nacional. Foi necessário também que uma lei obrigasse o ensino oficial a rever seus conceitos para que o 20 de março, Zumbi, Dandara e Luísa Mahin fossem reconhecidos/as e a história fosse, finalmente, recontada. Que nossa escola possa estar entre aqueles que tornaram possível uma outra História para as crianças e adolescentes de nosso país.


“Eu quero uma história nova

Não este conto de fadas

brancas e ordinárias

Donas de nossas façanhas

Eu quero um direito antigo

Engavetado em discursos

Contidos, paliativos

(Cheios de maçãs e pêras)

Bordados de culpas e crimes

Eu quero de volta, de pronto

As chaves dessa gaveta

Por arquivos trancafiados

Onde jazem meus heróis

Uma “nova” história velha

Cheia de fadas beiçudas

Fazendo auê, algazarras

Com argolas nas orelhas,

De cabelos pixaim

Engasgando príncipes brancos

Com talos de abacaxi”.

(poeta desconhecido)

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